Enfim o livro que faltava. Nesta obra, o jornalista Marcelo Oikawa brinda os leitores com uma narrativa vertiginosa, rica em detalhes, com novas revelações a cada página, do conflito que representou o momento maior da luta pela terra na região norte do Paraná. Depois de 20 anos de paciente pesquisa em livros esquecidos no fundo de estantes, em documentos empoeirados, em arquivos obscuros ou trancados a sete chaves, em jornais da época, em obras acadêmicas recentes, junto a velhos comunistas, a familiares descendentes dos posseiros combatentes, varrendo a região conflagrada, o livro que você começa a degustar vem preencher uma lacuna injustificável.
Um movimento que começou com a instalação de cerca de 300 posseiros em 1940 e que terminou com aproximadamente três mil em conflito em 1951, controlando uma área de 40 km2na região central do norte do estado do Paraná. Embalados pelo radical Manifesto de agosto de 1950 do PCB e sonhando com a vitória de Mao Tsé Tung, os comunistas queriam que o movimento fosse “a fagulha que iria atear o fogo da revolução”. Mesmo ao final sendo sufocado pelo cerco policial e resultando o re-assentamento de apenas 380 famílias em outras regiões, a luta armada de Porecatu será o ponto de partida de diversas lutas sociais que eclodiram no decorrer de toda a década de 50 no Paraná e pelo Brasil a fora.
Ao mesmo tempo, ao protagonizar o movimento armado, o PCB deflagrou a constituição de organizações com características associativas, as ligas camponesas do Paraná, antecessoras pouco conhecidas das famosas ligas camponesas do nordeste brasileiro. Sufocado o conflito de Porecatu, em pouco tempo os comunistas do setentrião paranaense iniciarão a edificação de uma rede de sindicatos - mais tarde poderosa
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