Concurso Negro e Educação: Pesquisa e Diversidade
por Carina Merkle Lingnau, Sônia Maria dos Santos Marques e Gustavo Biasoli Alves
Sobre a primeira autora[1]
Sobre a segunda autora[2]
Sobre o autor[3]
Eu atribuo ao Concurso Negro e Educação essa possibilidade de ter entrado no mestrado. Foi assim, imediatamente após o ingresso no Concurso que eu consegui também a vaga na Universidade de São Paulo, isso também foi muito importante.
Márcia Luíze Pires de Araújo[4]
Partindo do trecho da entrevista acima, este artigo tem o objetivo de apresentar e enfatizar a importância do Concurso Negro e Educação, uma ação afirmativa que teve quatro edições para desenvolver pesquisas sobre o negro relacionando-o à educação.
Este Concurso foi uma ação articulada entre Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e a Organização não governamental (ONG) Ação Educativa, financiado com o apoio da Fundação Ford. O Concurso Negro e Educação caracteriza-se no âmbito das ações afirmativas centrados na formação de pesquisadores na área da educação que iniciavam seu ingresso na pesquisa. No sítio da ONG Ação Educativa tem-se um resumo geral das informações principais do Concurso Negro e Educação conforme registrado no quadro abaixo.
Quadro 1 Quadro-resumo Concurso Negro e Educação
Fonte: Sítio Ação Educativa (www.acaoeducativa.org.br)
A partir dessas informações é possível verificar que o Concurso foi realizado quatro vezes, de 1999 até 2006. Nesse período foram escolhidos 61 projetos de pesquisa originados de várias partes do país versando sobre o tema negro e educação. Em cada edição do Concurso foi publicado um livro envolvendo artigos pesquisados durante o ano que o candidato selecionado desenvolveu sua investigação, os quatro livros não têm o mesmo número de artigos devido às condições específicas de cada edição do Concurso. Assim do total de 61 candidatos beneficiados pelo Concurso, 53 tiveram seus artigos publicados nos livros.
De acordo com o que Di Pierro (2004) demonstra em relatório sobre avaliação do processo Concurso Negro e Educação, a dinâmica do evento passou por um seminário para se pensar o Concurso; divulgação do mesmo com cartazes impressos e folders eletrônicos; processo de seleção em que se tinha: o edital, ficha de inscrição, orientação e benefício da bolsa; formação teórico-metodológica que envolvia: seminários, reuniões anuais na ANPEd, outros eventos e acesso à bibliografia e orientação que agregava comissão científica, comissão de acompanhamento de pareceristas e professores orientadores.
A primeira edição do Concurso em 1999/2000 recebeu 172 inscrições. Apenas dez candidatos foram selecionados. No ano de 2001 o primeiro material foi publicado com o título: Negro e Educação: Presença do Negro no Sistema Educacional, contendo quatro artigos. Abaixo seguem os títulos dos artigos e os nomes dos candidatos pesquisadores que tiveram seus artigos publicados:
1. As primeiras práticas educacionais com características modernas em relação aos negros no Brasil Marcus Vinícius da Fonseca;
2. Rompendo as barreiras do silêncio: projetos pedagógicos discutem relações raciais em escolas municipais de Belo Horizonte Patrícia Maria de Souza Santana;
3. Raça e gênero na trajetória educacional de graduandas negras da Unicamp Júlio Costa da Silva;
4. Estudantes negros e a transformação das faculdades de direito em escolas de justiça: a busca por uma maior igualdade Cristiana Vianna Veras e Eliane Botelho Junqueira.
A segunda edição aconteceu em 2001/2002. Desta vez 15 projetos foram selecionados e no ano seguinte o segundo livro foi editado recebendo o título: Negro e Educação: Identidade Negra, Pesquisas sobre o negro e a educação no Brasil. A seguir estão os títulos dos artigos publicados e seus respectivos autores:
1. O vestibular e as desigualdades raciais Delcele Mascarenhas Queiroz;
2. Ação afirmativa e mérito individual Sales Augusto dos Santos;
3. Agendas x agências: a construção do movimento PVNC Renato Emerson Nascimento dos Santos;
4. Práxis educativa do movimento negro do Rio Grande do Sul Jorge Manoel Adão;
5. Coco de zambê: práticas de saberes da cultura negra Teodora de Araújo Alves;
6. Repertórios culturais, identidades étnicas e educação em território de maioria afro-descendente Maria Batista Lima;
7. Um currículo multicultural: práticas inclusivas e a afro-descendência Vanessa Regina Eleutério Miranda de Oliveira;
8. Na margem negra do Rio: pesquisa numa escola do subúrbio carioca Luiz Henrique da Silva Ramos;
9. A questão racial e os cursos de formação de professores Kátia Schützer;
10. Escola e contexto social: a identidade racial numa comunidade remanescente de quilombo Maria Clareth Gonçalves Reis;
11. Escola, práticas pedagógicas e relações raciais: a comunidade remanescente de quilombo de São Miguel Sônia Maria dos Santos Marques;
12. Identificações indígenas e negras no universo infantil tapeba Jouberth Max Maranhão Piorsky Aires;
13. Entre negro e branco: socialização de filhos mestiços por famílias interétnicas Angela Ernestina Cardoso de Brito.
A terceira edição do Concurso 2003/2004 recebeu 216 inscritos dos quais 20 foram selecionados. Em 2005 o terceiro livro resultou no material denominado Negro e Educação 3: Escola, Identidades, Cultura e Políticas Públicas e contempla a publicação de 20 artigos. Abaixo seguem os títulos dos artigos e os candidatos selecionados responsáveis pela autoria dos mesmos:
1. A Colônia Orfanológica Isabel de Pernambuco (1874 1887) Adlene Silva Arantes;
2. Relações raciais na creche Fabiana de Oliveira;
3. Pedagogia interétnica: uma proposta do movimento negro em Salvador (1974 1990) Ivan Costa Lima;
4. Escolarização de jovens negros e negras Joana Célia dos Passos;
5. A questão do negro no curso de serviço social José Barbosa da Silva Filho;
6. Tradição oral afro-brasileira e escola: um diálogo possível? Marluce de Lima Macêdo;
7. Racismo e discriminação racial no cotidiano de uma escola pública de nível médio Rosângela Souza da Silva;
8. A construção da auto-estima da criança negra no cotidiano escolar Valdimarina Santos Cerqueira;
9. Trajetórias e narrativas de homens negros no magistério Cláudia Regina de Paula;
10. Educação em um centro de tradições gaúchas de negros: o caso de um CTG de negros Maria Alice Garcia dos Santos;
11. Irmãs Negras Missionárias de Jesus Crucificado: pedagogia religiosa e política institucional Olga Vieira;
12. A invenção do cidadão negro Regina Marques Parente;
13. O caráter formativo da congada Adriane Álvaro Damascena;
14. Trajetória de pesquisadores negros: educação patrimonial e cultura afro-brasileira Ana Paula dos Santos Gomes;
15. Etnologia, educação e ambiente nos quilombos da Amazônia Assunção José Pureza Amaral;
16. Tamborizar: a formação de crianças e adolescentes negros Edileuza Penha de Souza;
17. Fazendo arte e educação pela dança do Marabaixo Piedade Lino Videira;
18. O ensino de história da África e cultura afro-brasileira em Goiânia Marilena da Silva;
19. Raça e política pública de formação profissional Ronald dos Santos Oliveira;
20. Embates e contribuições do movimento negro à política educacional nas décadas de 1980 e 1990 Tatiane Cosentino Rodrigues.
A última edição no ano de 2006 recebeu 219 projetos dos quais 16 foram selecionados. O último Concurso lançou a publicação do livro em 2007 com o nome de Negro & Educação 4: Linguagens, Educação, Resistência, Políticas Públicas e foi contemplado com 16 trabalhos:
1. Imagens de criança e infância negras na iconografia do século XIX Ione da Silva Jovino;
2. A Escola Primária da Frente Negra Brasileira em São Paulo (1931 1927) Márcia Luiza Pires de Araújo;
3. Compassos Letrados: Profissionais negros entre a instrução e o ofício em Pernambuco (1830 1860) Itacir Marques da Luz;
4. Cheiros e batuques do museu: construindo conceitos poéticos no Quilombo do Curiaú Elane Carneiro de Albuquerque;
5. Movimentos Hip-Hop e Educação: Impactos Sociais da Atuação dos Rappers na Trajetória Escolar de Jovens Negros em Curitiba (1999-2005) Marcilene Lena Garcia de Souza;
6. Primeira Infância no Arraial do Retiro Flávia de Jesus Damião;
7. Identidade, Relações Étnico-Raciais e a Capoeira: Os Olhares de uma Escola Isabele Pires Santos;
8. A Questão Étnico-Racial na Sala de Aula: a percepção das professoras negras Claudilene Maria da Silva;
9. Adolescentes Negros e Não-Negros na Escola: Identificando Estereótipos Alexsandro do Nascimento Santos;
10. Variação Linguística e Leitura de Quilombolas na Bahia: o caso de Barra do Brumado Cláudia Rocha da Silva;
11. Estudantes Negros como Leitores de Literatura Afro-Brasileira e a Identidade Racial Assunção de Maria Sousa e Silva;
12. Raça e Classe no Ensino Superior: Revisando as Relações Raciais no Brasil para entender as desigualdades de acesso do Negro à Universidade Pública Edinalva Moreira dos Santos;
13. As determinações da variável cor no acesso à Universidade Federal Fluminense Anderson Paulino da Silva;
14. Mestiçagem, Racismo e Identidade: Uma análise do discurso sobre cotas raciais enunciado por estudantes da Universidade Estadual de Santa Cruz Larissa Santos Pereira;
15. Programa Universidade para Todos: Política de Ação Afirmativa para Negros na Educação Superior? Eugenia Portela de Siqueira Marques;
16. A contribuição dos estudos da linguagem para o debate sobre as ações afirmativas para negros no Brasil Kassandra da Silva Muniz.
O acesso a essas publicações é possível através de downloads em vários sítios da internet, porém as produções impressas não estão avolumadas em muitos locais, podendo ser encontradas em bibliotecas, secretaria da ANPEd, Ação Educativa, sítio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
No ano de 2005 a ANPEd estabeleceu convênio com o MEC-SECAD na intenção de fomentar políticas públicas voltadas entre outras questões para a diversidade étnico-racial, articulando relações com indígenas, classes populares, educação do campo. Como uma das metas fixou-se a proposta de formação continuada dos egressos do Concurso Negro e Educação. Esse CD recebeu 12 trabalhos elaborados por 11 participantes do livro 3 e um candidato selecionado do livro 1.
Para contextualizar o que foi o Concurso Negro e Educação lemos no documento intitulado Avaliação Concurso Negro e Educação: Relatório Final, assinado em junho de 2007, informações que registram entre outras questões a origem do Concurso Negro e Educação a partir de uma entrevista com Maria Malta Campos, afirmando que
ele foi criado através de uma interação entre a ANPEd, a Fundação Ford e a Ação Educativa. Eram esses três protagonistas. Participavam das conversas iniciais para a criação do Concurso o Nigel Brooke, da fundação Ford, o Sérgio Haddad que também fazia parte da diretoria da ANPEd, mas que estava como diretor da Ação Educativa, e eu que na época era presidente da ANPEd. O Nigel já tinha um diagnóstico dele, ele achava que seria nessa questão das relações raciais. Na ANPEd, por outro lado, havia um diagnóstico um pouco diferente, achava que era mais na área de Diversidade Cultural, Direitos Humanos, englobava a questão do negro, mas não só ( ROCHA, 2007, p.9).
Assim, verificamos em documento da Ação Educativa que uma das ações resultantes do Concurso Negro e Educação foi que
em 2002, como resultado do incentivo dado pelo Concurso Negro e Educação, executado conjuntamente pela Ação Educativa e a Anped, foi criado o GT Afro-brasileiros e Educação. Ana Lucia Silva Souza, assessora da Ação Educativa responsável pela coordenação executiva do Concurso, conta que, neste ano, uma das tônicas das discussões travadas no GT foi o impacto das pesquisas sobre a temática nos grupos de sujeitos pesquisados e sobre as políticas públicas (AÇÃO EDUCATIVA, 2005, p.1).
Corroborando com este documento Siss e Oliveira (2007) em trabalho encomendado pela ANPEd trazem a partir da trajetória da ANPEd o histórico da criação do GT21 que primeiramente foi Grupo de Estudos (GE) e depois de dois anos passa a ser Grupo de Trabalho (GT). Em relação ao Concurso Negro e Educação os autores trazem que
de modo paralelo à presença de pesquisadores dessa área na Anped, tem-se, a partir do final da década de 1990, a realização do Concurso Negro e Educação, mais precisamente a partir de 1999, promovido pela ANPED/ Ação Educativa com financiamento da Fundação Ford. O Concurso, atualmente no final da sua quarta edição, consiste em selecionar projetos de pesquisadores iniciantes para um acompanhamento e avaliação durante um período de 18 meses. O objetivo do Concurso é ampliar o quadro de pesquisadores na área, considerando como iniciantes, graduados, mestrandos, mestres e doutorandos. O GT emerge, portanto, também deste contexto, como um dos espaços destinados à consolidação da formação dos egressos do Concurso (SISS E OLIVEIRA, 2007, p.2).
Assim nesta interação entre articulações políticas, educacionais e discursivas verificamos no texto de Van Dijk (1993) uma discussão interessante quando aborda a questão do discurso acadêmico dando ênfase ao duo academia e relações étnicas, ao dizer que
uma análise superficial assumiria que a maioria dos estudiosos tem poder relativo em seu domínio acadêmico de ensinar e pesquisar, de modo que eles teriam apenas status de elite marginal. Entretanto, uma análise mais aprofundada mostra que nas sociedades atuais, a influência indireta e o poder dos estudiosos é muito grande: Suas ideologias, alunos, resultados de pesquisas, relatórios, e consultoria tem um papel fundamental nos avanços tecnológicos e gerenciamento de corporações e do Estado. Isso também é verdade para o gerenciamento das questões sociais e políticas, por exemplo, no domínio das relações étnicas. Cientistas sociais formulam filosofias e mais especificamente teorias de relações étnicas que são multiplamente aplicadas em muitos comitês, instituições, e estruturas burocráticas que organizam tomadas de decisões étnicas praticamente em todos os domínios sociais, incluindo imigração, políticas para refugiados, moradia, trabalho, educação, e cultura (VAN DIJK, p.158, 1993).[5]
Desta maneira, tanto as pesquisas étnicas desenvolvidas nos cursos de pós-graduação quanto análises deste teor passam a assumir um papel real de discussão e prática discursiva de peso nas decisões e revisões a serem pensadas para esta temática. Magalhães (2011) compartilha um exemplo interessante sobre isso
os textos são formas de (inter)ação nos eventos sociais. Por exemplo, o ensaio acadêmico interage de forma particular com leitores e leitoras, legitimando uma crença no discurso científico e contribuindo para reforçar posições de leitura que lhe sejam favoráveis (MAGALHÃES, 2011, p.68).
Nesse sentido, acreditamos que na escrita e leitura de produções acadêmicas percebemos e produzimos através do poder do discurso um local cultural para o outro. O discurso acadêmico enraizado nas políticas públicas dando voz para ações afirmativas como o Concurso Negro e Educação legitima outras possiblidades de fomentar pesquisa sobre as questões esquecidas pelo discurso historicamente construído.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AÇÃO EDUCATIVA. Disponível em: http://www.acaoeducativa.org/index.php/todas-noticias/165-acao-educativa. Acesso em 10/06/2013.
DI PIERRO, M.C. (org.). Concurso Negro e Educação: Avaliação de Processo. São Paulo: Ação Educativa, 2004.
MAGALHAES, I. Os anais de um evento no contexto do atendimento educacional especializado: Gêneros, discursos e identidades. PAPIA 21 (Volume Especial), p. 65-81, 2011.
OLIVEIRA, I.; SILVA,P. B.G.e. (Org). Negro e Educação. Identidade negra. Pesquisa sobre o negro e a educação no Brasil. Rio de Janeiro: ANPED e Ação Educativa, 2003, v.2, 303p.
OLIVEIRA, I.; SILVA, P.B.G.e; PINTO, R.P. Negro e Educação. Escola, Identidades, Cultura e Políticas Públicas. 1ed. São Paulo: Ação Educativa, ANPED, 2005, v. 3, 264p.
OLIVEIRA, I.; AGUIAR, M. Â.; SILVA, P. B.G.e.; OLIVEIRA, Rachel de. (Org.). Negro e Educação 4: Linguagens, educação, resistências, políticas públicas. 1ed. São Paulo: Ação Educativa, ANPED, 2008, v. 4, 336p.
ROCHA, JOSÉ GERALDO DA e COUTO, Andréia. Avaliação Concurso Negro e Educação: Relatório Final. Rio de Janeiro: s.ed., 2007.
SILVA, P. B. G. e ;PINTO, R. P.(Orgs.) . Negro e educação: a presença do negro no sistema educacional brasileiros. 1. ed. São Paulo: ANPED, 2001. v. 1. 87p.
SISS, A.OLIVEIRA, I.Trinta anos de ANPEd, as pesquisas sobre a educação dos afro-brasileiros e o GT 21: marcas de uma trajetória. In: 30a R.A. da ANPEd, 2007, Caxambu. GT 21 - Trabalhos Encomendados, 2007.
VAN DIJK, T. Elite Discourse and Racism. Newbury Park, CA: Sage, 1993.
[1] Licenciada em Letras pela UFSC. Especialista em Educação para as Relações Étnico-Raciais pela UNIOESTE, mestranda em Educação UNIOESTE atua na área das relações étnicas e linguagem. Email: carinadebeltrao@gmail.com
[2] Doutora em Educação pela UFRGS. Atua como Professora Adjunta da Unioeste, PR. Os temas que trabalha estão concentrados na área de educação, história, identidade, relações étnicas, comunidades quilombolas e memória. Email: mrqs.sonia@gmail.com
[3] Doutor em Ciência Política pela UFRGS. Atua como Professor Associado da Unioeste, PR. Os temas que trabalha são reforma do estado, análise do discurso político e esfera pública. Email: gbiasoli@uol.com.br
[4] Entrevistada para a pesquisa de mestrado da primeira autora foi uma das candidatas selecionadas na quarta edição do Concurso Negro e Educação. Atualmente Márcia Luíze Pires de Araújo é Doutora em Educação e diretora acadêmica do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, SP.
[5] Esta tradução é de autoria dos escritores do presente texto.
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