domingo, 2 de junho de 2013

Olhar as galinhas de ovos de ouro com a esperteza da Raposa

A visita da Excelentíssima Senhora Dilma Rousseff à Adis Abeba-Etiópia, quando dos 50 anos da UA-Unidade Africana, soaram para uns como a oportunidade de solidariedades, para outros a oportunidade de sermos imperialistas e tudo isto ocorrem numa perspectiva favorável economicamente para o Brasil, em relação ao sistema capitalista em que o País está inserido.

A chefe do Executivo brasileiro encontrou com o Ministro da Etiópia Hoilemariam Desalegn e trataram de acordos nas áreas de desenvolvimento agrícola, transferência de rendas e serviços no campo da educação, ciências e tecnologia.

Entre outros chefes de Estado, encontrava-se Mahamoud Ahmadnejad do Irã, e o secretário norte-americano John Kerry, que falou em nome dos Estados Unidos da América, quando coube a nossa presidente Dilma Rousseff, falar em nome de toda a América Latina.

O que desperta a curiosidade de uns acharem que a visita da senhora Dilma, foi coroada de bons princípios cristãos e solidariedade, como repartir o pão e compartilhar o milagre da fé, na ação de perdoar a dívida de US$900 milhões de dívida de 12 países africanos e o anuncio do fortalecimento da Agência Brasileira de Cooperação, que passará a coordenar as estratégias de comercio e investimentos para a África.

Já os que raciocinam como o princípio de processo imperialista econômico, entende que a Chefe do Poder Executivo no Brasil tem em sua formação acadêmica a Economia. E em 11 de maio do corrente ano, numa reportagem de Eleonora de Luana na folha de São Paulo, com o título "Políticas são capturadas pelo capital financeiro mundial" onde há uma foto de Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega, onde há uma fala do filósofo Alysson Leandro Mascaro em que ele afirma "Há quem tenha esperança nas crises. Não é o meu caso. Elas tem servido apenas para um rearranjo das mesmas formas sem superá-las. O capital se revigora quando abalado neste contexto presente."

E pra acrescentar a Revista Fobes publica em 23 de abril de 2013, apud.ao Diário da Região de São José do Rio Preto-SP., que Dilma Rousseff é considerada hoje a 2a. mulher mais poderosa do planeta, num texto intitulado "The word"s 100 Most Powerful Womem". E é neste contexto que ela viaja para a África.

Enquanto isto, podemos afirmar que a presidente faz de conta que não toma conhecimento do bloco "Aliança do Pacífico" que se firma na América em oposição ao Mercosul. No mesmo contexto econômico em que está havendo uma necessidade de desaceleração da economia da China, enquanto que os Estados Unidos tenta retomar a economia. Com isto podemos crer que as maiores economias vão seguindo em caminhos opostos. E em termos capitalistas o Brasil até pode deparar com algumas dificuldades, como aos poucos os índices da industria brasileira comparados com 2008 se alterou e a dívida destas industrias que era de US$63 bilhões foi para  US$65 bilhões. E é neste contexto que ela fala do perdão da dívida.

Enquanto que a Unidade Africana está discutindo em como conter o foco de manifestações e rebeliões que pode ter um caráter nacionalista mas também pode ser instigado por países desenvolvidos que desejam, queimar a munição, explodir um pouco de bombas enfim estabelecer o giro do capital para as industrias bélicas uma vez que tudo é comércio é negócio e a ideia é a criação de uma força militar para lidar com as reações rápidas, para lidar com as emergências regionais. Pois mais incrível que pareça a UA-Unidade Africana, foi incapaz de controlar os golpes militares de Guiné Bissau, do Mali e nem as ofensivas dos grupos islâmicos do Mali e da Nigéria.

Desta forma a visita da Sra.Rousseff, remete-nos a fábula do escritor Esópo, nascido em Trácia no final do Século VII e que segundo Aristóteles foi escravo de Jádmon em Samos, mas que escreveu "A galinha dos Ovos de Ouro". Se traçarmos um estudo comparativo, vamos dizer que perdoar a dívida dos Estados Emergentes é para preservá-los, como possível consumidores, pois com certeza os juros as correções monetárias, já foram suficientes para quitar o montante. E assim a industria brasileira que reclama a queda significativa em termos de valores, pode ter os seus produtos e capitais, para o bem do consumo dos povos africanos. E isto é o princípio do imperialismo econômico, estabelecendo outros países como dependente do capital econômico, financeiro, depois culturais educacionais, científicos e assim por diante. Ou seja não se pode matar a galinha dos ovos de ouro.Com isto haverá a exploração de um homem sobre o outro e como exemplo podemos citar o que diz a ONG Human Rights Watch, que dizendo da remoção de uma comunidade em Moçambique devido as atividades de duas empresas brasileiras, deixando os moçambicanos trabalhadores, com interrupções significativas em relação a comida, a água e ao trabalho, graças a ação das empresa Vale e a do Rio Tinto que investiu US$10 bilhões nas minas na região do Teté, onde há uma das maiores reservas de carvão não exploradas do mundo. E pagaram apenas R$4000 de indenização as pessoas. Ou seja foram insensíveis, ou melhor foram pragmáticos econômicos em sugar o sangue daqueles coitados. E por meio de uma nota da empresa diz que 1365 famílias foram colocadas em dois assentamentos, ou sejas há mais gente sem estar assentadas, além do mais sem infra-estrutura até o momento.

E é esse rearrajo que diz o filósofo Alysson Mascaro, pra superar a queda dos bilhões de dólares perdidos pela industria brasileira. Ou seja é algo fantasiosos para o trabalhador, que não vai ter os seus prolemas sociais resolvidos nem do Brasil nem do Continente africano. Em outras palavras o capital é o bem do capitalista, que financiam governos, massacres, projetos de educação que não dá certo, e é pra não dá mesmo, pois seguem a máxima de Lao Tsé "instruir o povo é enfraquecer o governo". E desta forma não há uma reação popular numa perspectiva de socialização dos meios de produção, num patamar socialista.

No Brasil, a tática usada para o controle do povo são as bolsas, como bolsa gás, bolsa família, bolsa educação, ou seja o controle da miséria, através desta ração barata pra esvaziar os movimentos sociais.

Quanto a ideia da exploração de um país sobre o outro, vejo os africanos trabalhadores entre a cruz e a espada. Os países nas sua grande maioria pensam no armamento bélico pra reprimir o próprio povo. Que pode organizar-se em Igrejas, ou outros movimentos. Por certo não deve haver uma unidade política pra enfrentamento do próprio Estado. Por outro lado vemos a ideia do fogo externo provindo da ideologia capitalista e do processo imperialista econômico, que pode levar esses países a um novo processo de dívida  na equação países ricos versus países em desenvolvimentos.

E é neste contexto que entendemos a viagem de Dilma Rousseff, deixando engordar as galinhas dos ovos de ouros, assinalando os mecanismos econômicos, políticos pra manter a exploração, ou seja olhar as galinhas com a esperteza de raposa.



Manoel Messias Pereira
professor de história
poeta e cronista.

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