Este velho farol abandonado,
sua torre, sua luz e seu rochedo
que espera toda noite pelo grilo de um telégrafo,
o zumbido elétrico,
Este farol vazio, sem faroleiro,
fora de rota, este farol sem navio,
sem capitão, sem timoneiro,
devolvido aos homens, ao mar e aos céus,
aos pios das aves e ao embate do vento,
ao ritmo eterno das vagas e das marés
que embalam o sono do não tempo,
este farol vazio, sem emprego,
restando a iluminar-se a si,
a última luz no oceano do degredo,
a Lâmpada acesa que hoje guia as estrelas,
e somente as nuvens me saúdam ainda
quando passam com as vagas e as baleias.
Augusto Bicalho
(As paredes Caiadas)
Nankin Editorial
São Paulo-Capital
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