segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Encontro de Mulheres indígenas em Bauru

 












20/12/2010

Associação de Mulheres Indígenas faz encontro e define diretrizes para setor



Vinicius Lousada

A Associação de Mulheres Indígenas do Centro Oeste Paulista (Amicop) promoveu no último final de semana, em Bauru, o I Encontro de Lideranças Indígenas do Brasil. O evento reuniu cerca de 80 representantes de seis estados (Minas Gerais, Tocantins, São Paulo, Mato Grosso, Amapá e Rio de Janeiro) e discutiu questões que envolvem grupos indígenas que vivem nas cidades e em aldeias afastadas.



A participação e representatividade política do movimento indígena foi o eixo central do encontro, que elaborou e aprovou documento com 13 diretrizes a ser entregue para a presidente eleita Dilma Rousseff (PT). “Nós queremos maior participação nas definições de políticas públicas. Temos representantes qualificados que podem atuar de forma efetiva na Secretaria de Promoção e Igualdade Racial (Seppir) e na Secretaria de Saúde Indígena (SESAI)”, afirma Jupira Terena, presidente da Amicop.



As lideranças também produziram uma carta à futura presidente sugerindo nomes de três mulheres indígenas, inclusive o de Jupira, para assumir o cargo da presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai), que nunca foi dirigida por um representante do segmento. “São várias demandas que precisam ser tratadas. Além da demarcação de terra, precisamos debater a educação e a saúde para o índio e a questão previdenciária”, explica Terena.



O encontro contou também com a participação do Cacique Megaron Txucarramãe, do Tocantins, que ganhou projeção internacional pela luta contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). “Os impactos ambientais e sociais são incalculáveis, não apenas para a população indígena, mas para as comunidades reibeirinhas também”, aponta. Além dos movimentos sociais, a causa ganhou o apoio do cantor britânico Sting, que viajou pelo mundo ao lado do Cacique Raoni, tio de Megaron, divulgando os possíveis danos que seriam causados com a construção da hidrelétrica.



A atriz Brita Brazil, que ficou nacionalmente conhecida pela personagem Flora Própolis, do extinto humorístico Escolinha do Professor Raimundo, atua no movimento indígena desde a década de 1970 e participou do encontro em Bauru. “Quando eu comecei a falar sobre o tema, fui ridicularizada. Hoje está na moda defender a causa indígena, mas o preconceito e os estigmas persistem”, afirma.

























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Manoel Messias Pereira

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