Pedro Pires
Presidente de Cabo Verde
28-12-2010
Côte d'Ivoire
Presidente cabo-verdiano integra delegação que procura "saída que promova a paz e a estabilidade"
Cidade da Praia - O presidente cabo-verdiano, Pedro Pires, desloca-se hoje (terça-feira) à Costa do Marfim, acompanhado pelos presidentes de Benim e Serra Leoa, para "tentar uma saída que promova a paz e a estabilidade duradoura daquele país, na sequência da crise pós-eleitoral".
Segundo uma nota enviada pela assessoria de imprensa da presidência, durante a estada na capital marfinense, Pedro Pires irá encontrar-se com Laurent Gbagbo, presidente cessante, e Alassane Ouattara, vencedor das últimas eleições, que são os principais protagonistas do impasse que se vive naquele país da costa ocidental africana.
Além disso, o chefe de Estado cabo-verdiano irá encontrar-se com "outras personalidades, membros da sociedade civil marfinense", acrescenta o comunicado.
A decisão de fazer deslocar a Abidjan esta delegação composta por três chefes de Estado saiu da cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) realizada no dia 24, em Abuja (Nigéria), sobre a crise marfinense.
Esta semana, o governo cabo-verdiano divulgou um comunicado no qual considerou "complexa e complicada" a situação de crise pós-eleitoral vivida na Côte d'Ivoire e fez um apelo ao diálogo para evitar uma nova guerra civil naquele país.
"Cabo Verde defende também a resolução pacífica dos conflitos pela via do diálogo, a qual deve ser sempre privilegiada, assim como o respeito, por todas as partes e intervenientes sem exceção, dos direitos fundamentais da pessoa humana".
Para o governo cabo-verdiano, estão presentes na Côte d'Ivoire todos os ingredientes para uma guerra civil, que poderá ultrapassar fronteiras e desestabilizar toda a subregião oeste africana.
"Pelo peso económico da Côte d'Ivoire, um eventual cenário de guerra e/ou agravado por sanções económicas e financeiras contra esse país poderá ter repercussões gravíssimas em todo a economia dos Estados da CEDEAO, sobretudo neste período de crise económica internacional", alerta o comunicado.
A mensagem diz ainda que qualquer intervenção de Cabo Verde nesse processo deve, em primeiro lugar, privilegiar o quadro regional (CEDEAO e União Africana) e internacional (Nações Unidas) e, em segundo lugar, tudo fazer para evitar Côte d'Ivoire caia de novo na guerra civil, defendendo os interesses da comunidade cabo-verdiana radicada naquele país.
O executivo cabo-verdiano recomendou ainda uma mediação internacional, "sem quaisquer condições prévias, sob os auspícios da União Africana e da CEDEAO", a ser "proposta às partes em conflito".
Presidente cabo-verdiano integra delegação que procura "saída que promova a paz e a estabilidade"
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