terça-feira, 1 de abril de 2014

Literatura Reflexiva -João Marino Delise, Chacal e Manoel Messias Pereira


O Golpe de 1964

Em trinta e um de março de sessenta e quatro.
Época em que eu estava estudando o quarto ano,
Numa tarde bem quente em que estava na roça,
Eu escutei na cidade alguns rojões estourando.

O golpe estava deflagrado lá no Rio de Janeiro.
O país quase inteiro, aquela revolução apoiava,
Pois tinham muito medo que um tal comunismo,
Que com muito cinismo, a nossa elite propagava.

Foram vinte anos de trevas, mentiras e prisões,
Se falasse a verdade, vinham as perseguições
E só tinham razão, quem este golpe apoiasse.

Os intelectuais que não aceitaram as mentiras,
Eram presos, exilados ou até mortos pelos tiras.
Pois o poder temia, que a verdade triunfasse.



João Marino Delise

professor e bancário
Maringá - PR - Brasil

RÁPIDO E RASTEIRO
Chacal

vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
aí eu paro, tiro o sapato
e danço o resto da vida


poeta Chacal

Rio de Janeiro -RJ - Brasil



Golpe Cego 64

Quando a massificação
entrou em ação
quebrou o sistema
golpeou com violência
e obrigou-nos a viver a inocência
em plena via de deslacração
disritmia,onde a função natural
foi o fato prático
e o momento político
o advento total e crítico
 onde adormeceu
a justiça e a ação
e se implantou neste país,
 a corrupção
e ela está aí até hoje,
mais viva do que nunca.


Manoel Messias Pereira

poeta

São José do Rio Preto - SP - Brasil




Um comentário:

  1. NOSSOS GRITOS
    Carlos Silva

    Os sonhos tangidos ao longe, tingidos de outras cores rubras, em secretos locais escuros tapando a visão e calando a boca que gritou e fe-la ouvi por outros ouvidos que também aprenderam o valor do grito.
    A chama que chama inflama e clama por um justiça deposta em quartos escuros, onde a baioneta servia de forma opressora, e os bicos dos coturnos encontraram rostos, estomagos, pernas e costas, numa maltratança desumana.
    E O GRITO?
    O grito se fez forte, balançou estruturas onde ostentavam os botões dourados e seus verdes caps perderam a sua "MANDANÇA autoritária.
    Eles sim, o grito deles calaram e o povo eclodiu, foi reparido, arrebentou a placenta, resurge feito fenix, em meio a tantas cinzas de maus tratos vividos.
    Quanto sangue engolido em soluços mudos agora era representado por quem não desistiu dos mesmos ideais e tantos sonhos.
    Tantos gritos ecoados em verde, amarelo azul e (NÃO MAIS) branco, todavia, tingidos de vermelho enfileirados em trincheiras, agonizantes mas não recuantes da lida que o fez BRASILEIRO.

    Carlos Silva - poeta e cantador

    ResponderExcluir

opinião e a liberdade de expressão

Manoel Messias Pereira

Manoel Messias Pereira
perfil

Pesquisar este blog

Seguidores

Arquivo do blog