quarta-feira, 2 de abril de 2014

Reflexão Literária - Paulo Lourenço "Ramiro de Kali", Vasco Graça Moura e Manoel Messias Pereira

Poeisa de Paulo Lourenço "Ramiro de Kali"


O mundo dos Orixás


Cada dia novo que amanhece,
traz a luz de pai Oxalá,
que ilumina as terras do mundo inteiro,
e embeleza o mar de mãe Iemanjá.
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Sopram os ventos de mãe Iansã,
que abraçam Xangô em sua pedreira.
Correm os rios de mãe Oxum,
e as crianças brincam á sua maneira.
---
As matas de Oxossi ficam mais belas,
e novos caminhos Ogum nos oferece.
Na sua calunga Obaluaiê,
acolhe ou dá cura a quem merece.
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Exu se ri na encruzilhada,
e firma seu ponto com seu punhal,
e o aroma das rosas de Pombagira,
ensina a diferença do bem e do mal.
---
Zambi segura o mundo nas mãos,
e fá-lo girar mais uma vez,
derramando nele seu amor divino,
e em toda a criação que um dia ele fez.
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Lisboa, 25 de Julho de 2008

Extrato da obra - Orixás em Poesia de Paulo Lourenço "Ramiro de Kali" Copyright © 2008

Clara Nunes

poesia de Vasco Graça Moura
blues da morte de amorjá ninguém morre de amor, eu uma vez
andei lá perto, estive mesmo quase,
era um tempo de humores bem sacudidos,
depressões sincopadas, bem graves, minha querida,
mas afinal não morri, como se vê, ah, não,
passava o tempo a ouvir deus e música de jazz,
emagreci bastante, mas safei-me à justa, oh yes,
ah, sim, pela noite dentro, minha querida.

a gente sopra e não atina, há um aperto
no coração, uma tensão no clarinete e
tão desgraçado o que senti, mas realmente,
mas realmente eu nunca tive jeito, ah, não,
eu nunca tive queda para kamikaze,
é tudo uma questão de swing, de swing, minha querida,
saber sair a tempo, saber sair, é claro, mas saber,
e eu não me arrependi, minha querida, ah, não, ah, sim.

há ritmos na rua que vêm de casa em casa,
ao acender das luzes, uma aqui, outra ali.
mas pode ser que o vendaval um qualquer dia venha
no lusco-fusco da canção parar à minha casa,
o que eu nunca pedi, ah, não, manda calar a gente,
minha querida, toda a gente do bairro,
e então murmurarei, a ver fugir a escala
do clarinete: — morrer ou não morrer, darling, ah, sim.

Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"

poeta português

Lisboa - Portugal

Ella Fitzgerald


        poesia de Manoel Messias Pereira


Vamos a luta

Somos todos
cúmplices
de milhares
de crianças
que morrem
todos os dias
vítimas dos estúpidos
e adormecidos
que insistem
em ser governantes
e deixa o povo
esquecido
pelos balcões,
pelas enxadas,
pelas oficinas,
são estes intransigentes
sociais
que há todos instantes
assassinam,....
assassinam,
pela omissão
pela política nefasta
do abandono,
e não tem a consciência pesada
...mas enquanto isto
lutamos,lutamos
contra isto lutamos e,
sobrevivemos.

Manoel Messias Pereira

poeta
São José do Rio Preto - SP
Raul Seixas

Fatos Históricos importantes do dia 2 de abril

Émile Zola



Em 2 de abril de 1840 - Nasceu Emile Zola romancista e crítico francês, criador e maior expressão da Escola Literária naturalista e importante figura libertária
Francisco Biquiba dy Lafuente Guarany

Em 2 de abril de 1882 - Nasceu Francisco Biquiba Lafuente Guarany, brasileiro  famoso escultor de carrancas, natural de Santa Maria da Vitoria - BA - Brasil.
Haile Selassie

Em 2 de abril de 1930 - Haile Selassie é proclamado imperador da Etiópia
Em 2 de abril de 1945 - O Brasil estabelece relações diplomáticas com a União das Republicas Soviéticas Socialistas - URSS.
Gregório Bezerra

Em 2 de abril de 1964 - Gregório Bezerra é salvo de enforcamento em praça pública graças ao Movimento Popular.
Em 2 de abril de 1967 - é atacado pela polícia mineira o foco guerrilheiro do Movimento Nacionalista Revolucionário.
Guerra das Malvinas

Em 2 de abril de 1982 -Início das Guerra das Malvinas na Argentina
grupo cultural Ogbara Dudu
Em 2 de abril de 1982 - Nasceu no bairro Madureira - Rio de Janeiro o Grupo Cultural Ogbara Dudu.
Clara Nunes


Em 2 de abril de 1983 - Faleceu aos 40 anos de idade a cantora Clara Nunes, como foi conhecida Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, vítima de anafilaxia nas varizes.
Sarah Voughan


Em 2 de abril de 1990 - Faleceu a cantora norte-americana  Sarah Voughan, vítima de câncer nos pulmões
Em 2 de abril de 2005 - Faleceu o papa João Paulo II, como ficou conhecido Karol Josef Woltyla

Boa Música - Alta Sensibilidade e Espirituosidade - Roberta Sá







Como é om saber que ela existe - Roberta Sá, é da nova geração feita pra cantar e encantar.
Roberta Varella de Sá é uma cantora brasileira de MPB, samba e bossa nova.
Nascimento: 19 de dezembro de 1980 (33 anos), Natal, Rio Grande do Norte
Em atividade desde: 2005
Álbuns: Pra se ter alegria, Braseiro, Quando o canto é reza, Segunda pele, Que belo estranho dia pra se ter alegria
Indicações: Grammy Latino de Melhor Artista Revelação, Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira - Ouçam-a e encante-se.

Filme Reflexivo - A Grande Partida - Anos de Chumbo


O docverdade tem a honra de postar, a pedido do diretor Peter Cordenonsi, o mesmo diretor de "O Petróleo tem que ser nosso", esse revelador documentário, que trata de maneira objetiva dos relatos dos que lutaram contra a ditadura militar no Brasil, quebrando os mitos criados pela mídia tradicional, a mesma que apoiou o Golpe de Estado.

Sinopse: Relatos comoventes, antes silenciados pelos traumas do regime, que nos passam informações preciosas sobre os últimos 50 anos de história do Brasil. Também uma renovação de esperança na construção de uma sociedade menos desigual e mais humana.
Depois de lançar o livro A Grande Partida: Anos de Chumbo, Francisco Soriano toma para si a missão de reunir vários companheiros, sobreviventes da ditadura de 1964, para juntos relembrarem a saga vivida na luta clandestina, buscando a libertação da sociedade brasileira submetida ao terrorismo do Estado policial.

“Esses caras é que ainda não entenderam que o mundo deles já morreu. Esse é o mundo que vai contrário da evolução da humanidade. Eles são a anti-evolução: O sistema patriarcal, hierárquico, autoritário, capitalista, materialista, consumista.

Esta cultura que reduz tudo a mercadoria... ela já é morta.

Nós fazemos parte de um mundo de esperança, que está se anunciando em cada gesto cada palavra rompendo com o nosso velho homem e nossa velha mulher.“ (Marcos Arruda)
Boa Sessão

Conferência Municipal de Cultura de Florianópolis

Conferência Municipal de Cultura começa nesta quarta-feira em Florianópolis
Evento acende discussão sobre os investimentos municipais no setor

Edinara Kley
FLORIANÓPOLIS


A abertura da Conferência Municipal de Cultura promete um debate acalorado entre sociedade civil e poder público acerca das políticas públicas culturais da cidade, seu andamento e aplicação. Implementação  do sistema municipal de cultura, produção simbólica e diversidade cultural, cidadania e direitos culturais, cultura e desenvolvimento, são os eixos da quinta edição do evento que começa nesta quarta-feira em Florianópolis.



Dieve Oehme/Divulgação/ND

Conferência é principal espaço de discussão e planejamento da área cultural




Além de propiciar o debate, o encontro será a oportunidade dos representantes do Conselho Municipal de Políticas Culturais e dos integrantes dos setoriais de cultura do município cobrarem esclarecimentos sobre os recursos do Fundo Municipal de Cultura, o envio do Plano Municipal de Cultura à câmara de vereadores e os critérios para a liberação de recursos públicos praticados pela atual gestão da prefeitura.

 “A ideia central é fazer uma avaliação desse primeiro ano de administração. Além de conferir o que foi proposto na conferência passada e posto em prática, queremos saber porque o Fundo Municipal de 2013 não foi liberado, depois de acordado que teríamos R$ 600 mil e questionar porque o de 2014 ainda não foi integralizado”, diz o presidente do Conselho Municipal de Política Cultural, representante da sociedade civil, Marcelo Pereira Seixas. Segundo ele, desde a criação, na última conferência,  o conselho tem buscado explicações para estes temas. “Queremos um posicionamento do município. Não somos intransigentes, mas já tentamos dialogar com o prefeito por vários canais e até agora não houve retorno”, reitera.

O prefeito Cesar Souza Júnior estará viajando e não vai à Conferência. Caberá ao secretário municipal de Cultura, Luiz Ekke Moukarzel, a incumbência de esclarecer as dúvidas. Ele deve aproveitar o evento para anunciar o depósito da primeira parte dos R$ 1.165 milhão dos recursos do Fundo Municipal de Cultura de 2014 para esta semana. O valor total deve ser liberado até junho. "Com a prorrogação do pagamento do IPTU, não conseguimos fazer isso antes", explica.

Moukarzel reconhece as complicações para a liberação de recursos e justifica a falta do aporte de 2013 e o atraso no repasse desse ano por conta das restrições financeiras da prefeitura. “A demanda é legítima, mas sem verba disponível não há como fazer repasse. Tendo receita a gente pode cumprir tudo”, defende.

Cortes no orçamento da cultura

Apesar das dificuldades do primeiro ano da Secretaria de Cultura, o secretário Luiz Moukarzel anuncia, entre outros avanços, o aumento do orçamento de R$ 9, 5 milhões em 2013 para R$ 16,5 milhões neste ano. Mas na prática, o  valor liberado deve ser menor. Um decreto publicado no dia 11 de março no Diário Oficial prevê cortes nos recursos próprios de todas as secretarias, no caso da cultura, são R$ 13 milhões oriundos de recursos próprios.

“Tivemos um corte de cerca de 30%. Continuamos com o orçamento inicial, mas a previsão é de diminuição do valor para R$ 9 milhões”, aponta. A alteração no valor do Fundo Municipal, citada no decreto, e também questionada pelo conselho, teria sido um equívoco. “A documentação com a correção já foi enviada, a publicação correta deve ser publicada nos próximos dias”, fala.

O anúncio de liberação da primeira parte do valor do Fundo Municipal, não garante a publicação imediata dos editais. Em 2012 editais para projetos de  dança, circo, artes visuais, música, teatro, cultura afro-brasileira, patrimônio cultural, cultura popular, cultura guarani, leitura, literatura e livro foram lançados, antes da disponibilização dos valores. Ação semelhante não deve acontecer neste ano.

 “Tivemos problemas com os editais de moda e design e arte e cultura digital, cujos valores não foram depositado. Agora, só se lança edital com dinheiro disponível”, complementa Marcelo Seixas. O entrave de 2012, segundo Moukarzel, foi por conta do lançamento do edital em período eleitoral.

Os cortes nos recursos próprios também afetam o valor disponível ao Funcine (Fundo Municipal de Cinema), também terá alterações. Dos R$ 675 mil orçados para 2014, Moukarzel estima a liberação de aproximadamente R$ 350.

Programação extensa

Além dos debates e mesas redondas entre os agentes culturais da cidade é na Conferência Municipal de Cultura que são eleitos os novos integrantes do Conselho Municipal de Política Cultural. "Vamos preparados para discutir, com espírito crítico. Não estamos só cobrando mais verba para a cultura, mas exigindo explicações sobre as políticas de base e sobre os critérios utilizados para liberação dos recursos disponíveis hoje. Esse encontro de todos os setores é muito importante e é preciso que a sociedade esteja a par da discussão", complementa a Bárbara Biscaro, membro do conselheira do teatro no atual conselho.



Serviço

O quê: Conferência Municipal de Cultura
Quando: Abertura 2/4,18h. Dias 3 e 4, 9h às 17h
Onde: Assembleia Legislativa de Santa Catarina, rua Doutor Jorge Luz Fontes, 310,  Florianópolis
Quanto:
Quanto: Gratuito




Retrospectiva de mais de 30 anos de luta pelos direitos indígenas

Retrospectiva de mais de 30 anos de lutas pelos direitos indígenas
01.04.2014

Retrospectiva de mais de 30 anos de lutas pelos direitos indígenas. 20091.jpeg
Exposição de fotos traz retrospectiva de mais de 30 anos de lutas pelos direitos indígenas

Mostra estreiou em São Paulo nesta segunda-feira (31/3) e reúne 43 fotos de momentos e personagens históricos, apresentadas em ordem cronológica, clicadas por 33 fotógrafos, com mapas e textos de apoio, em português e inglês

Começa oficialmente na próxima segunda, 31/03, na Arena de Eventos do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a exposição Povos Indígenas no Brasil 1980/2013 - Retrospectiva em Imagens da Luta dos Povos Indígenas no Brasil por seus Direitos Coletivos. A mostra comemora os 30 anos do Apoio Norueguês aos Povos Indígenas no Brasil, os 25 anos da Constituição e os 20 anos do ISA. O projeto é uma realização da Embaixada da Noruega no Brasil e do ISA.

A exposição, que estreou em novembro do ano passado em Brasília, no Museu da República, contou com a presença de lideranças indígenas históricas como Marcos Terena, Ailton Krenak, o cacique kayapó Raoni Metuktire, Almir Suruí Paiter e Davi Yanomami.
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Em São Paulo, a abertura acontecerá às 19h30, no Museu Afro Brasil, também no Parque do Ibirapuera, próximo ao local da exposição e contará com a participação da ministra conselheira Sissel Hodne Steen, da Embaixada da Noruega no Brasil, de Beto Ricardo, do Instituto Socioambiental (ISA) e curador da exposição e do representante) da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Em seguida haverá a exibição do vídeo sobre os 30 anos do apoio norueguês aos povos indígenas no Brasil, uma apresentação dos índios kuikuro do Parque Indígena do Xingu, e um coquetel.

A mostra é composta por 43 fotos, apresentadas em ordem cronológica, clicadas por 33 fotógrafos, com mapas e textos de apoio, em português e inglês. São 18 totens de 2,39 x 2 m, com imagens de ambos os lados, e a iluminação noturna das peças será feita por coletores solares, no topo dos totens.

Momentos e personagens históricos
A maior parte das imagens foi publicada originalmente na imprensa ou nos volumes da série Povos Indígenas no Brasil, elaborada, inicialmente, pelo Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi) e, a partir de 1994, pelo ISA, com apoio do governo norueguês.


A exposição traz momentos e personagens históricos, retratados em um período de 33 anos no qual os povos indígenas saíram da invisibilidade para entrar de vez no imaginário e na agenda do Brasil contemporâneo. O marco desse processo foi o capítulo dos direitos indígenas da Constituição. Entre outros temas, as imagens retratam a participação indígena na Constituinte (1986-1988); a batalha pelo reconhecimento das Terras Indígenas; a resistência às invasões de garimpeiros e madeireiros; o apoio de músicos como Sting e Milton Nascimento; a apropriação das tecnologias do homem branco; as ameaças aos últimos povos "isolados"; as mobilizações recentes pela garantia de seus direitos."Pretende-se que essas imagens sirvam de referência para as narrativas dos seus protagonistas, assim como para o aprendizado das novas gerações", explica Beto Ricardo.

Em 1983, a Noruega criou uma linha específica de cooperação internacional para apoio aos povos indígenas e o Brasil foi o primeiro país a receber seus recursos. A Embaixada da Noruega apoia atualmente 12 associações indígenas e organizações indigenistas. A base da iniciativa é a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), um dos principais mecanismos internacionais de proteção aos direitos indígenas. A Noruega foi o primeiro país a ratificá-la, em 1990. O Brasil fez o mesmo em 2002.

"A Noruega vem firmando parcerias de longa duração com várias associações indígenas e organizações não governamentais indigenistas no Brasil por meio de seu Apoio aos Povos Indígenas. O foco tem sido o apoio institucional", informa a ministra conselheira Sissel Hodne Steen.

"Extintos"
A exposição trata de um período histórico recente (1980-2013) marcado pelo protagonismo político dos povos indígenas, depois de terem sido considerados extintos. Essa visão está presente no curioso relato do antropólogo Claude Lévi-Strauss, registrado em seu livro "Tristes Trópicos", que serve de epígrafe à exposição. Em 1934, pouco antes de viajar ao Brasil, ele questionou o embaixador brasileiro na França sobre como encontrar comunidades indígenas. "Índios? Infelizmente, prezado cavalheiro, lá se vão anos que eles desapareceram", respondeu o diplomata.

O antropólogo Darcy Ribeiro registrou o decréscimo geral da população indígena e o desaparecimento de mais de 80 etnias, entre 1900 e 1950. Algumas fontes estimam que, em 1500, havia entre dois milhões e seis milhões de índios no que seria mais tarde o território brasileiro.

A trajetória de resistência retratada na exposição, no entanto, coincidiu com a recuperação do crescimento demográfico dessas comunidades, registrada a partir dos anos 1980. Hoje, existem no Brasil 240 povos indígenas, que falam 154 línguas e somam uma população de mais de 896 mil pessoas (IBGE 2010). O número de índios continua crescendo, assim como o de etnias, embora alguns povos estejam ameaçados de extinção. Metade das etnias tem uma população de até mil pessoas; 49 têm parte de sua população habitando países vizinhos; há 60 registros de povos "isolados".

A exposição estará aberta ao público, com entrada franca, de 1º a 22 de abril e contará com visitas destinadas a escolas, que poderão ser agendadas pelo e-mail agendamento@artqeduca.com.br. As visitas agendadas têm duração de 60 minutos e devem ocorrer das 8h30hs às 18h30, de segunda a sábado.

Para saber mais, consulte o kit de mídia que disponibiliza também fotos para divulgação aqui

Crimes não podem continuar impunes, diz diretor da Anistia Internacional


Grupo lançou campanha nesta terça-feira, 1º, para mobilizar a sociedade em torno da revisão da Lei da Anistia

                   THAISE CONSTANCIO - Agência Estado

RIO - A organização da sociedade civil Anistia Internacional Brasil lançou nesta terça-feira, 1º, a campanha 50 Dias Contra Impunidade, na frente da Câmara de Vereadores, na Cinelândia, no centro do Rio. O objetivo é colher assinaturas para revisão da Lei de Anistia, de 1979, para que agentes de Estado que cometeram crimes durante a ditadura militar possam ser punidos.

Voluntários em outras cidades brasileiras como Brasília, São Paulo, Goiânia (GO), Belém (PA), Dourados (MS) e Porto Alegre (RS) também se organizam para expandir a ação pelo País.


Campanha pede revisão da lei que perdoou
torturadores do regime militar - Marcos de Paula/Estadão
Marcos de Paula/Estadão
Campanha pede revisão da lei que perdoou torturadores do regime militar
Quem passava pela Cinelândia na manhã desta terça, se deparava com 20 placas que representavam o escudo e a bota usados pelo Exército. Nelas estavam escritos fatos que marcaram a ditadura militar como "1970: Criação do DOI-Codi e de outros centros de tortura" e "1981: Atentado do Riocentro". Em todas, a frase "Dê fim à impunidade. Assine a petição: anistia.org.br" completava a ação. Durante quase dois meses, cidadãos poderão assinar a petição online que apoia a revisão da Lei.

"Não estamos apresentando uma proposta de lei. Queremos mobilizar a sociedade e chamar a atenção do Estado e do Legislativo para mostrar a importância de romper com esse ciclo de impunidade e completar a transição para a democracia mandando uma mensagem clara para a sociedade e para o mundo de que crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado durante a ditadura não podem permanecer impunes", afirmou o diretor da Anistia Internacional Brasil, Átila Roque.

A campanha, lançada prioritariamente nas redes sociais para atingir os jovens, faz um paralelo entre os abusos no período da ditadura militar e na atualidade. Entre as peças estão fotos do jornalista Vladimir Herzog, morto no DOI-Codi de São Paulo, em 1975; da chacina da Candelária, quando policiais militares assassinaram meninos de rua no Rio, em 1993; e da auxiliar de serviços gerais Claudia da Silva Ferreira, arrastada por cerca de 350 metros por um carro da polícia no Rio, em março de 2014.

Manoel Messias Pereira

Manoel Messias Pereira
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