quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sorocabana nas vésperas da emancipação de escravos: uma análise no Diario de Sorocaba







Sorocaba às vésperas da emancipação de escravos: uma análise da semana no Diário de Sorocaba

por Patrícia Leardine


Sobre a autora[1]

Introdução

"(...) a ignorância do passado não se limita a prejudicar a compreensão do presente; compromete, no presente, a própria ação".

Marc Bloch

Perguntei-me o que poderia ter acontecido aos escravos em Sorocaba após a emancipação. Inicialmente, percebia que compreender tal processo era buscar por eventos muito específicos numa realidade feita no plural.

Decidi utilizar algumas edições do Diário de Sorocaba considerando que, “A imprensa constitui um instrumento de manipulação de interesses e intervenção na vida social”[2].

Utilizar os jornais não é fazer uma pesquisa sem rigor, tampouco é preciso verificar verdadeiro ou falso como a produção histórica tradicional pedia. Segundo Capelato, "todos os documentos são ao mesmo tempo, falsos e verdadeiros”[3]. A tarefa é chegar à construção do significado aparente, analisar as condições de produção da fonte.

Através das edições do Diário de Sorocaba[4] pretendo analisar como o jornal vê o negro, escravo e liberto às vésperas do fim da escravidão. Durante a pesquisa a novidade veio: Sorocaba havia emancipado seus escravos um ano antes de maio de 1888. Mas por quê? Carlos Cavalheiro[5] conta que,

"Às portas da abolição da escravatura, a cidade de Sorocaba já possuía algumas fábricas, uma das quais era têxtil de grande porte, uma estrada de ferro, capital obtido com o tropeirismo (tanto no mercado de animais como na prestação de serviços e no comércio em geral) e com a produção e comércio de algodão".

Nesse contexto de firmamento capitalista os escravos eram mais custosos porque correspondiam a um capital que, segundo Prado JÚNIOR[6], dura a vida de um indivíduo numa forma de “adiantamento em longo prazo” de seu trabalho, enquanto que o assalariado trabalha sem o adiantamento, portanto, o capitalismo dispensaria a escravidão.

Segundo Cavalheiro[7], a modernização capitalista se intensificou em Sorocaba a partir do cultivo do algodão, do surgimento de máquinas, do processo de urbanização, e também do surgimento de outras indústrias, usando o trabalho livre e assalariado. O cultivo também precisava do transporte por ferrovia, o que implicou numa rede de modernizações na cidade.

Segundo Andrews[8], anos depois da emancipação da colônia, o tráfico de escravos é proibido (1831), mas a lei é desobedecida. Somente em 1850 acontece o fim do tráfico no Brasil, e o comércio de escravos continua acontecendo internamente. Nesse momento, aumenta a pressão diplomática para abolir a escravidão. Iniciam-se as concessões de liberdade: os escravos passam ter a oportunidade de serem ouvidos em tribunais. Rebeliões, que anteriormente já ocorriam, continuam existindo. Diante de uma população escrava exigindo sua libertação, a elite se preocupa com revoltas e sobre um "futuro" após a abolição.

Segundo Cavalheiro[9], após a proibição do tráfico, Sorocaba começa a receber escravos de outros estados brasileiros. Quanto ao número, Straforini[10] comenta que o abastecimento de escravos era menor, pois a sociedade estava baseada na atividade tropeira e na pequena propriedade rural. O escravo negro em Sorocaba foi usado tanto no campo como na cidade. Havia escravos de ganho e artesãos. Na indústria, trabalharam na fábrica de ferro (Fábrica de Ferro de São João do Ipanema), na produção de chapéus e têxtil, como comenta Cavalheiro[11].

No processo para alterar as condições escravistas, havia defensores da causa como também os que eram inflexíveis. Porém, os escravos também tentaram mudar essas condições. Segundo Cavalheiro[12], exigiam melhoria no trabalho, atraiam donos para conseguirem carta de alforria, acumulavam ganhos para comprar a liberdade, fugiam, organizavam levantes, quilombos, ou então, viam através da morte outra vida: contraiam doenças incuráveis ou cometiam suicídio.

Ócio, vadiagem e desordens

Pretendo começar esta pesquisa analisando os artigos que tratam sobre as questões de ócio, vadiagem e desordens de negros, escravos e libertos.

O comentário do Jornal dos Economistas (Rio de Janeiro) publicado na capa da edição de 20 de dezembro de 1887 em comemoração ao aniversário do Diário de Sorocaba diz que, “(...)É um dos jornaes da provincia que muito se sobresahe, pela parte activa que toma nas discussões dos problemas economicos e sociaes que pendem de solução em nosso paiz". Esse é apenas um artigo para podermos começar a compreender a existência de articulações entre jornais de outras províncias: compartilhamento de questões políticas da época.

Ainda nessa edição, outro artigo traz uma citação do Jornal do Commercio (Porto Alegre) sobre “as maiores necessidades que nos opprime”: a questão dos escravos em meio às pressões de cessar a escravidão, enquanto se perguntavam o que fariam com seus criados e futuros libertos:

Quando se trata de libertar os escravos que ainda existem para provincia, è necessário que tambem alguma cousa so faça no sentido de, garantindo o bem-estar social, obrigal-os, libertos, ao trabalho[13].

O mesmo artigo sugere a criação de colônias e estabelecimentos em que libertos encontrem trabalho e "sejam a elle obrigados", é a ideia de que é incorreto libertar escravos sem providências que garantam trabalho aos libertos, pois se acreditava que eram inclinados ao ócio e desordem.

Há uma queixa sobre a "criadagem" que afirma que antes os escravos não levantavam "clamores", mas agora com os libertos, "poucos elles servem", retiram-se ou deixam a família (acreditavam que se o escravo não fugia era porque tinha medo dos castigos).

Um abolicionista teria mencionado que a necessidade os levaria ao trabalho, e que a província tampouco sofreria com a libertação. O artigo discorda, “(...) poderiamos oppôr innumeros factos passados n'esta capital, onde crescido numero de libertos preferem a ociosidade ao trabalho, tornando-se assim elementos de desordens”[14]. Apesar dessa associação, o artigo concorda com a libertação, sendo o trabalho livre “o único admissivel".

“(...) Acostumou-se a pensar que os escravos não estariam prontos para a vida em liberdade. Entretanto, parece ser o contrário: os proprietários é que não estavam preparados para viver sem eles”[15]. Era essa preocupação com a transição de trabalho que escorria dos artigos do Diário de Sorocaba às vésperas da emancipação.

Contudo, não era somente através da obrigação ao trabalho que o jornal representava o escravo e negro naquele momento. No artigo Magistratura[16], um juíz da comarca de Palma que “nunca julgou um só caso” é retratado como um suplente de cor preta que mal escreve o nome. Não coincidentemente, destacar a cor e a incapacidade era importante. Em outro, trechos do Diário de Notícias da Corte contam sobre mulher que abandonou parto por saber que a paciente era escrava. Dentre anúncios sobre presuntos, sabonetes, querosenes, sandalhas, lampeões elétricos, cigarros, alguém precisava de um quitandeiro “livre ou escravo”.

Na edição de 21 de dezembro de 1887, o artigo “Não temos policia” opina sobre uma desordem ocorrida na Estação Sorocabana em que as pessoas estavam armadas, e segundo Aluísio de Almeida[17], tentavam embarcar os escravos, mesmo contra a vontade de polícia:

A' sahida dos trens da manhã e uma hora agglomeram-se grupos de mais de 300 pessoas armadas de cacetes, garruchas e navalhas que ameaçam à entrada da estação sorocabana, todos quantos presumiam que iam alli impedir o embarque de escravos e depois percorrem a cidade em gritaria infernal.

A policia, ou por sentir-se fraca, ou por ciminoso pacto com os anarchistas, nem lá apareceu! Triste! Triste!

Ainda na edição, um aviso sobre a Reunião Emancipadora, que acontecerá dia 25 de dezembro na Câmara Municipal, promete resolver a situação dos escravos e impedir a vadiagem “não se permittindo vagarem pelas ruas sem occupação honesta individuos de qualquer côr ou nacionalidade”[18].

Outro conflito, dessa vez entre duas mulheres, aparece na edição do dia 23 de dezembro. Na rua Santa Clara, uma “preta” teria atacado uma mulher com um cabo de vassoura:


(...) a preta armada de uma cabo de vassoura convidou a dita mulher a fim de receber - aquelle genero de pagamento; a mulher, porem vendo a moeda, não quiz entrar. Após algumas trocas de palavras, sahiu a dita preta enfurecida, derrubou a mulher, que pelo que parece achava-se um pouco alcoolisada, montou-a sobre a mulher que então cahira de costas, e peguando-lhe na garganta pretendia estrangular (...)[19]

Manumissões

Às vésperas de emancipação de escravos os artigos que anunciavam as alforrias de escravos são publicados em todas as edições sob o título de “Manumissões”. Francisco, Quirino, Vicente, Joanna e Paula são anunciados na edição do dia 21 de dezembro como libertos. Estão sob a condição de prestarem serviços por mais um ano. Sob as mesmas condições, David, José, Candido, Brasilio, Amadeu, Firmino, Armindo, Antonio, Ignez, Elisa, Gertrudes, Brasilia, Francisca "parda" e Francisca "preta". O artigo ainda menciona o coronel Francisco Ferreira Prestes concedendo a liberdade a todos os trinta escravos, inclusive aos já fugidos!

Mais declarações de manumissões são vistas em outras das edições analisadas. Alguns ainda estavam sob a condição de prestarem serviços, tendo escravos que receberam e não receberam suas cartas de alforria.

O dia 23 de dezembro anunciava a escrava Benedicta, 25 anos, comprando sua liberdade por 100$000, e enquanto outros “libertos” estavam sob prestação de serviços, um proprietário concedia liberdade sem cláusula a sua escrava, Rita, 38 anos.

As alforrias ocorriam em massa (entre 1885 e 1887), conta Cavalheiro[20]. As condicionais diziam que o escravo deveria servir por alguns anos, o que dava "segurança" ao seu proprietário, "isso porque se acreditava que os escravos não estavam preparados para a vida em liberdade dado suas más inclinações"[21].

Até a edição de 25 de dezembro, as manumissões acompanham um aviso aos proprietários de escravos na cidade. Os artigos anunciam e convidam à “Reunião Emancipadora” que acontecerá no Natal, “afim de resolver-se pacificamente a emancipação completa de escravos (...) sem desorganização do trabalho”[22]. Na edição do dia da Reunião, o aviso ainda enfatiza que os propósitos são “altamente humanitarios e civilisadores”.

A partir dos artigos do Diário, percebemos que o público que o jornal se destinava fazia parte da classe proprietária da sociedade sorocabana, mas isso não quer dizer que não pudessem existir outros leitores. Contudo, os avisos eram exclusivos aos proprietários de escravos, e havia outros artigos de leitores e correspondentes que discutiam assuntos econômicos, estrangeiros, publicados, às vezes, misturando francês ou alemão ao português. Sem falar dos “Folhetins”, capítulos de romances que prezavam “bons costumes” e delineavam suas histórias à sociedade católica, como em “Como ella o amava”[23], uma narrativa sobre soldados, tiros, Igreja e boas moças que foram possuídas por demônios.

O artigo “Educação do Povo”[24] valoriza o estudante segundo "idéias adiantadas nos ramos que avançam para atingir a inteligência dos homens: noção do justo (direito), princípios corretos (política), prolongar a vida (medicina), riquezas do povo (artes)”. Já o Colégio do Santíssimo Coração de Jesus, pago e somente para mulheres, baseia-se na “educação intelectual" tanto para o lar como para a sociedade[25]. Esses artigos têm seu caráter liberal e elitista, pois fazem parte de uma realidade muito diferente dos escravos, libertos e trabalhadores pobres. Em exemplo de oposição à cultura religiosa popular, o artigo "Spiritismo"[26] declarava que um homem teria saltado de um navio no Rio de Janeiro por conta de "perseguição dos espíritos", esse é colocado como vítima da "perigosa monomania spirita".

Apesar do teor abolicionista, segundo Cavalheiro[27], posição mais clara a partir de 1885 quando o Diário está contra abolição apressada e formas ilegais de tirar o escravo do cativeiro, o jornal ainda não cede espaço aos valores culturais dos negros ou libertos.

Sorocaba Redimida

O artigo “Sorocaba Redimida” dizia às vésperas da emancipação de escravos que,

(...) Os genuinos sorocabanos, os legitimos herdeiros de um nome glorioso, bem assim aquelles que vieram conviver comnosco na vida do trabalho honesto, nunca basearam as suas fortunas no sólo regado com o alheio e sangrento suor[28].

Porém, Sorocaba já havia sido regada sobre o alheio e sangrento suor. Para Cavalheiro[29],

"(...) é comum a tradição oral afirmar que como em Sorocaba não havia grandes culturas agrícolas e, portanto, a economia estava calcada na prestação de serviços, no comércio e outras atividades (como artesanato, indústrias, criação de gado...) os escravos ou eram chamados 'de ganho' ou domésticos. Então, não eram maltratados, não sofriam preconceito, não eram discriminados".

Construída por escravos, Sorocaba só estaria “redimida” a partir da emancipação para o trabalho livre e assalariado. Em 27 de dezembro de 1887, o artigo “Sorocaba Redimida” vem celebrar a libertação:

Calorosos bravos se ouviram de todos os angulos do salão, e serenada a commoção electrica que produziram as palavras eloquentissimas do illustre representante d'este districto, muitos fazendeiros concederam liberdade incondicional a seus escravos e outros reduziram a um anno o praso de liberdade anteriormentes concedidas.

Segundo o artigo, essa decisão refletia a união entre senhores e escravos. O texto glorificava a história sorocabana e o presidente da Assembleia, Ferreira Braga, que discursou durante a Reunião. O mesmo artigo afirmava que foram declaradas 460 cartas de liberdade que seriam entregues aos escravos no dia 1 de janeiro.

Quanto aos festejos de libertação de escravos, Capelato[30] conta que,

“(...) os interesses que efetivamente nortearam o projeto abolicionista não aparecem: as antigas e constantes pressões da Inglaterra, as exigências dos setores mais dinâmicos da economia (cafeicultores paulistas, em especial) aos quais convinham novas relações de trabalho - estes e outros fatores que explicam o movimento abolicionista não são mencionados nas páginas dos jornais”.

Portanto, a “redenção” de Sorocaba se relacionava com a festividade do Natal de 1887, e o acontecimento só foi possível graças aos libertadores de escravos, o que legitimava os feitos dos abolicionistas e ex-proprietários de escravos, desconsiderando, mesmo que implicitamente, a participação dos próprios escravos nesse processo. No artigo “Festa de Natal”, a comemoração e a missa "Concorreu sem duvida para isso o facto grandioso da Redempção da cidade"[31].

Ainda no artigo “Sorocaba Redimida”, a aposta ao trabalho do imigrante é citada como a "concessão illimitada para a introducção de immigrantes". Cavalheiro[32] explica que ao mesmo tempo em que acontecem os debates abolicionistas, surgem projetos que facilitam a entrada de imigrantes. Segundo Fausto[33], a opção pela mão-de-obra imigrante em regiões de economia dinâmica refletiu em desigualdade social negra, pois o término da escravidão não suprimiu o problema dos negros, pelo contrário, reforçou o preconceito.

Azevedo diz sobre a transição de mão-de-obra que,

“Até meados da década de 1880 temos como enfoque privilegiado a escravidão, o negro e sua rebeldia, o movimento abolicionista e as sucessivas tentativas imigrantistas, enfim, o chamado momento de transição para o estabelecimento do trabalho livre. A partir da data abolição, o tema da transição deixa subitamente de existir e o negro, como que num passe de mágica, sai de cena, sendo substituído pelo imigrante europeu. (...)”[34].

Entretanto, a imigração incentivada era, essencialmente, a imigração europeia. No artigo "A Loucura na China"[35] afirma-se que os chineses não seriam tão bons quanto os europeus, pois não possuíam "febre de ambição ou especulação". Associada à libertação dos escravos, a imigração europeia era a promessa de trabalho numa Sorocaba livre, já que o negro estava marginalizado ao ócio.

Quanto às manumissões em seguida, é anunciada a liberdade “sem condição alguma” ao escravo Delphino, e o Ministério da Agricultura passa a dispensar a coletoria de impostos dos senhores que libertarem seus escravos. Na próxima edição, dia 28 de dezembro de 1887, as manumissões anunciam um senhor reduzindo em um ano o prazo de serviços dos escravos, enquanto outro; retira a condição de prestação por mais cinco anos.

Nessa edição, a última que analisei durante a pesquisa, também pude observar que o jornal passa a se preocupar em repudiar a ideia da venda de escravos, ou melhor, agora trata de "homens livres vendidos como escravos"[36], como anuncia o artigo de capa, uma crítica à província do Amazonas que já cantou seu "hymno da liberdade", mas que ainda vendia seus homens.

Conclusão

Considero esse trabalho com valor fundamental por contribuir na minha experiência com a imprensa como fonte de pesquisa histórica. Deixou-me outro olhar em relação à cidade em que moro: o alicerce de Sorocaba parte, sem dúvida, de uma raiz negra e escrava. É muito comum que se apresente o tropeiro e o bandeirante como agente formador da região, omitindo, quase que sem querer, histórias de outros grupos.

Contudo, valorizar a identidade afro-brasileira também é considerar que escravidão não é um elemento “do passado”. Se voltarmos há algumas gerações constatamos memórias na própria família ou amigos sobre a escravidão. Isso porque ela foi forte base para sociedade brasileira até o final do século XIX.

Através da análise do Diário de Sorocaba observamos que às vésperas da própria emancipação, os conteúdos de alguns artigos propõem atenção às propensões de ócio e desordem do escravo e liberto para “educá-los ao trabalho”, concomitante ao incentivo à entrada de imigrantes. Entretanto, encerro a pesquisa sem me aprofundar nas relações entre o jornal e o abolicionismo sorocabano, como a influência da loja maçônica Perseverança III citada por Cavalheiro[37]. Acredito que dar continuidade a essa pesquisa permitiria o estudo sobre a emancipação meses antes de maio de 1888. Encerro o trabalho com a certeza de que muita coisa ficou à deriva, tanto nas páginas do jornal como em outras fontes não analisadas, como as cartas de alforria e inquéritos da época.

Perguntas surgem: Sorocaba teria integrado seus escravos a partir da preocupação com a desorganização de trabalho? Quais seriam as relações entre o Diário de Sorocaba e os abolicionistas? Quem representava e quais investidas tomaram os membros da Reunião Emancipadora[38]? Muitas hipóteses vêm à tona me levando a imaginar a conclusão como outro ponto de partida.

Compreendo que os ideais civilizatórios da transição de século passam a deslegitimar a escravidão, enquanto que a incerteza sobre a mudança se apresentava, e esse temor vindo da elite reforçava a crença de que o negro era ocioso, dando legitimidade ao trabalho forçado e castigos.

Se hoje presenciamos uma profunda desigualdade social é porque existem raízes históricas para tanto, mas sua transcendência só pode acontecer através do presente, por isso a importância da consciência junto à memória.

Referências bibliográficas

ANDREWS, George Reid. Escravidão e abolição, 1800-1890. In: Negros e brancos em São Paulo (1888-1988). São Paulo: EDUSC, 1998.

AZEVEDO, Celia Maria Marinho de. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites do século XIX. São Paulo: Annablume, 2008.

CAPELATO, Maria Helena Rolim. A imprensa na história do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1988.

CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. A escravidão negra em Sorocaba. In: Biblioteca Sorocabana – História, v.1, Sorocaba: Crearte, 2005.

CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2008.

PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1994.

STRAFORINI, Rafael. No caminho das tropas. Sorocaba: TCM, 2002.

Documentos

Diário de Sorocaba. 20 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

Diário de Sorocaba. 21 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

Diário de Sorocaba. 22 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

Diário de Sorocaba. 23 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

Diário de Sorocaba. 24 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

Diário de Sorocaba. 27 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

Diário de Sorocaba. 28 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.


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[1] Graduada em História pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio de Itu Artigo orientado por Fábio Casemiro - Professora autônoma de História em Sorocaba Correspondência: Rua Antídio de Oliveira Santos, 321 CEP: 18103-155 Sorocaba – SP - E-mail: patricia.leardine@hotmail.com

[2] CAPELATO, Maria Helena Rolim. A imprensa na história do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1988.

[3] Ibid.

[4] Publicações de 20 a 24 de dezembro de 1887 e de 27 a 28 de dezembro de 1887.

[5] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[6] PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1994.

[7] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[8] ANDREWS, George Reid. Escravidão e abolição, 1800-1890. In: Negros e brancos em São Paulo (1888-1988). São Paulo: EDUSC, 1998.

[9] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[10] STRAFORINI, Rafael. No caminho das tropas. Sorocaba: TCM, 2002.

[11] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[12] Ibid.

[13] Diário de Sorocaba. 20 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[14] Diário de Sorocaba. 20 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[15] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[16] Diário de Sorocaba, 20 de dezembro de 1887.

[17] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008. Apud ALMEIDA, Aluísio de. A feira de 1852: as feiras e os jornais da época. In: Cruzeiro do Sul, 04 de janeiro de 1981, p.13.

[18] Diário de Sorocaba. 21 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[19] Diário de Sorocaba. 23 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[20] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[21] Ibid.

[22] Diário de Sorocaba. 22 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[23] Diário de Sorocaba, 21 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[24] Ibid.

[25] Diário de Sorocaba. 23 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[26] Diário de Sorocaba. 28 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[27] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[28] Diário de Sorocaba. 24 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[29] CAVALHEIRO, Carlos C. A escravidão negra em Sorocaba. In: Biblioteca Sorocabana - História. v.1. Sorocaba: Crearte, 2005.

[30] CAPELATO, Maria Helena Rolim. A imprensa na história do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1988.

[31] Diário de Sorocaba. 27 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[32] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[33] FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2008.

[34] AZEVEDO, Celia Maria Marinho de. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites do século XIX. São Paulo: Annablume, 2008.

[35] Diário de Sorocaba. 28 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[36] Diário de Sorocaba. 28 de dezembro de 1887. Gabinete de Leitura Sorocabano, Sorocaba, SP.

[37] CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Crearte, 2008.

[38] Nos artigos sob o título de “Reunião Emancipadora” são apresentados nomes como um abaixo-assinado a favor da emancipação. Quais seriam as relações dessas pessoas no processo abolicionista sorocabano?

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