terça-feira, 26 de outubro de 2010

Nota do PCB

TODO APOIO À LUTA DOS TRABALHADORES FRANCESES

Relato de um caso de homofobia que ocorreu em uma festa da USP

Adeus social-democracia, olá esquerda anticapitalista





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Todo apoio à luta dos trabalhadores franceses







Crédito: boston.com





(Nota Política do PCB)



O Partido Comunista Brasileiro - PCB se solidariza com os trabalhadores, aposentados e o povo Francês que luta contra os avanços do capital sobre seus direitos. No rastro da crise cíclica do capitalismo, que colocou às claras os meandros da acumulação do capital e da rapina que os grandes bancos e instituições financeiras fazem à população de todo o mundo, os Estados se prontificaram a salvar o capitalismo, injetando volumosos recursos nas instituições do capital – bancos e empresas privadas que foram e estão sendo salvas pelos Estados, às custas de aumento da arrecadação tributária e de cortes nos recursos dos trabalhadores.



Por outro lado, esse mesmo Estado, que na França tem à frente a direita mais atrasada representada por Sarkozy, quer reduzir os direitos dos trabalhadores que foram conquistados com duras lutas durante décadas de greves e manifestações. Neste momento em que a grande contradição de classe reaparece claramente, os trabalhadores franceses, reagindo ao rotineiro conluio da burguesia com o Estado, ocupa as ruas, as portas das fábricas e as universidades para fazer valer os seus direitos e avançar na organização dos trabalhadores pelo seu objetivo político.



O PCB apóia essa luta de classe e de massa que se desenvolve na França, com a esperança e o firme engajamento de que essa luta se transforme em uma luta permanente anti-capitalista e pelo socialismo.



É importante registrar que, apesar da vitória do governo de direita na França (por exígua margem de votos - 177 a 153) - que aprovou seu plano para aumento da idade mínima para aposentadoria, de 60 para 62 anos, e de 65 para 67, para que o trabalhador receba o benefício integral, dentre outras medidas -, os trabalhadores e a juventude da França deram mostras da capacidade de organização e mobilização popular contra os ataques a seus direitos, desgastando politicamente o governo francês e servindo de exemplo para os trabalhadores de toda a Europa (que se mobilizam em vários países) e de todo o mundo.



Comissão Política Nacional



PCB – Partido Comunista Brasileiro













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Relato de um caso de homofobia que ocorreu em uma festa da USP





Encaminho relato de um amigo meu sobre caso de homofobia que ocorreu dia 22 de outubro na festa "Outubro ou Nada". Peço por favor que reencaminhem para suas listas. O caso deve ser publicizado para que não volte a se repetir. Infelizmente ainda existem pessoas que pensam que homofobia não deve ser crime, ou então, que só passa a ser crime quando há agressão física.



Colo também no corpo do email o relato



Abraços,

Flávia Ferrari





Relato – Homofobia em festa da USP



Atitudes como as que aconteceram na última sexta-feira impedem que eu me cale ou tenha medo de mostrar a realidade para todos os alunos da USP e demais pessoas que porventura leiam esse relato.



No dia 22 de outubro, eu, Henrique Andrade do terceiro ano de Biologia da USP, estava junto com meu namorado na festa “Outubro ou Nada” realizada pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) em um imóvel na Rua Itororó, 226 no Morumbi. Fomos junto com meus amigos de curso aproveitar essa festa, após uma prova. Estávamos cansados, e eu e meu namorado sentamos em um sofá em um dos cômodos da casa onde outras pessoas também descansavam. Conversávamos abraçados quando três caras se dirigiram até nós e começaram a nos xingar. Estavam visivelmente alcoolizados, e disseram inúmeros palavrões, gritaram para que saíssemos da festa pois estávamos manchando o lugar e usaram diversos adjetivos homofóbicos.



Enquanto apontavam os cigarros acesos em nossos rostos, como forma de intimidação, um deles jogou um copo cheio de bebida em nossas roupas. A partir desse momento as agressões morais somaram-se às agressões físicas: foram chutes e socos, enquanto meu namorado os empurrava tentando nos defender. Duas meninas que estavam no local chamaram um segurança, que para meu espanto ao chegar no local nada fez. Nitidamente compartilhando da visão homofóbica dos agressores, o segurança ficou olhando a briga enquanto eu gritava pedindo para que ele retirasse aqueles três caras do recinto. Nesse meio tempo, levei um tapa na cara na frente do segurança enquanto tentava dialogar com os indivíduos e um deles falou que eu e meu namorado estávamos marcados.A equipe de segurança só tomou uma atitude após a formação de um aglomerado indignado com a barbárie que estava acontecendo.



Os agressores homofóbicos foram contidos, mas não foram retirados da festa. Reencontrei com meus amigos de curso e contei a eles sobre a barbárie ocorrida. Indignados, entraram em contato com pessoas da ECA. O vice-presidente da Atlética da ECA foi muito atencioso e pediu milhares de desculpas. Depois que ele conversou com os seguranças, a equipe responsável retirou os agressores. Eles relutaram em sair da festa, e continuaram com ameaças e xingamentos do lado de fora dos portões do casarão. Foi preciso escolta até um táxi para que pudéssemos sair da festa.



No sábado, dia 23, soube que mais tarde na festa o carro de uma menina foi depredado pelos mesmos três agressores. Eles chutaram e urinaram nas portas do carro dela, porque ela respondeu “sim” após eles perguntarem se ela tinha amigos gays.



Eu e meu namorado estamos bem fisicamente, mas a agressão moral ainda dói. Estamos tomando as providências cabíveis juntamente com o Centro Acadêmico (CA) da Biologia e a Defensoria Pública do Estado de São Paulo (existe a Lei Estadual 10.948/2001 de combate à discriminação homofóbica em São Paulo). Não quero punir ou me vingar de ninguém, só não acho que atitudes homofóbicas como as ocorridas na festa pelos agressores e pelo segurança devam ser vistas como naturais, relevadas pelas pessoas. Nunca imaginei que seria vítima de um tipo bárbaro de agressão como esse, e quero alertar e servir como atitude precedente para os que sofrerem com situações semelhantes. Não vou me calar perante essa covardia.



Reforço a ajuda da Atlética da ECA na resolução dessa barbárie. Sei que tanto o CA quanto a Atlética da ECA não apóiam essa atitude homofóbica dos agressores e do segurança da festa. Infelizmente a equipe contratada não está preparada para lidar com a diversidade. Que eles não sejam chamados para outras festas na USP, ou que aprendam a tratar de forma não discriminatória os gays. E que a ECA se posicione formalmente sobre esse lamentável ocorrido.



Quero agradecer a todos os amigos pela preocupação que tiveram comigo e com meu namorado. Muito obrigado.



Não à homofobia !



“E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor?” Caio Fernando Abreu















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Adeus social-democracia, olá esquerda anticapitalista



Crédito: PRCC









Teodoro Santana



A queda da social-democracia em toda a Europa não obedece a uma melhor ou pior gestão de seus líderes. Pelo contrario, deve-se a uma implacável necessidade histórica. Aliás, ao desaparecimento do papel histórico da social-democracia.



Os partidos chamados "socialistas" representaram as políticas do "Estado do bem-estar", de fazer dos trabalhadores dos países imperialistas partícipes das migalhas dos fabulosos benefícios saqueados do Terceiro Mundo, na forma de salários mais altos, concessões sociais e certo nível de vida. De modo que estas políticas social-democratas criavam um colchão que amortizavam a luta de classes e estabeleciam um "cordão sanitário" diante do "comunismo" que representava a URSS e os países socialistas da Europa do Leste.



A imensa maioria dos trabalhadores europeus associou, dessa forma, sua vida relativamente cômoda com a social-democracia, que falava sempre em seu nome (e até, como no caso espanhol, com seu nome) diante das políticas abertamente antitrabalhistas dos partidos de direita.



Mas dois acontecimentos históricos vieram transformar radicalmente a situação. Por um lado, a queda do socialismo soviético, tornando desnecessário esse "colchão" diante do "perigo do Leste". Não em vão, a queda da URSS abriu caminho às políticas de extrema direita capitalista (o chamado "neoliberalismo"), encabeçadas por Reagan, nos Estados Unidos e Tatcher, no Reino Unido.



Por outro lado, a crise de agonia do capitalismo, principalmente nas grandes potências imperialistas, era incapaz de gerar os inúmeros volumes de capital necessários para sustentar sua acelerada carreira a lugar nenhum. Já não sobram nem as migalhas que iam parar nas mãos da classe trabalhadora. Trata-se de raspar o caldeirão para juntar até as raspas. E isso significa diminuir salários, reduzir pensões, baratear demissões e liquidar qualquer resistência operária, incluindo a dos sindicatos mais reformistas. Isto é, a luta de classes escancarada e hostil.



O dilema para os partidos "socialistas" é: persistir nas políticas do "estado do bem-estar", com o risco de serem varridos por um sopro pelas oligarquias capitalistas que os apoiaram e até financiaram quando lhes interessava sua existência, ou adotar as políticas da direita capitalista "pelo bem da classe operária". O primeiro, não apenas, não vão deixá-lo fazer (e nem lhes passa pela cabeça radicalizar-se nem fazer políticas verdadeiramente socialistas); e o segundo supõe perder cada vez mais o apoio da imensa maioria das trabalhadoras e dos trabalhadores, e não ganhar nada no espaço da direita.



O fato de o colapso da social-democracia não ser absoluto e rápido, é devido à confiança que alguns setores ainda mantêm de voltar aos "bons velhos tempos", associados à social-democracia. E, evidentemente, ao temor de que os partidos de direita façam igual ou pior. À medida que a fantasia da "recuperação econômica" vai se evaporando, vai ocorrendo o mesmo com relação ao apoio aos partidos "socialistas".



Inclusive, dentro da social-democracia, vão aparecendo correntes que resistirão a este desvio direitista e suicida, e cujo acontecer dependerá muito das particularidades destes partidos em cada país. É previsível, em todo caso, a aparição de correntes de esquerda e fortes contradições internas.



Neste cenário, é dramática a divisão e a dispersão da esquerda anticapitalista, fator que não aparece na equação e que, caso aparecesse, aproveitaria uma oportunidade histórica única para mudar o curso dos acontecimentos. A unidade de todas as forças da esquerda – comunistas, socialistas revolucionárias, sindicatos - em torno de um programa anti-imperilista é, portanto, urgente e inadiável.



Boicotar este processo, bombardeá-lo com as velhas inércias de protagonismos baratos e mesquinhez, sempre reprovados, converte-se em uma atitude verdadeiramente criminosa em um momento em que temos a possibilidade de abrir caminho ao futuro, à esquerda anticapitalista, ao socialismo.



(*) Teodoro Santana é membro do Comitê Central do Partido Revolucionario de los Comunistas de Canarias (PRCC)



Tradução: Valeria Lima

























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Comite Regional PCB - SP



Tel: (11) 31068461

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Manoel Messias Pereira

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