sábado, 10 de dezembro de 2011

Envolvida por sua casca

Espaçando-se
de si
a mexerica cresce

o dente não ousa invadir seu espaço
entre pele e poupa
estacado diante dessa estranha
folgada veste
desencontrada do seu corpo

ali a mão se encontra
invade feito rasgo

consome o cio da fruta
e na permuta indizível

carrega uma semente

esta sim
ousada
acaricia cada um dos dentes




Guilherme Gontijo Flores

professor de língua e literatura latina na Universidade Federal do Paraná

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Manoel Messias Pereira

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