sábado, 18 de janeiro de 2014

Reflexão Literária - Contador Borges, Antonio Soledad e Manoel Messias Pereira

Poesia de Contador Borges

É Possivel

É possível correr o risco da síntese
dizendo o mínimo
essencial do poema
e acender no espaço vivo
entre o alvo da beleza
e o arco iludido
o gozo dos sentidos
até perder-se nas entrelinhas?


Contador Borges

poeta e doutor em filosofia
São Paulo - SP. Brasil


As quatros estações de Vivaldi


Poesia de Antonio Soledad

Menina da Serra.


Menina
do rosto de saudade
de olhos insaciáveis
que mora detrás da serra
Serra pequena
para o teu feitiço
para a tua boca ardente de sensações
para teus seios desenhados para mim
Menina
de um corpo moreno de curvas morenas
anjo e demônio
mulher dos caboclos da serra
No meu peito teu batom
encaixado no teu corpo meu corpo
perfeição de movimentos
gozos de sentimentos
tendo como platéia silenciosa
a lua e a serra
Menina
se te matarem amanhã
subo ao alto da serra
pego uma carona na saudade
e vou morar na lua.


Antonio Soledad

poeta


São José do Rio Preto-SP. Brasil




Gal Costa - India


Crônica de Manoel Messias Pereira


Virgília de ninar

Numa canção de ninar, a criança adormece e talvez sonhe com a poesia.

A poesia no sonho da criança, vem com uma bola colorida, que ao ser arremessada de um lado para o outro, pula, pula, e rola para a casa vizinha, e o coleguinha filho do vizinho, com certeza vai chutar a bola para o outro quintal, e assim é a vida infantil, um doce momento de viver.

A poesia está na ternura do sonho. E o velho vovô Sigmund Freud reconhece que os sonhos são produzidos por substituição de desejos alojados e interpretar implica atribuir a ele um sentido, pois eles podem  serem inseridos na cadeia psíquica e ser retrospectivamente rasteada na memória a partir de uma ideia patológica.

Com isto sempre imaginei Jesus Cristo, na sua infância sonhando com a história do "Lobo Mau e os três Porquinhos". Os três animais gordinhos sabiam dos males e do perigo de  caminhar sozinhos na floresta, mas iam cantando "quem tem medo do lobo mau , lobo mau, lobo mau. . .quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau. . .e assim resolveram fazer a sua casinha e ter a sua independência.

Já sabemos que a primeira casa foi de palha, e o tal Lobo Mau, veio e soprou, soprou e a casa foi para os ares, já a segunda casa foi de madeira, mas a fúria do lobo, também deixou os porquinhos ao relento  e perdidos na floresta. Mas os três porquinhos pensaram, pensaram, e resolveram criar uma casa de tijolos, e desta vez o lobo mau não foi possível derrubar a casa. E desapontado fugiu da floresta, e assim os três porquinhos puderam cantar livremente " quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau e assim por diante".

Para crer que Jesus gostava desta história, vamos encontrar no Novo testamento, o texto dele que diz assim "qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante ao homem que edificou uma casa e cavou e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha" e assim fizeram os três porquinhos, o alicerce seja talvez outra coisa senão a esperança e a educação.

E assim entendemos que dormir e estar em permanente virgília de ninar, com as possíveis lembranças de nossa infância, e outras coisa o velho vovô Freud explicará.


Manoel Messias Pereira

cronista, poeta e professor
São José do Rio Preto-SP


Genny G - Canção de ninar

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