Feira Preta
20/11/2010
Um evento que reúne, em um só lugar, artes plásticas, shows, cinema, teatro, gastronomia, moda, literatura e turismo, em um quase "tudo-em-um". O diferencial: as manifestações artísticas são todas sobre a cultura negra. É o que mostra a Feira Preta, que acontece entre os dias 18 e 19 de dezembro no Centro de Exposições Imigrantes, na Água Funda. Já na sua nona edição, a Feira Preta, com o Instituto Feira Preta - que promove o evento - sempre teve a preocupação de gerar a reflexão e a discussão da cultura negra na sociedade, segundo a fundadora e coordenadora da feira, Adriana Barbosa. "Serve como questionamento da inserção da cultura negra". Enquanto os eventos realizados mensalmente pelo instituto procuram levar a interpretação dos negros sobre a cultura na qual vivemos, a feira funciona como uma grande festa da cultura negra, que coloca todo mundo em um lugar só. Por isso, não precisa ser negro para participar da feira; ela é aberta a pessoas de todas as origens e etnias - um programa que é assiiim...uma Brastemp. O trio Nu Beginnings é uma das atrações da Feira Para se ter uma ideia do tamanho do evento, que é o maior da América Latina, neste ano os visitantes serão brindados com shows do trio Nu Beginnings, dos Estados Unidos, do Quinteto Branco e Preto, além das apresentações teatrais de Abdias Nascimento e de os Crespos, e exibições de curtas-metragens. Além disso, duas exposições trazem um pouco da cultura negra, com a África em Nós e a da Black Barbie, que comemora os 30 anos de fabricação da primeira Barbie negra. Claro que, com uma programação variada dessas, a fome é inevitável. E a feira será uma oportunidade especial para experimentar a gastronomia típica africana, como feijoada e acarajé, por exemplo. E a feira não fica somente nas manifestações artísticas. Outro ponto forte, e foi o que deu origem ao evento, é a presença das empresas que vendem produtos voltados para os negros. São roupas que, com suas formas, cores e estampas, valorizam o formato do corpo, além da maquiagem e acessórios. A literatura também estará lá, assim como artigos para decoração e artesanato. A programação inclui apresentações de música e dança Tudo começou quando Adriana, que é negra, perdeu o emprego em uma gravadora, em 2002. Com uma amiga, elas decidiram participar da feira que acontece todos os sábados na praça Benedito Calixto, em Pinheiros, conhecida pelos seus produtos alternativos, antiguidades e shows. "Eu vendia bijuterias e pensei em fazer algo parecido voltado para a cultura negra", lembra. "Não existia festivais com esse tipo de arte". A Feira Preta aconteceu informalmente na Benedito Calixto até 2004 e foi crescendo com o passar dos anos. Adriana sempre visitava outras feiras alternativas da cidade, para identificar o perfil dos expositores e ver quais tinham mais a cara dos produtos voltados para os negros. Mais tarde, o evento foi transferido para o Anhembi e é a primeira vez que acontece no centro de exposições da Imigrantes: na edição de 2009, a feira recebeu 12 mil pessoas do Brasil todo e, neste ano, traz 100 expositores. Uma oportunidade surpreendente de ver como a cultura negra e a brasileira são tão parecidas - mas cada uma com sua particularidade.
©UN
Plugar Informações Estratégivas S.A
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