Culto marcará combate à intolerância religiosa
Pais e Mães de Santo buscam apoio da OAB contra a intolerância
Rosenice: contatos com vários segmentos religiosos e ateus (Foto: Ascom/OABSE)
Um culto ecumênico marcará o 21 de janeiro, data dedicada ao Dia Internacional de Combate à Intolerância Religiosa. O ato em apoio às diferentes manifestações religiosas acontecerá às 19h da próxima terça-feira, 21, no auditório da OAB/SE, localizado à travessa Martinho Garcez, 71, no Centro de Aracaju, onde funcionou a sede da entidade. “Trata-se de uma demonstração de respeito a todas as culturas e opções religiosas”, conceitua o presidente da OAB/SE, Carlos Augusto Monteiro. “O que se busca é demonstrar a importância da fé e do respeito entre os cidadãos”, complementa.
Os preparativos do ato estão sendo conduzidos pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, cuja presidente, Rosenice Figueiredo, já se reuniu com segmentos religiosos variados. Segundo Figueiredo, já estão confirmadas presenças das Igrejas Católica, Evangélica, Mórmon, Comunidade Budista, do Candomblé, Maçonaria, Testemunhas de Jeová, Espíritas, além de representantes do Islamismo e do Seicho-No-Ie, movimento monoteísta de origem japonesa.
Até representantes do movimento ateu também já entraram em contato com a OAB/SE, segundo a presidente da Comissão de Direitos Humanos, interessada em defender a falta de crença nas religiões. “É a cultura da tolerância do crer e do não crer”, justifica. Durante o culto, cada representante terá espaço de 15 minutos para fazer a explanação sobre os respectivos pontos de vista e será encerrado com apresentação de um grupo de dança afro e do Coral da Igreja Presbiteriana.
Discriminação aos tambores
A OAB/SE, segundo a presidente da Comissão de Direitos Humanos, foi procurada por dois terreiros de candomblé acusados de perturbar o silêncio devido aos cultos que promovem durante à noite. Em um dos casos, uma ialorixá até assinou acordo judicial, segundo Rosenice Figueiredo, que a impede de realizar os cultos.
O assunto já foi debatido no Conselho Seccional da OAB em Sergipe e está sendo analisado pela Comissão de Estudos Constitucionais para definir a viabilidade de ingresso de uma nova ação judicial para garantir o direito daquele terreiro a permanecer promovendo os tradicionais cultos em Aracaju, segundo explicou a presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade.
O babalorixá Rivaldino Santos, que também se declara vítima da intolerância religiosa, mas ainda não buscou o apoio da OAB/SE, já reservou espaço na agenda para participar do culto ecumênico organizado por aquela entidade. Rivaldino responde a processo no Juizado Especial de São Cristovão movido por um vizinho que se sente incomodado pelo barulho decorrente dos cultos que o babalorixá promove no terreiro. “Vou suspender as atividades junto aos meus filhos no dia 21 para buscar pares para fortalecer este movimento contra a intolerância religiosa”, comentou o babalorixá.
Neste processo judicial, está marcada a continuidade da audiência de instrução e julgamento para o dia 27 de fevereiro às 10h30 no Juizado Especial, que funciona em anexo às instalações do campus da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristovão. “Não tenho como classificar este processo de outra forma, não há outra explicação senão a intolerância religiosa”, opina o babalorixá referindo-se ao processo judicial ao qual responde.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE entende como discriminação aos atabaques a reação das pessoas que se declaram incomodadas pelo barulho dos terreiros de candomblé. Aqueles que se sentirem vítimas da intolerância religiosa poderão buscar apoio da OAB/SE. Basta um contato telefônico (79) 3211 – 7304 – para agendar audiência com a Comissão de Direitos Humanos.
Por Cássia Santana
Pais e Mães de Santo buscam apoio da OAB contra a intolerância
Rosenice: contatos com vários segmentos religiosos e ateus (Foto: Ascom/OABSE)
Um culto ecumênico marcará o 21 de janeiro, data dedicada ao Dia Internacional de Combate à Intolerância Religiosa. O ato em apoio às diferentes manifestações religiosas acontecerá às 19h da próxima terça-feira, 21, no auditório da OAB/SE, localizado à travessa Martinho Garcez, 71, no Centro de Aracaju, onde funcionou a sede da entidade. “Trata-se de uma demonstração de respeito a todas as culturas e opções religiosas”, conceitua o presidente da OAB/SE, Carlos Augusto Monteiro. “O que se busca é demonstrar a importância da fé e do respeito entre os cidadãos”, complementa.
Os preparativos do ato estão sendo conduzidos pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, cuja presidente, Rosenice Figueiredo, já se reuniu com segmentos religiosos variados. Segundo Figueiredo, já estão confirmadas presenças das Igrejas Católica, Evangélica, Mórmon, Comunidade Budista, do Candomblé, Maçonaria, Testemunhas de Jeová, Espíritas, além de representantes do Islamismo e do Seicho-No-Ie, movimento monoteísta de origem japonesa.
Até representantes do movimento ateu também já entraram em contato com a OAB/SE, segundo a presidente da Comissão de Direitos Humanos, interessada em defender a falta de crença nas religiões. “É a cultura da tolerância do crer e do não crer”, justifica. Durante o culto, cada representante terá espaço de 15 minutos para fazer a explanação sobre os respectivos pontos de vista e será encerrado com apresentação de um grupo de dança afro e do Coral da Igreja Presbiteriana.
Discriminação aos tambores
A OAB/SE, segundo a presidente da Comissão de Direitos Humanos, foi procurada por dois terreiros de candomblé acusados de perturbar o silêncio devido aos cultos que promovem durante à noite. Em um dos casos, uma ialorixá até assinou acordo judicial, segundo Rosenice Figueiredo, que a impede de realizar os cultos.
O assunto já foi debatido no Conselho Seccional da OAB em Sergipe e está sendo analisado pela Comissão de Estudos Constitucionais para definir a viabilidade de ingresso de uma nova ação judicial para garantir o direito daquele terreiro a permanecer promovendo os tradicionais cultos em Aracaju, segundo explicou a presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade.
O babalorixá Rivaldino Santos, que também se declara vítima da intolerância religiosa, mas ainda não buscou o apoio da OAB/SE, já reservou espaço na agenda para participar do culto ecumênico organizado por aquela entidade. Rivaldino responde a processo no Juizado Especial de São Cristovão movido por um vizinho que se sente incomodado pelo barulho decorrente dos cultos que o babalorixá promove no terreiro. “Vou suspender as atividades junto aos meus filhos no dia 21 para buscar pares para fortalecer este movimento contra a intolerância religiosa”, comentou o babalorixá.
Neste processo judicial, está marcada a continuidade da audiência de instrução e julgamento para o dia 27 de fevereiro às 10h30 no Juizado Especial, que funciona em anexo às instalações do campus da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristovão. “Não tenho como classificar este processo de outra forma, não há outra explicação senão a intolerância religiosa”, opina o babalorixá referindo-se ao processo judicial ao qual responde.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE entende como discriminação aos atabaques a reação das pessoas que se declaram incomodadas pelo barulho dos terreiros de candomblé. Aqueles que se sentirem vítimas da intolerância religiosa poderão buscar apoio da OAB/SE. Basta um contato telefônico (79) 3211 – 7304 – para agendar audiência com a Comissão de Direitos Humanos.
Por Cássia Santana
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