Para escritora nigeriana, a África é mal compreendida pelo Ocidente
As pessoas costumam ter pena do continente e olham para ele como se fosse um lugar apenas de caridades. Chimamanda Ngozi Adichie se incomoda com essa visão, que minimiza uma realidade que é tão heterogênea. A escritora está lançando seu novo livro "Americanah".
Lisboa - Na avaliação da escritora da Nigéria, Chimamanda Ngozi Adichie, que acaba de lançar o livro "Americanah" em Portugal, a África é mal compreendida pelo Ocidente.
"Acho que há a ideia de que África é aquele sítio sobre o qual devemos ter pena, sentir pena. É aquele sítio onde devemos ir fazer alguma ação de caridade. Acho que é assim que o imaginário ocidental vê África", afirma Chimamanda à rádio portuguesa "Renascença".
Para ela, o continente africano é tão diverso e este olhar não é a melhor forma de encara-lo. Ela reitera: "Quando digo na América que sou africana as pessoas têm logo pena de mim. E eu penso: não tenham pena de mim. Tive uma infância ótima e escolhia fazer tudo de novo se pudesse".
Com alguns prêmios ao longo da carreira, como Orange Prize de 2007, Chimamanda nasceu em 1977 na Nigéria. Aos 19 anos, descidiu sair do país e hoje divide seu tempo entre os Estados Unidos e a nação africana.
Ela continua a chamar de casa sua Nigéria e é com esses olhos que escreve e vê o mundo. Para ela, um dos maiores problemas de sua nação natal é a não distinção entre política e religião, bem como os atentados contra católicos.
"O problema que temos na Nigéria é politico e religioso e a mistura das duas coisas. No Norte, há uma política islamita e terrorismo. As pessoas estão a matar-se umas às outras, a detonar bombas. O movimento político islâmico no Norte tem vindo a atacar igrejas nos últimos três anos", afirma.
Apesar do receio de atentados, a fé das pessoas levam-nas às igrejas. "Os nigerianos são mesmo muito religiosos. Não é uma ameaça de bomba que os impede de ir à igreja", salienta.
Sobre "Americanah"
Seu novo livro conta a história da bela e ousada Ifemelu e do introvertido e meigo Obinze. Nascidos na Nigéria e apaixonados, cada um deles deixa o país para diferentes destinos.
Ela vai estudar nos Estados Unidos durante a sombria ditadura militar no País. Ele, diante da dificuldade de imigrar aos EUA pós-11 de setembro, vai ilegalmente para Londres.
Anos mais tarde, eles se reencontram em uma Nigéria de jovem democracia e têm de entender que novo momento é esse que eles próprios estão vivendo neste novo País.
Chimamanda Ngozi Adichie ainda possui em seu currículo "A Cor do Hibisco", seu primeiro romance, e "Meio Sol Amarelo".
As pessoas costumam ter pena do continente e olham para ele como se fosse um lugar apenas de caridades. Chimamanda Ngozi Adichie se incomoda com essa visão, que minimiza uma realidade que é tão heterogênea. A escritora está lançando seu novo livro "Americanah".
Lisboa - Na avaliação da escritora da Nigéria, Chimamanda Ngozi Adichie, que acaba de lançar o livro "Americanah" em Portugal, a África é mal compreendida pelo Ocidente.
"Acho que há a ideia de que África é aquele sítio sobre o qual devemos ter pena, sentir pena. É aquele sítio onde devemos ir fazer alguma ação de caridade. Acho que é assim que o imaginário ocidental vê África", afirma Chimamanda à rádio portuguesa "Renascença".
Para ela, o continente africano é tão diverso e este olhar não é a melhor forma de encara-lo. Ela reitera: "Quando digo na América que sou africana as pessoas têm logo pena de mim. E eu penso: não tenham pena de mim. Tive uma infância ótima e escolhia fazer tudo de novo se pudesse".
Com alguns prêmios ao longo da carreira, como Orange Prize de 2007, Chimamanda nasceu em 1977 na Nigéria. Aos 19 anos, descidiu sair do país e hoje divide seu tempo entre os Estados Unidos e a nação africana.
Ela continua a chamar de casa sua Nigéria e é com esses olhos que escreve e vê o mundo. Para ela, um dos maiores problemas de sua nação natal é a não distinção entre política e religião, bem como os atentados contra católicos.
"O problema que temos na Nigéria é politico e religioso e a mistura das duas coisas. No Norte, há uma política islamita e terrorismo. As pessoas estão a matar-se umas às outras, a detonar bombas. O movimento político islâmico no Norte tem vindo a atacar igrejas nos últimos três anos", afirma.
Apesar do receio de atentados, a fé das pessoas levam-nas às igrejas. "Os nigerianos são mesmo muito religiosos. Não é uma ameaça de bomba que os impede de ir à igreja", salienta.
Sobre "Americanah"
Seu novo livro conta a história da bela e ousada Ifemelu e do introvertido e meigo Obinze. Nascidos na Nigéria e apaixonados, cada um deles deixa o país para diferentes destinos.
Ela vai estudar nos Estados Unidos durante a sombria ditadura militar no País. Ele, diante da dificuldade de imigrar aos EUA pós-11 de setembro, vai ilegalmente para Londres.
Anos mais tarde, eles se reencontram em uma Nigéria de jovem democracia e têm de entender que novo momento é esse que eles próprios estão vivendo neste novo País.
Chimamanda Ngozi Adichie ainda possui em seu currículo "A Cor do Hibisco", seu primeiro romance, e "Meio Sol Amarelo".
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