O estado brasileiro tem jogado papel decisivo no equilíbiro de forças continentais, mas na perspectiva da manutenção da ordem capitalista e não da mudança no caminho do socialismo. Tendo como objetivo central a inserção do Brasil entre as potências capitalista mundiais, o atual governo, em episódios, contraria certos interesses do imperialismo estadunidense. No entanto, estas posturas pontualmente progressistas buscam criar um terceiro polo de integração latino-americana, de natureza capitalista. Ou seja, nem ALCA, nem ALBA, mas sim a liderança de um bloco social-liberal, em aliança com países do Cone Sul, dirigidos por forças que se comportam também como uma" esquerda responsável" confiavel aos olhos do imperialismo e das classes dominantes locais, contribuindo na prática, para aprofundar o isolamento daqueles países que escolheram o caminho da mobilização popular e do enfrentamento.
O respaldo institucional e alguns governos mais a esquerda na América Latina tem sido funcional à expansão do capitalismo brasileiro, que se espalha por todo o continente, onde empresas com origem brasileira se comportam como qualquer multinacional. Como o objetivo central é a inserção do Brasil como potencia capitalista, o goerno Lula não hensita em adotar atitudes imperialista, como comandar a ocupação no Haiti para garantir um golpe de direita, retaliar diplomaticament o Equador para defender uma empreiteira brasileira ou promover o exercícios militares com tiro real na fronteira com o Paraguai, para defender os latifundiários brasileiros da soja diante do movimento camponês do país vizinho e manter condições leoninas no tratado de Itaipu.
O capitalismo brasileiro é parte integrante do processo de acumulaçao mundial e integrantes do sistema de poder imperialista no mundo, ressaltando-se as classes dominantes brasileiras estão umbilicalmente ligadas ao capitalismo internacional. A burguesia brasileira não disputa a sua hegemonia com nenhum setor capitalista internacional. A burguesia brasileira não disputa sua hegemonia com nenhum setor pré capitalista. Pelo contrário: sua luta se volta fundamentalmente na disputa de espaço dentro da ordem do capital imperialista, ainda que se mantenha subordinada a esta, inclusive no sentido de evitar a possibilidade de um processo revolucionário, no qual o proletariado desponte como protagonista.
Reafirmamos a necessidade da conformação da classe trabalhadora como classe e, portanto, enquantoi partido político, não pela afirmação dogmática, arrogante e pretensiosa de conformação de vanguarda autoproclamadas, mas pela inadiável necessidade de contrapor à ordem capitalista - unitária e organizada por seu Estado e cimentada na sociedade por sua hegemonia - uma alternativa de poder que seja capaz de emancipar toda a sociedade sob a direção dos trabalhadores.
Manoel Messias Pereira
(fragmento da Declaração do PCB)
Professor
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