domingo, 17 de novembro de 2013

Lundu

O lundu a noite ecoa,
ressoa a pele, o descampado,
o abandono do requebro,
a gana.
Soa o breu da alma, a rima nua.
Brilha a treva
- luz de mãos e ventres -
Chorado mulundu enrosca o gesto
ao ar,
sua o batuque n'alma retorcida,
olhos se comem, perto, longe.
O lume no rosto,
rastro de fogo,
traço de cheiro esguio,
Lundum hesita, rompe o ritmo
altera e incorpora
a usura da dança,
e o imenso oleoso desejo,
solto sob a noite
flutua aos sons dos olhos.


Lilia Silvestre Chaves

poetisa

Belém - PA - Brasil


Lundu Marajoara (espetáculo)

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Manoel Messias Pereira

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