Carla Bruni (foto)
Chuva-cai-chuva, lenta, dedilhando
Em pingue-pongue na vidraça escassa,
Olha a moça e no pinho tamborila
Dorme a vila num sono de cachaça.
Molha a grama entre as pedras da calçada,
Desfaz-se em íri-cores-multicores,
Pelo muro em gotas liquefeita,
Vai desfeita morrer junto das flores.
Olha a moça o tempo e a sala grande
Violão na mão acorda a melodia,
Prolonga a noite a chuva intermitente.
Viola que passeia pela sala,
Chuva-cai-chuva, acordes multiplicam
Os dedos finos da menina moça.
Wilson Daher
poeta
São José do Rio Preto-SP
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