Poesia - Miriam Alves
AbandonadosEram meninos
menores
errantes na terra dos homens
Eram meninos menores
agonizantes
sedentos nus
Eram meninos
menores
agora..... não eram
nenhum
Miriam Alves
poetisa
São Paulo - SP - Brasil
Poesia de Allen Ginsberg
Allen Ginsberg
Canção
O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação
o peso
o peso que carregamos
é o amor.
Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano -
sai para fora do coração
ardendo de pureza -
pois o fardo da vida
é o amor,
mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.
Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor -
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
- não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contigo
quando negado:
o peso é demasiado
- deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.
Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho -
sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.
Allen Ginsberg
poeta norte americano
Newark - New Jersey
Poesia de Manoel Messias Pereira
Charge de Carlos Latuf
Resgate da Felicidade
Como sera a estética da felicidade
pensando em quem está governando
será a tropa de elite do Rio de Janeiro
metralhando crianças
invadindo casas
transformando vidas
em torturas
como pau-de araras
em que dependuram brasileiros
ou a estética da felicidade
está em São Paulo, a terceira
maior cidade
do planeta
onde as pessoas são jogadas
esquecidas e adormecem nas calçadas,
ou será o jardim de frente a USP
Largo São Francisco
onde mendigos defecam ao ar livre,
ou a felicidade
é apenas uma cantiga triste
de um sonho que se desmancha,
Se olhar a estrutura politica
vejam essas indecências
patrocinadas por uma série de empresas
que coloca testas de ferro nos poderes,
pra fingir de deputados, governadores
estabelecem salários de mediocridades
impostos de enormidades
e inventam bolsas pra complementar
pois respeito que é bom nada,
O Brasil é essa leitura triste.
É preciso o resgatar a felicidade
pelo menos historicamente.
Manoel Messias Pereira
poeta, cronista
São José do Rio Preto-SP.
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