
Para ele a experiência do amor é trágica, e o que responde por essa tragicidade, é o fato de que o amor acaba; como ele dizia "o amor é uma intensidade que queima, consome-se, consuma-se, esvaziando-se fatalmente."
E se esvazia em alta intensidade como escreveu o doutor em literatura Francisco Bosco, "Se é alta intensidade que, no tempo, esvazia-se, só lhe restava aceitar essa dinâmica e acatar o fim do amor. - o que significava abrir novamente a possibilidade de um novo amor, da vivência de uma nova intensidade alta, e assim sucessivamente.
Na musica canto e contraponto, Vinicius escreveu
"Perto da dor do saber,
Que o meu céu não existe
Que tudo que nasce
tem sempre um fim
até meu carinho, até meu amor,"
A experiencia trágica é que não há céu, não há abrigo desta verdade, e quando o amor acaba é inutil fingir, não te quero enganar.
E no pacto da alta intensidade, Vinicius vê felicidade e escreve
"A felicidade é como bluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
mas tem a vida breve
precisa que haja vento sem parar"
em outro texto diz
"A felicidade é efemera
como as altas intensidades
Preciso haver uma força que a mantenha no ar.
ou melhor que volte a ergue-la do chão
por onde deverás passar sempre
A experiência do chão é terrivel
mas é preciso suportá-la
pois o temor pode potar
tudo a perder"
Texto "fragmento" de Francisco Bosco, sobre a poesia de Vinícius de Moraes
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