quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Noite Feliz

 





Noite feliz...

23/12/2010 

Fonte: Jornal de Santa Catarina



Uma de minhas amigas, que foi passar na casa de parentes em São Paulo o feriado de Natal, comentou, horrorizada, que a noite da festa teria como fundo musical os mais novos sucessos do “rock pauleira”, no volume mais alto. Não que houvesse adolescentes na casa, pelo contrário, os mais jovens já passaram dos 30. Além disso, já não se enfeita mais a árvore de Natal, não há presépio, nem nada. De todas as tradições, sobraram apenas alguns enfeites espalhados pela sala, os comes e bebes, e – naturalmente – os presentes. Suas críticas me levaram a uma noite bem diferente, que passei com minha mãe em casa de amigos. Em março daquele ano, meu pai falecera. Não havia clima, em casa, para uma festa, mesmo a mais discreta. A sensibilidade e a solidariedade desses amigos foram o melhor presente que recebemos naquele Natal. Iluminação suave na sala, quatro adolescentes comportados – o que, por si só, já é um milagre! – e, antes da distribuição dos presentes, a música incomparável de Vivaldi, ouvida em silêncio. A animação dos jovens aconteceu depois, ao abrirem seus pacotes, numa reação saudável que contagiou a todos. A ponte entre o luto e a alegria foi construída pela música. Ela sempre fez parte da minha vida, já que comecei a dedilhar o piano aos cinco anos de idade, estimulada por meu pai, e só parei com os estudos aos 18. Depois continuei tocando, principalmente os clássicos, até alguns anos atrás, quando dores na coluna me obrigaram a parar. As principais manifestações religiosas do cristianismo sempre foram acompanhadas pela música. Compositores de todas as épocas criaram missas, oratórios, réquiens e outras peças para suas comemorações. Os hinos de Natal fazem parte desse acervo, tanto aqueles compostos especialmente para a data quanto os originários do folclore de diversos povos. Arranjos diferentes modernizam velhas composições, e outras, novas, são acrescentadas. Não importa o seu ritmo: animadas ou românticas, melancólicas ou alegres, essas músicas fazem parte das tradições mais antigas da festa. Basta que lembremos que, na noite original, os pastores, além da visita dos anjos, foram brindados com um coral que cantava “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na Terra aos homens a quem Ele quer bem!” Feliz Natal!















©UN
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Manoel Messias Pereira

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