segunda-feira, 17 de outubro de 2011

 
Lenize da Silva



Cuiabá terá primeira escola bilíngue



Método será implantado em 2012, porém disciplinas serão ministradas em inglês dentro de 2 anos no Colégio Ibero-americano, que primeiro preparará alunos



GERALDO TAVARES/DC





Idealizadora Lenize da Silva informou que inglês, com carga maior, será implantado desde educação infantil



DAFNE SPOLTI

Da Reportagem



A partir de 2012 Cuiabá terá sua primeira escola bilíngue. O Colégio Ibero-americano, que tem parceria com o Pearson, uma multinacional em soluções educacionais, decidiu implementar o sistema. Os estudantes terão de 6h a 7 horas semanais de aulas de inglês e, após período de adaptação, haverá disciplinas diversas ministradas nesse idioma num horário além da grade curricular fixa.



De acordo com a diretora e idealizadora do colégio, Lenize Moura Pereira da Silva, o sistema será implantado desde a educação infantil até as turmas de ensino fundamental, com quantidades de aula diferenciadas de acordo com o nível/turma do aluno. Ela diz que a carga horária é alta em relação a escolas de ensino tradicional, que trabalham entre uma e duas horas de inglês semanais com os alunos. Para a diretora, com um tempo mais extenso de ensino, os alunos logo poderão se comunicar na língua e, em cerca de dois anos, devem começar. Então, a assistir outras disciplinas em inglês.



Para a professora é fundamental que os estudantes aprendam outro idioma, ainda mais nesse contexto social em que existem exigências cada vez maiores. Atualmente, mais de 80 escolas do país trabalham com o sistema bilíngue. De acordo com o portal do Colégio Ibero-americano, a escola bilíngue é uma forma natural de promover o aprendizado de uma segunda língua “por meio da grande diversidade linguística e cultural a que são expostos”.



Lenize explicou que a empresa Pearson está cuidando das questões metodológicas, dos materiais e também da contratação de professores para que iniciem as aulas.



De acordo com a professora de inglês Ester Maxine Trew, da Universidade Federal de Mato Grosso, doutora em literatura e mestre em linguística, no Brasil as pessoas estão pouco expostas a outras línguas porque, ao contrário da Europa, por exemplo, que é um local pequeno em que se convive com uma diversidade linguística, trata-se de um país monolíngue e muito grande. Com essa realidade, as pessoas em geral, sentem curiosidade pela língua diferente, mas não exatamente necessidade de aprendê-la. Tanto que, para Ester, normalmente as pessoas estudam outra língua por conta de um processo de convencimento, e não algo natural.



Ester Maxine disse que é impossível apontar qual é o método de ensino mais eficiente para aprender um idioma. “É o que todo mundo gostaria de saber”, enfatizou. Ela não defende nem descarta método algum e aponta que o mais importante é conhecer o objetivo de aprendizado do público e trabalhar com sensibilidade sempre.



Segundo a professora, o inglês trabalhado comumente em escolas tradicionais é muito diferente do que as pessoas veem em filmes, músicas e outras situações em que há contato com a língua, o que, de certa forma, frustra as pessoas. Acontece que nas escolas existe um estudo em que o fim é a língua, ou seja, a própria língua está sendo estudada. Para a professora isso não é funcional com as crianças, que querem se comunicar utilizando a língua e não exatamente conhecê-la gramaticalmente. Querem, como explicou Esther, utilizá-la como meio.



No caso do colégio Ibero-americano, a professora acredita que o sistema será eficiente justamente porque as crianças terão convivência com o idioma.










Diário de Cuiabá © 2009

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Manoel Messias Pereira

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