quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Manifestações estudantis de Londres

 
A polícia de Londres estava dispersando, na noite desta quarta-feira, uma manifestação de milhares de estudantes, que voltaram às ruas do centro da cidade para protestar contra um aumento nas taxas anuais de empréstimos universitários.







Dois policiais e ao estimados 11 civis ficaram feridos durante as marchas, e ao menos 29 pessoas foram detidas. Elas estavam sendo soltas gradualmente na noite desta quarta. Um carro da polícia chegou a ser cercado e atacado.





Os estudantes também ocuparam ao menos 12 universidades, em Plymouth, Oxford, Birmingham, Londres e Bristol. Marchas e outros protestos também ocorreram em universidades e colégios em Manchester, Liverpool, Sheffield, Cambridge, Leeds, Newcastle e em várias cidades da Escócia.





Um porta-voz do governo britânico afirmou que "as pessoas têm direito de protestar, mas não há lugar para violência e intimidação".





Cortes





O plano do governo é cortar o orçamento para a educação superior em até 40% e eliminar as bolsas para professores, salvo as de ciência e matemática, dentro do plano de austeridade que visa reduzir o deficit público do britânico.





Outros custos da educação devem passar a ser financiados pelo aumento nas taxas dos empréstimos estudantis cobrados pelas universidades, que seriam elevadas a partir de 2012.





Estudantes dizem que parlamentares quebraram sua promessa





O piso das anuidades dos empréstimos passaria de 3.290 libras (R$ 8,9 mil) para 6 mil libras, e algumas universidades poderiam cobrar até 9 mil libras em "circunstâncias excepcionais" - se oferecem, por exemplo, bolsas e programas que incentivassem estudantes mais pobres a cursá-las. Segundo autoridades, o novo sistema é mais "justo".





O empréstimo de anuidade poderá ser quitado quando o formando estiver ganhando um salário anual a partir de 21 mil libras.





Parlamentares são alvo





Depois de se reunir em Trafalgar Square, no centro da capital britânica, os estudantes marcharam em frente à residência do primeiro-ministro, em Downing Street.





Logo em seguida, a polícia conseguiu conter o protesto, antes que os estudantes chegassem à praça em frente ao Parlamento.





Um outro protesto de estudantes em Londres, há duas semanas, acabou com um ataque à sede do Partido Conservador (governista).





Nesta quarta-feira, os manifestantes tentaram se reunir em frente à sede do Partido Liberal Democrata (do vice-premiê Nick Clegg), cujos líderes se transformaram em alvo dos estudantes.





Eles acusaram os parlamentares do partido de não cumprir a promessa de votar contra o aumento nos empréstimos estudantis.





Clegg disse à BBC Radio2 que "odeia" fazer promessas que "depois você descobre que não pode cumprir", alegando que teve que ceder na questão para compor a coalizão governista com o Partido Conservador (do premiê David Cameron).





Estudantes em Birmingham pediram que as direções das universidades rejeitem o que chamam de "um plano socialmente regressivo que limitará o acesso à educação". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.




(Trecho do Jornal Estado de São Paulo - 25 de novembro de 2010)

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Manoel Messias Pereira

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