sábado, 28 de setembro de 2013

Na ONU, presidente da Gâmbia diz que homossexualidade é uma das maiores ameaças globais


Agência O Globo

EFE -
Nações Unidas - A Gâmbia é um país na África oriental que margeia um rio de mesmo nome e cujo presidente acredita no direito de homossexuais como uma forma de dominação imposta pelas potências ocidentais para impedir a reprodução da raça humana.
- Nós não toleraremos qualquer agenda que claramente peça pela extinção humana - disse ontem para o Assembleia Geral das Nações Unidas Yahya Jammeh, o presidente do país eleito quatro vezes seguidas desde que deu um golpe de Estado em 1994.
Na sua fala para a Assembleia Geral, Jammeh explicou que grande parte dos problemas do mundo vêm das potências ocidentais, como as chama. Ele reclamou que elas isolam Cuba, não dividem o poder do Conselho de Segurança, investem mais em guerra do que em saúde e oprimem a Palestina e a África.
Apesar dessa variada agenda anticolonial, ele sintetiza os problemas do mundo em três: ganância excessiva por bens materiais que leva ao uso da violência; obsessão pelo "sonho fantasioso" da dominação mundial e a homossexualidade em todas as suas formas e manifestações, que define como anti-humana, anti-Alá e uma versão ocidental dos direitos humanos.
- Todos esses três não têm nada a ver com as mudanças climáticas e são mais mortais que quaisquer desastres naturais somados - disse do púlpito da ONU.
Segundo Jammeh, do século XIII ao XX os direitos humanos, a boa governança e a democracia eram filosofias proibidas para os africanos que, agora, são prescritas como uma religião pelos "descendentes dos mesmos poderes coloniais". Ele também fez fama ao dizer que podia curar a Aids com uma massagem corporal à base de plantas.
Embora esteja preocupado com o fim da raça humana pela propagação da homossexualidade pelos poderes ocidentais, Jammeh tem pouco a se preocupar em casa: cada mulher na Gâmbia tem, em média, quase quatro filhos. Em breve o país deve superar a marca de dois milhões de habitantes. Mais ainda faltará a eles aprenderem a ler. Metade da população com mais de 15 anos é analfabeta.

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Manoel Messias Pereira

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