poesia de Caio Fernando de Abreu
AlentoQuando nada mais houver,
eu me erguerei cantando,
saudando a vida
com meu corpo de cavalo jovem.
E numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do tempo
e a minha voz à doce voz do vento.
Despojado do que já não há
solto no vazio do que ainda não veio
minha boca cantará
cantos de alívio pelo que se foi,
cantos de espera pelo que há de vir.
Caio Fernando Abreu
poeta, dramaturgo e jornalista brasileiro
Santiago -RS -12/09/1948 - + Porto Alegre - RS- 25/02/1996
Brasil.
Corinne Bailey Rae
Poesia de Fabio Oliveira
Lágrimas
Gotas de não se sabe o quê
De fome, de dor, de sede?
Do que o outro diz.
Gotas de capricho,
Infância desabrochando,
Olhar de mãe,
Sal escorrendo, na face
De aflição, angustia, medo:
Vida que não se conhece
Caminho que se segue.
Gotas de alegria,
Gozo de plenitude,
Prazer de se encontrar
No emaranhado da vida.
Fabio Oliveira
professor assistente de linguística da Universidade do Estado da Bahia.
Brasil
Poesia de Manoel Messias Pereira
O dispositivo ideológico
Tudo esta certo
há um dispositivo
em torno de si.
Parece, mas sente-se
que tudo esta certo
como um cão correndo
atrás do próprio rabo.
O dispositivo
é ideológico
e não permite
entender ou ver
além do correr
em torno de si.
Parece que
tudo está certo
e assim não muda
nada.
continua a piorar
a vida.
Muitos reclamam
mas continuam
como um cão correndo
atrás do próprio rabo.
Manoel Messias Pereira
professor e poeta
São José do Rio preto-SP - Brasil
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