cultura cigana

Sociologia e Culturas tradicionais

Como a psicologia coletiva dos tsiganos e dos ciganos é determinada pelo lugar em que eles ocupam na sociedade, só a sociologia do imaginário pode dar um sentido coerente à multiplicidade heterogênea das formas culturais observadas nos diferentes meios. A exclusão os proibe de passar os limites do espaço socializado, impedindo-os de adotar as normas temporais e os modos menosprezados pelas sociedades onde vivem. Resulta disso o peso e a valorização do passado e das atitudes tradicionais nos ciganos, enquanto o mundo ocidental onde viviam tinha o seu futuro assegurado.

Os componentes culturais são resultados de emprestimos feitos ao acasos dos séculos e dos países. Os comportamentos anacrônicos se insere num contexto sociológico cuja a dimensão corporal, comum aos excluídos e às sociedades sem futuro, é limitado ao passado. Um tal apego ao passado é a manifestação reacionária de uma regressão coletiva que não só define as produções artísticas - o que encontramos para outras minorias - mas também o tipo de personalidade e as formas de sociabilidade; ela é então determinante. A comparação com os meios desfavorecidos faz parte destes métodos que a psicologia específica dos ciganólogos marca com um tabu. No entanto, o essencial dos traços culturais distintivos vai concentrar-se - como minorias dos meios desfavorecidos.(R. Hoggart, La culture dupauvre, p160-63) - na imagem do limiar; com a importância dada somente aos ritos de passagem - nascimento, uniões, enterros - ao controle senão explicito, real da entrada e da saída do grupo, com o valor dado a simbologia da impureza e da morte, induzida em grande parte pela associação aos restos, à sua recuperação, pelo lugar atribuido na maioria das sociedades aos grupos excluídos.

(Livro"OS Ciganos - Nicole Martines)

Manoel Messias Pereira

professor