Apresentações gratuitas apresentam a cultura africana através de integrantes do grupo Netos de Bandim, de Guiné-Bissau
CULTURA - Organizadores do Africanidade e integrantes do grupo Netos de Bandim divulgam a cultura nacional da África dentro e fora do país
O projeto Africanizando Marília teve início ontem, às 14h, com encontro de cinco integrantes de ‘Netos de Bandim’ com a secretária municipal da Cultura, Tais Vanessa Monteiro, em frente à Biblioteca Municipal “João Mesquita Valença”. Até domingo (29), o Programa Africanidade, da Rádio UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), realizará o projeto na cidade, com o grupo cultural da República de Guiné-Bissau, comemorando o 40º aniversário de sua Independência. A programação é gratuita.
O programa da Rádio UFSCar tem caráter educativo, com intuito de divulgar a cultura, principalmente para a população africana residente no Brasil. Mantém contato frequente com as culturas dos países de origem e traz informações verdadeiras sobre a realidade da cultura africana e o que se passa atualmente em toda África.
Em Marília, o Africanidade é representado pelo guineense Júlio Aponto-Té e pelo moçambicano Egor Vasco Borges, organizadores dos eventos que fazem parte da programação.
Em entrevista ao Diário, Julio Aponto-Té falou de um trabalho conjunto voltado não apenas à cultura, mas também pela educação.
O projeto começou em Araraquara. Há dois anos em São José do Rio Preto, adotou-se o nome “Africanizando”. Agora, Julio mora em Marília, onde cursa mestrado em Ciências Sociais, na Unesp. Ele cresceu com Netos de Bandim, na Guiné-Bissau e continua com o trabalho.
Em Araraquara obteve reconhecimento na luta pela igualdade racial e difusão da cultura africana, com recomendação do projeto até pela embaixada da Guiné-Bissau no Brasil.
Hoje, eles comemoram os 40 anos de independência de seu país e em Marília estão na expectativa de uma lei que deve instituir a Semana Municipal da África (25 de maio).
“Não trabalhamos apenas a cultura. Tem todo um significado do conjunto das coisas. Até na vestimenta, as imagens são símbolos do Continente, da construção, da casa que se habita, dos animais, é junto e misturado, é o dar e receber”, enfatiza.
O grupo “Netos de Bandim” é composto por 120 integrantes, mas para as apresentações chegaram à cidade, no final de semana, cinco integrantes - Izario Mario Sá, Epifanio Ogary Indi (administrador da Rádio Jovem da Guiné-Bissau), Ector D. Cassamá (coordenador do grupo), Augustinho Tchongo, Isnaba Biaguê. Acompanha ainda a artista Na Nhassé. De Marília eles seguem para Mauá e ficam no Brasil até 6 de outubro, depois retornam à Guiné.
Grupo Netos de Bandim promove a educação e cultura
Criado em 12 de novembro de 2000, na cidade de Bissau/Guiné-Bissau, com caráter associativo, “Netos de Bandim” é composto por jovens e crianças de várias faixas etárias. A ideia era unir jovens e crianças que trabalham no domínio cultural, com vista a uma colaboração para promover na formação dos mesmos nas mais diversas áreas sócio-culturais contribuindo tanto para a prevenção como para a redução da delinquência juvenil e da exclusão social no país.
O objetivo Netos de Bandim é estabelecer uma comunicação transversal no seio da população através da arte e da cultura, promover sessões de intercâmbio, de manifestação e divulgação da criatividade em diferentes cenários sócio-culturais contribuindo assim para uma sociedade mais rica e pacífica. Promove ainda formação destas crianças e jovens, agrupando-os para uma maior formação pessoal e intercultural.
Africanizando Marília conta com o apoio cultural da Prefeitura de Marília/Secretaria Municipal da Cultura, Unimar, Estoril Hotel, Elam (Escola Livre de Artes de Marília), Restaurante e Pizzaria Chaplin e Rádio UFSCar.
Hoje, acontece a exposição de trajes, artesanato e roda de conversa, no Espaço Cultural “Ezequiel Bambini”, a partir das 9h. Amanhã, o grupo se apresenta durante a Semana de Estudos da História e Cultura Afro-Brasileiras da Unimar e, nos dias 27 e 29, tem dança africana no Cemesc/Zona Sul e Emef “Governador Mário Covas”, no Santa Antonieta.
Diario de Marília
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