Homens armados alegadamente da Renamo causam pânico na província moçambicana de Tete
Lusa
Residentes da localidade de Nkondedzi, no distrito de Moatize, em Tete, no centro de Moçambique, estão a fugir para o vizinho Malaui, devido à presença de alegados homens armados da Renamo, disseram à Lusa habitantes locais.
Segundo aqueles residentes, os alegados homens da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição) estão posicionados nas localidades de Khongodza, Madzibawe e Ndande mas, até ao momento, ainda não efetuaram ataques armados.
Diversos testemunhos recolhidos pela Lusa referem que os alegados elementos da Renamo, que estão munidos de espingardas e armas brancas, têm contactado a população, pedindo alimentação e, nalgumas vezes, roubaram gado bovino e caprino e produtos nas suas machambas (hortas).
"É uma realidade que estão aqui em Nkondedzi os homens armados da Renamo, porque nós os vimos e têm vindo comer nas nossas casas. Até ao momento, ainda não fizeram algo de mal, mas porque tememos o pior, muitos estão a abandonar esta localidade com destino ao Malaui", disse à Lusa Herculano António, residente naquela localidade.
"Os outros, como eu, que ainda estamos aqui, nas noites temos ido dormir no mato com medo de sermos mortos", acrescentou.
Os agentes de saúde na região sentem-se igualmente inseguros com esta presença depois de, na segunda-feira, homens armados terem recorrido ao centro de saúde de NKondedzi para tratamento.
"Apareceram aqui três homens armados da Renamo à procura de enfermeiros. A sorte é que nós já estávamos fora do hospital, mas eles deixaram recado com as parturientes que iriam voltar porque precisam de ser tratados", disse à Lusa Luísa Sambo, enfermeira daquele centro de saúde.
"Estamos com medo de continuar a trabalhar aqui em NKondedzi nestas condições", acrescentou a enfermeira.
Também no posto administrativo de Zobwe, no distrito de Moatize, onde se situam das maiores reservas de carvão do mundo, exploradas por multinacionais, a população está a retirar os seus bens com destino a locais seguros.
Hoje, em declarações ao semanário Canal de Moçambique, de Maputo, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Tete, admitiu a existência de homens armados da Renamo naquela província.
"De facto, há movimentações de homens armados da Renamo desde a passada sexta-feira", disse José Nubias, adiantando que unidades policiais e do exército "estão no terreno a ver a situação".
Confrontos entre homens armados da Renamo e o exército, que se registam desde abril de 2013, causaram já dezenas de mortos, sobretudo civis, e milhares de refugiados.
Circunscritos inicialmente á província de Sofala, no centro do país, os confrontos deslocaram-se, no princípio do ano, para sul, para a província de Inhambane, a cerca de 450 quilómetros da capital, Maputo.
Lusa
Residentes da localidade de Nkondedzi, no distrito de Moatize, em Tete, no centro de Moçambique, estão a fugir para o vizinho Malaui, devido à presença de alegados homens armados da Renamo, disseram à Lusa habitantes locais.
Segundo aqueles residentes, os alegados homens da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição) estão posicionados nas localidades de Khongodza, Madzibawe e Ndande mas, até ao momento, ainda não efetuaram ataques armados.
Diversos testemunhos recolhidos pela Lusa referem que os alegados elementos da Renamo, que estão munidos de espingardas e armas brancas, têm contactado a população, pedindo alimentação e, nalgumas vezes, roubaram gado bovino e caprino e produtos nas suas machambas (hortas).
"É uma realidade que estão aqui em Nkondedzi os homens armados da Renamo, porque nós os vimos e têm vindo comer nas nossas casas. Até ao momento, ainda não fizeram algo de mal, mas porque tememos o pior, muitos estão a abandonar esta localidade com destino ao Malaui", disse à Lusa Herculano António, residente naquela localidade.
"Os outros, como eu, que ainda estamos aqui, nas noites temos ido dormir no mato com medo de sermos mortos", acrescentou.
Os agentes de saúde na região sentem-se igualmente inseguros com esta presença depois de, na segunda-feira, homens armados terem recorrido ao centro de saúde de NKondedzi para tratamento.
"Apareceram aqui três homens armados da Renamo à procura de enfermeiros. A sorte é que nós já estávamos fora do hospital, mas eles deixaram recado com as parturientes que iriam voltar porque precisam de ser tratados", disse à Lusa Luísa Sambo, enfermeira daquele centro de saúde.
"Estamos com medo de continuar a trabalhar aqui em NKondedzi nestas condições", acrescentou a enfermeira.
Também no posto administrativo de Zobwe, no distrito de Moatize, onde se situam das maiores reservas de carvão do mundo, exploradas por multinacionais, a população está a retirar os seus bens com destino a locais seguros.
Hoje, em declarações ao semanário Canal de Moçambique, de Maputo, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Tete, admitiu a existência de homens armados da Renamo naquela província.
"De facto, há movimentações de homens armados da Renamo desde a passada sexta-feira", disse José Nubias, adiantando que unidades policiais e do exército "estão no terreno a ver a situação".
Confrontos entre homens armados da Renamo e o exército, que se registam desde abril de 2013, causaram já dezenas de mortos, sobretudo civis, e milhares de refugiados.
Circunscritos inicialmente á província de Sofala, no centro do país, os confrontos deslocaram-se, no princípio do ano, para sul, para a província de Inhambane, a cerca de 450 quilómetros da capital, Maputo.
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