domingo, 26 de dezembro de 2010

Amizade

Consta em minha boca
um sabor acre de folha mascada,
a poesia caseira impregnada
de farinha e fermento.
Cada mesa esfarinhada
requer um pão levendado,
e as dobradiças da porta anunciam
que chega mais um para a festa.
No pátio, o forno de tijolos
pedras aquecidas pelas chamas
e no ar o cheiro de erva-doce.
O ritual está findo
quando o pão é repartido,
e cada um encontra em seu pedaço
a assada impressão digital do padeiro.






Marília Bessa Zenkner

 natural de Cruz Alta-RS

poetisa  brasileira.




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Manoel Messias Pereira

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