quarta-feira, 2 de abril de 2014

Crimes não podem continuar impunes, diz diretor da Anistia Internacional


Grupo lançou campanha nesta terça-feira, 1º, para mobilizar a sociedade em torno da revisão da Lei da Anistia

                   THAISE CONSTANCIO - Agência Estado

RIO - A organização da sociedade civil Anistia Internacional Brasil lançou nesta terça-feira, 1º, a campanha 50 Dias Contra Impunidade, na frente da Câmara de Vereadores, na Cinelândia, no centro do Rio. O objetivo é colher assinaturas para revisão da Lei de Anistia, de 1979, para que agentes de Estado que cometeram crimes durante a ditadura militar possam ser punidos.

Voluntários em outras cidades brasileiras como Brasília, São Paulo, Goiânia (GO), Belém (PA), Dourados (MS) e Porto Alegre (RS) também se organizam para expandir a ação pelo País.


Campanha pede revisão da lei que perdoou
torturadores do regime militar - Marcos de Paula/Estadão
Marcos de Paula/Estadão
Campanha pede revisão da lei que perdoou torturadores do regime militar
Quem passava pela Cinelândia na manhã desta terça, se deparava com 20 placas que representavam o escudo e a bota usados pelo Exército. Nelas estavam escritos fatos que marcaram a ditadura militar como "1970: Criação do DOI-Codi e de outros centros de tortura" e "1981: Atentado do Riocentro". Em todas, a frase "Dê fim à impunidade. Assine a petição: anistia.org.br" completava a ação. Durante quase dois meses, cidadãos poderão assinar a petição online que apoia a revisão da Lei.

"Não estamos apresentando uma proposta de lei. Queremos mobilizar a sociedade e chamar a atenção do Estado e do Legislativo para mostrar a importância de romper com esse ciclo de impunidade e completar a transição para a democracia mandando uma mensagem clara para a sociedade e para o mundo de que crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado durante a ditadura não podem permanecer impunes", afirmou o diretor da Anistia Internacional Brasil, Átila Roque.

A campanha, lançada prioritariamente nas redes sociais para atingir os jovens, faz um paralelo entre os abusos no período da ditadura militar e na atualidade. Entre as peças estão fotos do jornalista Vladimir Herzog, morto no DOI-Codi de São Paulo, em 1975; da chacina da Candelária, quando policiais militares assassinaram meninos de rua no Rio, em 1993; e da auxiliar de serviços gerais Claudia da Silva Ferreira, arrastada por cerca de 350 metros por um carro da polícia no Rio, em março de 2014.

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Manoel Messias Pereira

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