Já está em cartaz nos cinemas do Brasil o filme "Sobral - O Homem Que Não Tinha Preço". Com produção executiva de Augusto Casé, o filme dirigido por Paula Fiuza, neta de Sobral Pinto, chega as salas de cinema com distribuição da Serendip Filmes (Art Filmes). A produção retrata a trajetória de uma das figuras mais importantes da história recente do Brasil, o advogado que na luta por justiça e democracia ousou desafiar até mesmo o período da ditadura brasileira.
"Sobral" resgata a história de Heráclito Fontoura Sobral Pinto desde seus embates ao combater os abusos do regime militar (1964-1985) e do Estado Novo (1937-1945) num registro do que sempre foi uma constante em sua vida - o jurista colocava a defesa dos direitos humanos sempre em primeiro lugar. Mesmo com convicções ideológicas contrárias e combatente do comunismo, defendeu Luiz Carlos Prestes e Harry Berger, líderes da Intentona Comunista de 1935, em uma causa histórica, em que procurando livrar Harry das condições desumanas que estava sendo submetido na prisão pela ditadura de Getúlio Vargas, utilizou a Lei de Proteção aos Animais para defender seu cliente.
O filme toma como ponto de partida a descoberta de arquivos secretos de áudio do Superior Tribunal Militar contendo registros de defesas de presos políticos durante a ditadura. Nas gravações a voz que mais se destaca é de Sobral. Com depoimentos de personagens como Luis Carlos Prestes e sua filha com Olga Benário, Anita Leocádia, salva do regime nazista com ajuda do jurista, de Zuenir Ventura e do próprio Sobral, o filme ressalta a coragem, a ética e a luta incansável de um dos maiores advogados defensores dos direitos humanos da história do Brasil.
A idealização do projeto partiu de uma inquietação da diretora e neta do jurista Paula Fiuza, que pensava na figura emblemática do avô e percebia que a história dele tinha poucos registros e sua memória estava se apagando. "Resgatar a figura real e possível de um homem que não se vendia por preço algum, e que lutava incansavelmente pelo que acreditava, independente dos prejuízos pessoais que isso pudesse lhe trazer", era o objetivo principal da diretora.
Dessa forma, por estar presente na história de Sobral, Paula optou por se colocar pessoalmente narrando a abertura do filme, dando uma dimensão humana para a figura do avô e não meramente documental, utilizando-se da própria experiência nas Diretas ao ouvir Sobral discursando para uma multidão em defesa da democracia brasileira.
"Este viés pessoal que demos ao filme só enriquece. Abrimos e fechamos o filme sob o ponto de vista de uma espectadora da história do Brasil, que até então era só neta do Sobral. A própria neta que, até as Diretas Já, não conhecia a fundo o valor do próprio avô para a história do País", destaca Augusto Casé, produtor executivo do longa. "Já no final, por exemplo, quando há o cenário do Congresso Nacional, falamos do quanto figuras como Sobral fazem falta, do quanto estamos precisando de um Sobral Pinto, que estes espíritos mágicos, de homens de honra, verdadeiros líderes, deviam baixar nos nossos atuais políticos", complementa Augusto.
Sinopse
A trajetória surpreendente de Sobral Pinto, advogado de coragem e ética inabalável, que lutou pela justiça e pela democracia, ousou desafiar a ditadura e levou um milhão de pessoas ao delírio ao subir no palanque das Diretas, aos 90 anos, para lembrar ao Brasil que "todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido".
Ficha Técnica
Direção: Paula Fiuza
Produção Executiva: Augusto Casé
Roteiro: Paula Fiuza
Direção de Fotografia: Jacques Cheuiche, ABC
Som Direto: Valeria Ferro
Pesquisa: Antonio Venâncio, Maria Byington e Cristina Vignoli.
Música Original: Marcos Kuzka Cunha
Direção de Arte: Gisela Fiuza
Uma co-produção Casé Filmes & Canal Laranja
2012 - 84 minutos
TAGS: Cinema
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