quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O governo exibe violência no Egito para um povo que deseja só democracia

Mohamed ElBaradei

Pelo menos sete pessoas morreram desde quarta-feira nos confrontos ocorridos no Cairo entre manifestantes pró e contra Hosni Mubarak, cinco delas nesta quinta-feira, quando se completa o 10º dia de protestos pela saída do presidente egípcio.

Esta é a cronologia dos fatos mais relevantes desde que começaram os manifestações: 25 de janeiro.- Milhares de manifestantes protestam nas ruas do Cairo e outras cidades egípcias após serem convocados via internet, no chamado "Dia da Ira", que terminou com quatro mortos.

26 de janeiro.- A Polícia egípcia e centenas de manifestantes protagonizam enfrentamentos no centro do Cairo, que acabam com um civil e um policial mortos.

27 de janeiro.- O prêmio Nobel da Paz e ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, se postula para liderar a transição no Egito caso o atual presidente, Hosni Mubarak, abandone o poder.

- A bolsa suspende suas operações após cair quase 10%.

28 de janeiro.- "Sexta-feira de ira e liberdade". Os protestos se intensificam e terminam com pelo menos meia centena de mortos, que algumas fontes elevam a 100. As autoridades decretam o toque de recolher e cortam o acesso a internet e à telefonia celular.

- Mohamed ElBaradei é preso ao sair de uma mesquita.

- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pede a Hosni Mubarak que tome "medidas concretas" para consolidar as reformas políticas, sociais e econômicas.

29 de janeiro.- Em mensagem transmitida pela televisão, o presidente Mubarak anuncia mudanças no Governo. O general da Aeronáutica Ahmed Mohammed Shafik é nomeado primeiro-ministro e o general Omar Suleiman, chefe do serviço secreto, vice-presidente.

Nem a mudança de Governo, nem a ampliação do toque de recolher conseguem interromper os protestos.

30 de janeiro.- Após uma noite de saques, os distúrbios continuam enquanto as autoridades restringem o trabalho da imprensa e fecham os escritórios da emissora de televisão árabe "Al Jazeera".

- A oposição, liderada pela Irmandade Muçulmana e a laica Assembleia Nacional para a Mudança, de Mohamed ElBaradei, cria um comitê para avaliar o fim do regime com o Exército.

- Cinquenta pessoas, entre elas presos e policiais, morrem em uma troca de tiros na prisão de Abu Zabal, enquanto 2 mil detentos escapam.

31 de janeiro.- Mubarak encarrega o vice-presidente do país, Omar Suleiman, de abrir um diálogo com as forças políticas para estudar modificações da Constituição.

- O Exército egípcio qualifica como legítimas as reivindicações e assegura que não vai atirar contra a população.

- A União Europeia reivindica a Mubarak um processo de "transição" que desemboque na convocação de eleições livres. O presidente de Israel, Shimon Peres, expressa seu apoio ao presidente egípcio.

- A situação no Egito e o medo de que se espalhe para outros países afeta a economia mundial com quedas nas bolsas de Tóquio e Seul e a alta do preço do petróleo, que ultrapassa os US$ 100.

1 de Fevereiro.- Dia de greve geral e protestos na praça Tahrir, que fica lotada com centenas de milhares de pessoas que exigem a saída de Mubarak do poder.

- O presidente, em discurso transmitido pela televisão, anuncia que não se candidatará às próximas eleições, mas que continuará na Presidência até a transição.

- A oposição rejeita o discurso e Obama declara que a transição democrática deve começar imediatamente.

2 de fevereiro.- Duas pessoas morrem e centenas ficam feridas durante os choques entre manifestantes pró e contra Mubarak na praça Tahrir. O Exército atira para o ar para dispersar a multidão.

- A oposição faz um chamado para que os protestos continuem e assegura que só negociará se Mubarak abandonar o poder.

3 de fevereiro.- Pelo menos cinco pessoas morrem no centro do Cairo e outras 15 ficam feridas por disparos feitos por desconhecidos contra opositores de Mubarak, em um tiroteio que se prolongou por cerca de uma hora. O Exército entra na praça Tahir com seus tanques, mas não interrompe os disparos.

- A rede de televisão estatal anuncia que o vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, iniciou um diálogo com os partidos políticos e as forças nacionais.



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Manoel Messias Pereira

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