Até adormecer
A noite
estrelas no céu
e meus olhos encantados
mãe minha doce mãe
cantarolando
quase que
hum hum hum
melancólico
num tom
da noite
hum hum hum
enquanto as estrelas
candentes cortava o céu
e ela dizia
salve salve virgem Maria
e eu pequenino sorria
daquela mania
sorria e dizia
vix Maria
Mas minha mãe
acariciava
as minhas carpinhas
embalada
num tom melódico
quase que
melancólico
hum hum hum,
enfim era assim até adormecer
sendo velados
pelas estrelas
e os vagalumes na noite.
Manoel Messias Pereira
poeta
São José do Rio Preto-SP - Brasil
AYO
poesia de Roseli Arrudha
A tua voz não cala.
Chama a mim.
Enche-me de brasas.
Adivinho nesse instante de tempestades
a romper as janelas fechadas do meu quarto
o teu vulto no meu sangue
desabando.
Roseli Arrudha
poetisa
São José do Rio Preto - SP - Brasil
John Lennon
poesia de Sara de oliveira Passarella
Velhas Cartas
Do antigo relicário esquecido,
remexo velhas cartas de amor descoloridas
que ainda trazem o cerne do sentimento proibido
-ultimas luas a clarearem as nossas vidas.
De que adianta conservar essas lembranças?
Chorar as mágoas de tantos ais,
se já não restam ilusões, nem esperanças,
de um tempo que se foi e não volta mais.
Lanço no lúmen do fogo-doirado que crepita
as velhas cartas de expressões comovidas
-ternas cartas pálidas, de cor desdita.
Lá se vão meus devaneios perdidos!....
E as labaredas ardem em aspirais galopantes
transformando em cinzas todos os sonhos meus.
As chamas se esvaem quais mãos vacilantes,
trêmulas, num gesto de um triste adeus!
Sarah de Oliveira Passarella
poetisa
Campinas - SP - Brasil
Agnaldo Thimóteo
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