Cronica Edvaldo Jacomelli
Viagem ao amanhãEdvaldo Jacomelli*
Viajei ao amanhã.
É assustador enxergar o hoje estando no futuro.
Angustia saber o drama que vivemos de observar a ação errada que estamos prestes a executar.
Voltei correndo para o hoje.
O interessante nessa confusão é que não consigo mais enxergar o erro de hoje que vi no amanhã.
Passei a visualizar as possibilidades da vida.
Pessoas passam ao redor de nosso cotidiano somatizando frases, acontecimentos, situações, momentos e decepções.
Nossa memória vai deletando coisas importantes durante o espaço do tempo. Rostos conhecidos se perdem na espuma da distância, pessoas que conhecemos se mudaram, morreram, casaram, fugiram do nosso instantâneo.
Essa situação toda não significa que a convivência um dia deixou de ser real. Ficou incorporada em nossa capacidade de apreensão dos bons momentos, até mesmo na retenção involuntária dos momentos ruins.
A certa altura de nossa existência no planeta Terra começamos a vasculhar a mente, em suas reentrâncias mais profundas, em busca do filme de nossa vida. Incorporamos no mosaico dessa tela mental a primeira professora, tentamos decifrar o rosto de alguém que não conseguimos mais a lembrança, pescamos as frases que consignamos como importantes.
Resgatamos as ações de pessoas que nos ajudaram com palavras, no momento em que a dor da alma foi de um corte cirúrgico de precisão milimétrica.
O sorriso que um dia recebemos da pessoa que achamos não ser simpática.
O lance de um jogo emocionante que as retinas cravaram na medula.
A maravilha do primeiro beijo.
A descoberta das primeiras letras, das primeiras contas efetuadas, do filme que esculpiu em nós a razão da piedade e do amor ao próximo.
Ainda bem que a humanidade possui a ferramenta do
amadurecimento na vida.
Podemos deixar fermentar o perdão em nossas entranhas para que cresça o pão do amor.
Conseguimos escavar o arrependimento em busca do tesouro de novas ações mais preciosas.
Possuímos o dom de ouvir o que nos dizem os mais experientes.
Sempre chega até nós a essência humana, em forma de aprendizado cósmico, dissolvendo as pedras do caminho em joias da sapiência.
Existe a possibilidade de podermos escolher um bom caminho, apesar de árduo; sem que nos percamos na sedução duvidosa da trilha mais fácil. Um abano de mão, ao longe, consegue acender nosso apagão momentâneo. Ressuscitamos da inércia quando pessoas sorriem devidamente suficientes em seus cotidianos, agradecidas em suas necessidades.
A flor eclode e nossa esperança se ilumina em sua beleza.
Depois de um determinado tempo pessoas se reencontram como se estivessem viajando no futuro.
Uns se olham e não se reconhecem.
Depois de alguns comentários ressurge a célula da amizade, nos confins da memória que se renova a cada segundo, repleta de novos momentos.
É neste instante que se instala na lógica de nossa alma a importância que teve o fato de, lá atrás, qualificarmos nossas relações, no estado de suas instâncias, na saudável extração dos fluidos benéficos.
Ressaltando o fato de que aperfeiçoando nossas ações atuais, colheremos amanhã o fruto da lembrança sadia.
Edvaldo Jacomelli
escritor , cronista e poeta
São José do Rio Preto -SP - Brasil
Palestra/bate papo - A mulher cantada e decantada por Chico Buarque,
com o escritor Edvaldo Jacomelli. Leitura e discussão de músicas do compositor Chico Buarque e sua relação com o universo feminino.
Dia 17 de março - às 20 horas
#participe #aberto #gratuito
Poesia de Vinícius de Moraes
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Vinicius de Moraes
poeta brasileiro
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Cronica de Manoel Messias Pereira
Nepal Poético
Nesta obra literária, o autor, insiste em dizer que "os homens estão indo para o Nepal e isto eletriza o sémem de sua essência... ir para o Nepal transpõe a imaginação... translada o ápice do orgasmo". De princípio o autor, utiliza a semiótica em seu texto, valorizando a semântica da palavra "Nepal".
Historicamente, este poema, traz-me a figura, relativa a 1994, quando os jovens tibetanos pediram asilo na Índia e no Nepal, primeiro fugindo da repressão política e depois desejando aprender sua cultura e sua língua nativa. E para chegar até o Nepal, estes jovens enfrentaram os gélidos ventos do Himalaia as montanhas mais altas do mundo, porque no Tibet só ensinavam o tibetano básico e as principais provas eram dadas em chinês. Porém as primeiras levas de tibetanos , atravessaram o Himalaia em 1959, para fugir da ocupação chinesa, naquele momento cerca de 60 mil budistas asilaram-se na Índia e no Nepal. E entre eles DALAI LAMA. E quem fosse descoberto naquela oportunidade era entregue ao representante do governo de Beijing.
O Nepal foi um reino hindu e o rei Biendra foi considerado por seus súditos a encarnação de Vishnu, um dos principais deuses da religião hindu. E até 1990 o poder era absoluto, sendo que no levante de 8 de abril de 1990, o absolutismo cedeu lugar para uma monarquia constitucional parlamentarista, sendo que o primeiro ministro, pertenciam aos dois maiores partidos, o Partido do Congresso e o Partido Comunista, tiveram no período de 1990 a 2001, indicados o primeiro ministro, sendo quem foram num total de dez, o que mostra, que a esquerda e a direita tiveram governos curtos e fragmentados, por essas razões a população do Nepal não confiam na democracia, vivem uma instabilidade econômica, que recaem nestes partidos, pois todos tem um discurso, que fala sobre a reforma agrária, mas até o momento isto não foi feito, prometeram libertar os escravos por dívidas e não conseguiram, além do mais 23 milhões de pessoas ganham menos de 1 dólar por dia.
Apesar dos pesares, enquanto no Sul da Ásia, países vizinhos do Nepal eram atingidos pelas tensões religiosas na região, o multietico e hino Himalaio evitou essa agonia. Mas foi o próprio governo que resolveu encurtar o programa radiofônico da Radio estatal do Nepal, sobre o hinduísmo e passou a transmitir o noticiário em sânscrito, sendo essa língua considerada da elite hindu Brahim, que domina o vale da capital Katmandu. E tudo isto enfureceu vários grupos, hindus, budista mongólico tibetano, que apesar do sânscrito ser uma língua em desuso a Universidade nepalesa de Mahendra gastava US$ 655 mil anuais com 690 estudantes de sânscrito.
Em junho de 2001, o príncipe herdeiro, Diependra, embriagado, com uma metralhadora Uzi, e um fuzil automático, chegou a sua casa, num jantar e assassinou o seu pai o rei Biendra e a sua mãe Aiswarya, e seu irmão Niraya e sua irmã Shruti, mais cinco parentes ferindo quatros outros, suicidando logo a seguir. Atualmente a monarquia esta a cargo do rei Gyanendra, que não estava no jantar e é um rico empresário da rede hoteleira e possui também uma fábrica de cigarros. Enquanto isto a monarquia do Nepal é constestáda e combatida por um grupo de guerrilheiros maoista que domina as montanhas central da região.
E com base nestes comentários históricos, o poeta Jacomelli foi reflexivo, pois ele percebeu que a liberdade no Nepal permitiu aflorar as rivalidades e o preconceito. Com isto ficou patente que o mundo é feito de contradição e que transforma - se dialeticamente.
Para mim Jacomnelli, viajou nas LETRAS, como se estivesse num cometa e percebeu que geograficamente o Nepal não tem saída para o mar e vive no coração do Himalaia. E no mar da semântica, nasceu o poema Nepal no coração do poeta, como uma necessidade figurativa de dar vazão a essas tantas figuras literária e imaginária. E por isto parabéns a esse poeta.
Manoel Messias Pereira
poeta
São José do Rio Preto - SP - Brasil
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