quinta-feira, 13 de março de 2014

Netanyahu quer Israel reconhecido como estado judeu



Netanyahu quer Israel reconhecido como estado judeu
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, exortou de novo ontem o Presidente palestiniano Mahmud Abbas a reconhecer Israel como Estado judeu, um pedido definido por um líder palestiniano de “declaração unilateral de fim das negociações”.

“Presidente Abbas, reconheça [Israel como] o Estado judaico... Desta forma diríeis aos palestinianos que parassem de sonhar com a ideia de submergir Israel com refugiados”, disse Netanyahu, que discursava em Washington perante o Comité de Assuntos públicos americano-israelita (Aipac), o principal ‘lobby’ pró-israelita nos Estados Unidos.

“Ao reconhecerem [Israel como] Estado judaico, demonstrariam claramente que estão verdadeiramente comprometidos em pôr um termo ao conflito”, prosseguiu.

“Netanyahu anunciou que não pretendia uma solução para a questão dos refugiados e o reconhecimento da judaicidade do Estado de Israel, o que é totalmente inaceitável”, declarou numa reação à agência noticiosa AFP Nabil Chaath, membro do comité central da Fatah, o movimento do Presidente palestiniano Mahmud Abbas, e que acusou o primeiro-ministro israelita de “recusar todas as regras de negociações”.

Por seu turno, o Presidente palestiniano exigiu o congelamento da colonização judaica e a libertação de mais prisioneiros para assegurar o prolongamento das negociações com Israel para além do prazo fixado de finais de Abril, posição expressa na Segunda-feira durante um encontro com Zehava Gal-On, a chefe do Meretz, um partido da oposição de esquerda israelita. Durante o seu encontro com a dirigente do Meretz, Abbas considerou uma “brincadeira” a sugestão de que pretende inundar Israel com cinco milhões de refugiados palestinianos, segundo um comunicado de Gal-On.

“Nem um refugiado regressará a Israel sem acordo israelita. Mas espero que Israel fixe uma quota de refugiados que aceitará anualmente”, explicou o Presidente palestiniano.

As conversações de paz, que foram retomadas em Julho de 2013 após quase três anos de interrupção, deveriam garantir até 29 de Abril um “acordo-quadro” sobre as grandes linhas de uma resolução definitiva das questões incluídas no “estatuto final”: fronteiras, colónias, segurança, estatuto final de Jerusalém e refugiados palestinianos.

“Se firmarmos a paz com os palestinianos, este acordo será decerto atacado pelo Hezbollah, o Hamas, a Al-Qaida e outros”, tinha já considerado Netanyahu na Terça-feira.

Numa referência ao movimento de boicote internacional de Israel designado Boicote, desinvestimento, sanções (BDS), apresentado como um movimento proveniente da sociedade civil palestiniana, o primeiroministro israelita referiu-se a uma “mascarada”: “Vai fracassar”, assegurou. Na Segunda-feira, durante um encontro na Casa Branca, Barack Obama apelou ao primeiro-ministro israelita para “tomar decisões difíceis” pela paz no Médio Oriente, sublinhando que a conclusão de um acordo exige “compromissos de todos”.

“Penso que ainda é possível a criação de dois Estados, um Estado judeu de Israel e um Estado da Palestina no qual as pessoas vivam em paz e segurança”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos.


Fonte : O País (Angola)

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Manoel Messias Pereira

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