Iémen: milhares pedem a demissão de Saleh: "Agora é a tua vez"
Milhares de jovens iemenitas manifestaram-se, este sábado, no centro da capital, apelando à saída de Ali Abdallah Saleh, no poder há 32 anos.
Na Argélia 10 mil pessoas tentaram realizar uma marcha de protesto proibida pela polícia.
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Tudo terá começado quando, este sábado de manhã, um elemento do partido do governo impediu um estudante de afixar um panfleto à entrada da universidade, segundo testemunhas citadas pela imprensa internacional.
“Depois de Mubarak, é a vez de Ali”, entoavam os cerca de quatro mil manifestantes, na sua maioria estudantes, exigindo a partida do presidente iemenita, inspirados pelos protestos do Egipto que levaram à saída do presidente. Gritando “vai-te embora, Ali” ou “o povo quer a queda do regime”, os opositores desfilaram a partir da universidade de Sana em direcção ao centro da capital.
Tudo terá começado quando, este sábado de manhã, um elemento do partido do governo impediu um estudante de afixar um panfleto à entrada da universidade, segundo testemunhas citadas pelas agências de notícias internacionais.
Perto dos protestos, apoiantes do partido presidencial ocuparam a praça central da capital que também têm o icónico nome Tahrir (Libertação, tal com a do Cairo) com uma exposição de artesanato. O objectivo foi o de impedir que os manifestantes ocupassem Tahrir para protestar e registaram-se alguns confrontos e trocas de insultos entre manifestantes e apoiantes de Saleh.
Conforme a multidão foi ganhando corpo para dezenas de milhares, o protesto seguiu caminho em direcção à embaixada do Egipto em Sanaa, acabando por dar de caras com grupos de apoiantes de Saleh. Testemunhas relatam que algumas das pessoas atiraram sapatos na direcção do grupo rival e outros entraram em confrontos físicos. Foi confirmada a ocorrência de dois feridos ligeiros nestes tumultos.
Vários milhares de pessoas, incluindo deputados da oposição e defensores dos direitos humanos, já se tinham manifestado na véspera à noite em Sanaa para celebrar a queda de Mubarak e exigir o fim do regime de Ali Abdallah Saleh.
Ali Abdallah Saleh está no poder desde 1978 (primeiro como Presidente do Iémen do Norte e depois como Presidente da República do Iémen) e prometera no início deste mês afastar-se quando terminar o actual mandato, em 2013, concedendo aqui a uma das principais exigências da oposição. Saleh garantiu então, também, que o seu filho não herdaria o poder.
Argélia: Manifestantes tentaram forçar bloqueio policial, mas marcha não se realizou
Na manhã deste sábado, cerca de 10 mil manifestantes tentaram forçar as barreiras montadas pela polícia em Argel para impedir uma marcha de protesto proibida pelas autoridades, mas foram obrigados a recuar, segundo jornalistas no local. Os manifestantes cantavam “Argélia Livre” em árabe, e gritavam “Fora o regime”.
Ali Yahia Abdenour, chefe da Liga Argelina de Defesa dos Direitos Humanos, disse que pelo menos 400 pessoas foram detidas, entre as quais mulheres, jornalistas e vários dirigentes da Coordenadora Nacional pela Democracia e a Mudança, que convocou a marcha.
"Desde manhã, quando chegámos, os polícias detiveram pessoas que não queriam sair da praça 1.º de Maio (onde deveria iniciar-se a marcha) e pessoas que tinham cartazes ou gritavam palavras de ordem", disse uma manifestante, antiga sindicalista, citada pela Lusa.
Também na vila de Oran, na zona oeste do país, cerca de 500 pessoas estiveram reunidas numa outra manifestação proibida pela polícia. Eram na sua maioria artistas, envergam fatos brancos semelhantes àqueles usados pelos mimos, e tinham uma cruz negra desenhada sobre a boca.
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