sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SANDRA GONÇALVES: Fênix!!!

SANDRA GONÇALVES: Fênix!!!: 23 SET Hora de sair do casulo, Mrs. Butterfly!!! Depois de anos a fio meio adormecida… meio não sendo eu mesma… Anos estes, em que parte de...

Mozart - A Flauta Magica, 1º ATO parte 4 (Legendado Portugues - BR)

Fatos Históricos, Políticos, Artísticos, Sociais e Literários

Em 30 de setembro de 1949 - A polícia reprime o ato pró-Petrobrás em Santos-SP. Brasil
Em 30 de setembro de 1937 - Plano Cohen, documento forjado pelo capitão integralista Mourão Filho (o mesmo que desencadearia o golpe militar de 1964), é divulgado por Getúlio Vargas e Dutra. Pedia a decretação do Estado de Guerra contra o perígo comunista.

Em 30 de setembro de 1960 - Independência de Botswana

Em 30 de setembro de 1991 - O presidente eleito do Haiti, o padre  Jean Bertrand Aristide, eleito democraticamente em 1990, é derrubado por um golpe militar dirigido pelo general Raol Cedras, comandante do exército.

Em 30 de setembro de 1948 - Nasceu o guerrilheiro Raul Reyis, das Farcs, Colombia


Em 30 de setembro de 1971 - Nasceu a atriz Jenna Elfman - norte americana

Em 30 de setembro de 1987 - A Anistia Internacional denuncia em relatório, a tortura, maus tratos, detenção arbitrária e julgamento injusto de presos políticos com algumas violações de direitos humanos praticados em Timor Leste, ocupados pela Indonésia.

Em 30 de setembro de 1791 - estreiou a ópera de Mozart "A flauta Mágica"




Cooperação

Docentes em busca de parceria para investigação cientifica no Brasil



Luanda – Uma delegação de docentes universitários de Angola, de instituições públicas e privadas, deixou hoje (quinta-feira), o país, com destino a República do Brasil, onde, durante três dias, vão participar, na cidade de São Paulo, num encontro destinado a troca de experiências na área da investigação científica.



No aeroporto de Luanda, o professor Viera Andrade de Almeida, da Faculdade de Letras, da Universidade Agostinho Neto, disse à Angop ser importante a participação em eventos do género, assim como a assinatura de acordos na área, “uma vez que enriquece o nível de desenvolvimento do sector científico no país”.



De acordo com o docente, deve-se encorajar as parcerias internacionais como o modelo de cooperação entre as universidades públicas e privadas envolvidas em projectos de investigação nos diversos ramos do saber.



“Na nossa classe, disse o professor Vieira de Almeida, é importante trabalhar de forma colectiva, visto que a colaboração entre as universidades na transmissão de conhecimentos e capacidade de inovação, produz um melhor aproveitamento da investigação académica”, sustentou.



Na ocasião, reconheceu os esforços empreendidos pelo governo no sentido de desenvolver o sector universitário em Angola, assim como defendeu a

necessidade de se profissionalizar, cada vez mais, a pesquisa e desenvolver-se uma política de continuação e fomento da investigação no país.



Por sua vez, Carlos Sebastião Mendes, que integra a comitiva, reafirmou ser necessário desenvolver-se os mecanismos de estudos científicos nas áreas mais relevantes, no sentido de permitir solucionar questões na sociedade e a nível das próprias instituições universitárias, pelo que espera colher experiências no Brasil.



Segundo o professor, “é intenção das universidades públicas e privada garantir a liberdade académica aos alunos e atribuir autonomia e responsabilidade social no desenvolvimento da investigação científica”.



O encontro, a decorrer a partir de 30 de Setembro, vai abordar, durante três dias, vários assuntos que preocupam a comunidade universitária mundial e, em particular, a lusófona, sobretudo no ramo da investigação científica nos diversos níveis.


































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Seminário abordará obtenção de financiamento para projetos culturais de temática afrobrasileira

 
Julio Evangelista dos Santos Jr.

Seminário abordará obtenção de financiamento para projetos culturais de temática afrobrasileira

Postado por Departamento de Imprensa





Obtenção de financiamentos para projetos culturais que focalizem a cultura negra. Esse será um dos assuntos a serem discutidos pelo titular do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afrobrasileira, da Fundação Palmares, Martvs Chagas. A Palmares é uma instituição pública vinculada ao Ministério da Cultura, que tem a finalidade de promover e preservar a cultura, formulando e implantando políticas públicas que potencializem a participação da população negra no desenvolvimento do País. Martvs Chagas participará do Seminário Cultura Negra e os Desafios para Construção das Políticas de Promoção da Igualdade Racial, marcado para esta sexta-feira, 30, com início previsto para as 13h30, no Bloco Cultural José Edgard da Silva, ao lado da Prefeitura.

A promoção é iniciativa da Coordenadoria de Igualdade Racial e Étnica, cujo responsável é Júlio Evangelista Santos Júnior. O setor é ligado à Secretaria Municipal de Cidadania e Inclusão Social (Semcis). Segundo adiantou Júlio Evangelista, deverão encarregar-se das abordagens por ele mediadas, além de Martvs Chagas: a diretora do Grupo de maracatu Zabelê, Juliana Clabunde; o coordenador musical da Afrobanda, Milton Custódio Simões; o presidente da Associação Cultural Afro Ketu, Rafael Oliveira; o capoeirista do Grupo Meninos Guerreiros, Mestre Cabrito.

Júlio Evangelista explicou que o evento abordará ainda a temática afrodescendente, aproveitando a recente passagem do Dia do Folclore (22 de agosto) e ressaltou que 2011 é o Ano Internacional dos Afrodescendentes, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) e referendado pela Presidência da República, por meio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).



Texto: Maria Cecilia de Souza Rodrigues. MTb 16.561









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4a.Edição do Prêmio Inventores Unicamp

Patricia Magalhães de Toledo
diretora de propriedade inelectual e transferência de tecnologia da Inova Unicamp




A quarta edição do Prêmio Inventores Unicamp acontece nesta sexta-feira (30), às 10 horas, na sala de reuniões do Conselho Universitário (Consu) da Unicamp, e tem por objetivo homenagear professores inventores da Unicamp envolvidos em atividades de transferência de tecnologias. O Prêmio é uma iniciativa da Reitoria e da Agência de Inovação Inova Unicamp.



A edição de 2011 engloba três categorias. As duas primeiras são: “Tecnologia Licenciada”, premiação voltada para professores que desenvolveram uma tecnologia cujo licenciamento para uma empresa ou instituição ocorreu em 2010, e “Destaque na proteção à propriedade intelectual”, que premiará a Unidade da Unicamp com maior número de depósito de patentes no ano de 2010. A terceira categoria e de maior destaque é a de “Tecnologia Absorvida pelo Mercado”, prêmio orientado para professores responsáveis por tecnologias licenciadas que já estejam sendo comercializadas.



Segundo o professor Roberto Lotufo, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, a categoria “Tecnologia Absorvida pelo Mercado” merece destaque especial, pois representa a completude do ciclo da transferência da tecnologia criada na universidade, que não seria possível sem o envolvimento do professor na realização do licenciamento e no aporte para o desenvolvimento complementar da tecnologia.



Patricia Magalhães de Toledo, diretora de propriedade intelectual e transferência de tecnologias da Inova Unicamp, explica que a edição de 2011 apresentou novidades. “Como reconhecimento e estímulo para que mais professores se engajem nas atividades de inovação, a Agência de Inovação ofereceu este ano um kit com certificado para professores que depositaram patentes no ano de 2010”. Segundo ela, estes professores também foram convidados, juntamente com autoridades da Unicamp, para assistir a cerimônia a ser realizada nesta sexta.



Os convidados que tenham disponibilidade para assistir o evento devem enviar e-mail para o cerimonial da reitoria confirmando a presença.





Fonte: AgCom Unicamp

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

HOY TENGO GANAS DE TI NINEL CONDE

Fatos Históricos Políticos Sociais Artísticos e Literários

Em 29 de setembro de 1992 - O povo pediu e o Congresso votava o impeachment do Presidente brasileiro Fernando Collor de Mello.
Em 29 de setembro de 1970 - nasceu a cantora mexicana Ninel Conde

Em 29 de setembro de 1933 - Nasceu o ex-presidente de Moçambique Samora Machel (falecido) num acidente aéreo.

Em 29 de setembro de 1908 - Nasceu o escritor Machado de Assis, o mais completo escritor brasileiro.

Em 29 de setembro de 1940 - Nasceu a escritora e professora Universitária Noelia Vieira de Melo (falecida).

Em 29 de setembro de 1977 - nasceu a atriz e bailarina brasileira Viviane Fernandes.

Em 29 de setembro de 1935  - Nasceu o escritor, ator , dramaturgo, jornalista Plinio Marcos









Os signos por trás da ideologia: simbologia nazista



por Estela de Melo Faria





Sobre o artigo[1]



Sopbre a autora[2]



Introdução.



Marc Bloch, em Apologia da História escreveu: “... ora, a obra de uma sociedade que remodela, segundo suas necessidades, o solo em que vive é, todos intuem isso, um fato eminentemente ‘histórico’...” (BLOCH, 2002 p. 53). Na Alemanha ‘criada’ por Hitler essa citação se encaixa (se assim se pode dizer) perfeitamente.



Hitler modelou ‘sua’ Alemanha da maneira que achou mais plausível, ‘purificando’ a raça que lá vivia, e trazendo graves conseqüências para os excluídos racialmente. Esse trabalho acadêmico tentará descrever aspectos da alguns símbolos utilizados por essa seita, como eles se apropriaram de signos e significados antigos para a legitimação de poder.



Como toda história necessita de um contexto, esse trabalho também abordará alguns aspectos do nazismo e algo sobre o homem que pôs em prática toda a ideologia desse grupo: Adolf Hitler, como o tema central é o simbolismo por traz do nazismo esses aspectos serão apenas ilustrativos.



Os símbolos escolhidos para descrição são: a águia, a suástica, e as runas que estão presentes no símbolo da SS. A águia esta ligada a encarnação, substituto ou mensageiro da mais alta divindade e do fogo celeste (o sol). A suástica indica um movimento de rotação em torno do centro. As runas () tem como significado o poder do sol, como se podem perceber diversos signos dos Nazistas estão ligados e este corpo celeste. “... O simbolismo do sol é tão diversificado quanto é rica de contradições a realidade solar. Se não é o próprio deus, é, para muitos povos, uma manifestação da divindade...” (CHEVALIER, GHEERBRANT, 2009 p. 836).



Qual seriam as motivações para tantos símbolos ligados ao ‘astro rei’? Vários impérios utilizaram vários signos para legitimar o seu poder, como podemos perceber essa prática não é restrita a antiguidade ou ao medievo, na contemporaneidade esses artifícios também são utilizados Ao descrever essa simbologia pretende-se achar a resposta para a questão proposta, podendo ser encontrada ou não.



A principal conclusão é que as práticas tomadas por esse grupo causaram um grande colapso na vida de milhares de “inimigos da raça ariana”, muitos exterminados nos campos de concentração.



O Nazismo



Com o final da 1ª Guerra Mundial, o Kaiser Guilherme II abdicou do poder fugindo para a Holanda. Com a derrota, a Alemanha caiu em uma profunda crise econômica (a inflação chegava a 30.000% a.m.). Com esse contexto foi proclamada a Republica de Weimar para substituir o II Reich.



Em 1919, em Munique foi fundado um partido totalitário de nome Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (ou Partido Operário Alemão, ou ainda Partido Nazista). Sua definição é de regimes totalitários (tudo para o Estado/tudo em nome do Estado), no qual, um único chefe, idolatrado pelo povo, centraliza o poder nas mãos e o exerce de forma ditatorial.



Várias das características do Nazismo se assemelhavam a do Fascismo, entre elas se pode citar: o nacionalismo extremado, o expansionismo ligado ao militarismo, o uso exagerado da propaganda para manipular as massas, o combate ao socialismo e o liberalismo e pregava um Capitalismo de Estado, no qual havia a propriedade privada e a intervenção do Estado na economia. Apesar de extremamente parecidos, esses regimes tem uma discrepância crucial: o racismo pregado pelos nazistas com base na superioridade da raça ariana, indo-européia.



Em 1933, Hitler obtém a vitória nas eleições parlamentares e chefia o gabinete, no poder ele dissolveu os partidos políticos, acabou com os sindicalismos e encheu os campos de concentração com os socialistas que eram perseguidos, assim como comunistas, homossexuais, ciganos, intelectuais e os judeus que mandava eliminar nas câmaras de gás.



Um dos artifícios usados por Hitler para dominação popular foi a SS que participou também de diversas campanhas militares como a invasão da França e da Rússia, seu principal comandante foi Heinrich Himmler.



A SS, através do seu braço de inteligência, as Sicherheitsdienst (SD), foram encarregadas de encontrar judeus, ciganos, homossexuais, comunistas e qualquer outra etnia ou culturas condenadas pelos Nazistas por serem considerados subumanos ou terem oposição ao regime, sendo deportados para os campos de concentração. Himmler se tornou um dos principais arquitetos do Holocausto, usando elementos míticos e uma opinião fanática na ideologia racista nazista para justificar o homicídio em massa e o genocídio de milhões de vitimas.



A partir da morte do presidente Hindenburg, Hitler acumulou o cargo de presidente e chanceler, iniciando sua trajetória rumo à formação do Terceiro Reich. O poder foi centralizado na figura do Füher (Hitler), os membros do partido nazista ocuparam todos os postos na administração pública e grandes manifestações nazi passaram a acontecer nas grandes cidades alemãs. O processo de concentração econômica através da formação de grandes corporações e cartéis foi estimulado pelo novo governo.



A principio o partido obteve apoio de classes como a burguesia e pessoas assustadas com a crise do país, como os agricultores, estudantes universitários, os milhões de desempregados, ex-trabalhadores não especializados e ex-funcionários de escritórios que buscavam esperança.



Ao instalar o III Reich, Hitler e o partido nazista eliminaram seus opositores, iniciando a conquista militar do ‘espaço vital’, responsável direto pela eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-45).



Adolf Hitler. (1889-1945)



Adolf Hitler nasceu na Áustria no dia 20 de abril de 1889. Com a morte de seus pais ele se vê obrigado a ‘ganhar seu pão’ na Viena do começo do século XX, tem pouquíssimos amigos embora freqüente pessoas de todos os tipos. Nessa época é que ele constrói aquela que será a sua base em todas as experiências, uma visão do mundo focalizada em algumas ideias e impressões não mais modificáveis, tais como: a natureza irremediavelmente cruel do homem, a conspiração maléfica e universal dos judeus, a superioridade da raça ariana e o seu direito de dominar o mundo, a profunda antipatia pelas instituições democrático-parlamentares, o ódio impiedoso pela social-democracia e pelo marxismo, ideias que são bastante comuns na Viena daquele tempo.



Em 1914 com a declaração da guerra Hitler que está entre os entusiastas se alista como voluntário e alguns meses depois parte para frente ocidental. Com o termino da guerra ele recebe a ‘missão’ de investigar um novo partido que está surgindo, um pequeno grupo conhecido como Partido dos Trabalhadores Alemães e nele se inscreve. Em menos de seis meses ele se torna líder absoluto e indiscutível do partido. Seu fundador e seu presidente tinham se contentado até aquele momento em promover discussões e debates em Munique. Hitler ao contrario desde 1919 dedicou toda sua energia como membro do comitê dirigente encarregado da propaganda conseguindo atrair diversas pessoas para os comícios do partido.



O ano de 1923 foi dramático para a Alemanha e decisivo para Hitler, com a crise financeira bem avançada, ele decide que esse é o momento de agir. Ficou impressionado como a Marcha sobre Roma de Mussolini (1922) e há meses projeta e organiza uma marcha análoga sobre Berlim para depor os ‘traidores’, essa manobra o leva a condenação de 5 anos de reclusão numa fortaleza.







Hitler como soldado em 1916 (http://eduexplica2gm.blogspot.com/2010/02/por-que-hitler-usava-aquele-bigode.html)



A nova situação convence Hitler a adotar uma estratégia diferente para chegar ao poder: não mais a revolução armada, mas a conquista legal do estado com os meios constitucionais (eleições e governos) e possivelmente com o apoio do exército.



A personalidade de Hitler sempre foi enigmática, mesmo para sua família e seus colaboradores mais próximos. Ele já foi descrito como louco, gênio, possesso, criminoso e até de pequeno-burguês, uma das conclusões que podemos tirar e que ele pode ser considerado paradoxal e contraditório.



“... Como qualquer personalidade excepcional, Adolf Hitler possuía um espírito complexo, indefinido, escapando a qualquer julgamento completo. As noções do bem e do mal deixam de ter sentido logo que se aplicam a tal personagem, cujo caráter estranho atrai sempre as multidões ávidas de não se sabe que mistério...” (PAIVA, 1990. p 131).



Ele dizia seguir o caminho que a providência o indicava, mas de onde viriam tais ‘conselhos’? Do Thulé, grupo que lhe iniciou no esoterismo do Oriente, do Monge enviado do Tibete, ou de uma revelação mais antiga de sua infância? Vale lembrar que é por essa época que o destino lhe revela o emblema que devia fazer a sua aventura e a sua desgraça: a cruz gramada (ou a suástica).



Quanto às mulheres a quem ele tinha demonstrado seu interesse conhece-se pouco delas. Três figuras femininas se destacam em sua vida sentimental que ele tinha como um amor idealizado e até incorpóreo, são elas Stefanie sua primeira paixão de adolescente aos 16 anos, Geli Raubal, sua sobrinha a quem ele ama a ponto de perder a cabeça, e sua ultima ligação afetiva foi Eva Braun que ele desposa antes de lavá-la para morte consigo.



Não se pode esquecer que a maioria das transformações que ocorreram no mundo, foram pelo triunfo de um vencedor único, as coalizões quando chegam ao poder trazem consigo o germe da corrupção futura é assim que um Estado nacionalista nunca será criado pela vontade vacilante de uma coalizão, mas unicamente pela vontade de um movimento que sozinho alcançou a vitoria na luta contra todos.







(http://cienciayenigmas.blogspot.com/2011/04/adolf-hitler-la-historia-jamas-contada.html)



A simbologia.



Como é de costume desde a antiguidade o uso de símbolos de poder não foi deixado de lado na política nazista. Quando pensamos nesse regime logo nos vem à mente aquilo que seria a expressão mais ferenha de sua propaganda: a Suástica.



Um erro que podemos cometer é pensar nesses símbolos apenas ligados a essa forma de poder, não é novidade também que diversos governos utilizaram simbologias antigas para legitimar seus poderes, podemos encontrar diversas maneiras que esses signos foram empregados antigamente e posteriormente adaptados a um novo tempo e espaço.



Em um primeiro momento Hitler precisava criar a imagem ‘do homem forte no poder’



“... O que importava era a ação, não qualquer programa político devidamente estabelecido e sistematicamente aplicado. O que importava era o mito orientador para dar energia a essa ação, e o melhor de todos os mitos era o que identificava o adversário, um inimigo contra o qual as massas se reuniram. Finalmente, Hitler adotou o conceito fascista de ‘homem forte’, uma comunidade chefiada por um líder carismático, apontado não por voto majoritário, mas pelos misteriosos mecanismos do destino. Ele traduziu Il Duce, ‘o condutor’, pelo terno pelo qual era conhecido Mussolini, para o alemão: o Führer, o condutor...” (DWORK, JAN VAN PELT. 2002 p. 86)



Depois de feita a figura em que o povo podia confiar, foram escolhidas as insígnias que regeriam o imaginário da população, imagens que seriam ‘o rosto’ do nazismo que até hoje são repugnadas como no caso da suástica em que sua utilização recria a sensação de horror da época em que Hitler e companhia ‘fizeram seu estrago pelo mundo’, fato ainda muito arraigado na mente de uma nação.



“... O simbolismo e os rituais políticos nazistas- o ousado desenho da suástica, os uniformes e saudações adotados dos fascistas, os desfiles copiados dos militares, as concentrações de massa tomada do mundo dos esportes- tudo isso oferecia aos alemães de muitas origens um senso de unidade, ardor e propósito. Nenhum outro partido tinha esse apelo popular; cada um atraia apenas um setor da sociedade...” (DWORK, JAN VAN PELT. 2002 p. 90)



Com sua estratégia política formada, o grande apelo popular, os nazistas chegaram ao poder, colocando em prática sua política de terror. Os signos demonstram muito mais do que a política deixava transparecer, sentidos antigos que muitas vezes foram suprimidos pela política.



A águia.







“... Rainha das aves, encarnação, substituto ou mensageiro da mais alta divindade uraniana e do fogo celeste (...). Símbolo de tamanha importância, que não existe nenhuma narrativa, ou imagem, histórica ou mítica, tanto em nossa civilização quanto em todas as outras, em que a águia não acompanhe, ou mesmo não os represente, os maiores deuses e os maiores heróis: o atributo de Zeus (Júpiter) e do Cristo (...) a águia coroa o simbolismo geral das aves, que é o dos estados espirituais superiores e, portanto, o dos anjos (...) a águia, divindade uraniana, expressão do Pássaro- Trovão, é a origem do emblema principal das civilizações de caçadores nômades, guerreiros e conquistadores; (...) As tradições americanas e asiáticas se interpenetram e se reforçam continuamente nesse ponto, quanto mais não seja pela utilização idêntica da pluma de águia nas praticas xamânicas dos dois continentes. (...) A tradição ocidental, igualmente, dota a águia de poderes excepcionais que a colocam acima das contingências terrenas. Assim, embora não seja imortal, possui um poder de rejuvenescimento. (...) A águia desastrosa: como todo símbolo, a águia também possui um aspecto noturno maléfico ou desastroso; é o exagero de sua coragem, a perversão de sua força, o descomedimento de sua própria exaltação. (...) Simboliza a emoção brusca e violenta, a paixão consumidora do espírito. Entretanto, por causa de seu caráter de ave de rapina que carrega as vitimas com suas garras para conduzi-las a lugares de onde não podem escapar, a águia simboliza também um desejo de poder inflexível e devorador...” (CHEVALIER, GHEERBRANT. 2009, p 22-26).



Pelas descrições feitas acima o da águia desastrosa nos faz pensar nos judeus, como a águia nazista os levava para os campos de concentração de onde não podiam escapar, apenas após sua morte nas horripilantes câmaras de gás. A simbologia da águia por muitas vezes é dotada de significados positivos estando sempre relacionada a deuses gregos e até ao catolicismo com Cristo.



Outro aspecto de sua simbologia é o seu ‘poder’ de estar acima das contingências terrenas, e não sua imortalidade, mas seu poder de rejuvenescimento. Hitler ao adotar essa simbologia pode ter feito isso devido a um mero acaso (pouco provável), mas ele devia saber com perfeição todas as interpretações possíveis para cada simbologia por ele utilizada.



O fato de estar acima das contingências terrenas nos remete a superioridade da Alemanha, do III Reich e da raça ariana, nada melhor do que uma águia que pode representar essas qualidades pressupostas por Hitler para sua perfeita nação, que ao mesmo tempo não envelhece, está sempre nova, não que seja imortal, mas que mantém o interesse das massas sempre com seu líder.



O estado espiritual superior da águia também remete a pretensa superioridade ariana com os demais povos, especialmente para com os judeus, etnia considerada inferior e é terrivelmente perseguida e massacrada pela política nazista.



A maioria das significações relacionadas à simbologia da águia quase sempre nos remete a sempre presente superioridade ariana que marca a trajetória nazista desde sua pretensão ao poder até sua ascensão a ele.







http://www.ironiascotidianas.com/2007/08/os-imprios-romano-nazista-americano-e.html



A suástica.







(http://sapiando.wordpress.com/2009/03/03/suastica/)



“... A suástica é um dos símbolos mais difundidos e antigos. É encontrado do Extremo Oriente à America Central, passando pela Mongólia, pela Índia e pelo norte da Europa. Foi conhecido dos celtas, dos etruscos, da Grécia antiga; o ornamento chamado grega deriva da suástica. Alguns quiseram remontá-lo aos atlantes, o que é uma maneira de indicar sua remota antiguidade. (...) a suástica, por seu próprio grafismo, indica manifestamente um movimento de rotação em torno do centro, imóvel, que pode ser o ego ou o pólo. (...) símbolo de ação, de manifestação, de ciclo e de perpétua regeneração. (...). A simbólica dos números ajuda a compreender melhor o sentido de força totalizadora desse emblema: a suástica é feita de uma cruz, cujas hastes- como nas orientações vetoriais que definem um sentido giratório e em seguida o enviam de volta ao centro- são quadruplicadas. O seu valor numérico é, portanto, de quatro vezes quatro. (...). É o desenvolvimento da força da realidade, ou do universo. (...) associa-se a essas grandes figuras criadoras ou redentoras invocadas acima; como desenvolvimento de um poder secular, o que explica as suas atribuições históricas, de Carlos Magno a Hitler. (...) a suástica de Carlos Magno; ou do sentido inverso, dos ponteiros de um relógio, querendo colocar a infinitude e o sagrado no temporal e no profano- é a suástica hitleriana. (...) Os maçons obedecem estritamente o simbolismo cosmográfico, considerado o centro da suástica como a estrela polar e as quatro gamas que a constituem como as quatro posições cardeais em torno da Ursa Maior...” (CHEVALIER, GHEERBRANT. 2009 p 852-853)



Como se pode ver pela descrição a suástica é um dos símbolos mais antigos, não é uma criação de Hitler, não foi idealizado por ele, mas é a marca mais forte do nazismo, sendo repudiada até os tempos atuais.



Como na descrição da simbologia da águia a da suástica também trás elementos ligados a desenvolvimento de um poder secular, a suástica hitleriana está ligada a colocar o infinito e o sagrado no temporal e no profano. Seu movimento de rotação em torno do próprio centro está ligado ao ego, poderia ser nesse caso o ego de Hitler? Possivelmente sim.



Ainda seguindo a linha de significados da águia a suástica apresenta a regeneração, que na águia estaria presente como o rejuvenescimento, isso pode nos mostrar uma preocupação em demonstrar que o reich não envelheceria jamais, que ele estaria sempre vital e jovem, que suas convicções não se tornariam obsoletas. O Reich dos 1000 anos.



A força presente em seu significado nos leva a crer que o reich é poderoso, todos os símbolos ligados ao nazismo que foram apresentados até agora nos mostram a confiança que seus lideres tinham na sua seita, uma seita poderosa, sempre jovem e fazia o que nenhum partido já tinha feito na Alemanha: agradado a diversos grupos da sociedade, atraído os mais diversos simpatizantes.







(http://contextopolitico.blogspot.com/2009/08/adolf-hitler-e-noite-dos-longos-punhais.html)



As runas da SS.







A runa sigel (Sowellu, Sowelo, Saewelô ou Sig) está ligada ao poder do sol, ela consiste em uma linha em zigue-zague que pode sugerir explosões e raios no céu, seu poder pode ser destrutivo, sua força pode ser usada para as causas mais nobres e as mais terríveis, o que nos lembra que o símbolo em si não é positivo ou negativo, mas a energia que depositamos nele, ou a intenção que utilizamos.



Sig é o sol e sobre sua significação simbológica podemos dizer:



“... O sol imortal nasce toda manhã e se Poe toda noite no reino dos mortos; por tanto, pode levar com ele os homens e, ao se por, dar-lhes a morte; mas, ao mesmo tempo, pode guiar as almas pelas regiões infernais e trazê-las de volta à luz do dia seguinte. (...). analogamente o Sol é um símbolo universal do rei, coração do império...” (CHEVALIER, GHEERBRANT. 2009 p. 836-837).



Por que a SS sendo ‘reguladora das armas’ teria algo ligado ao sol, que por hora tem o significado de poder levar com eles os homens para a morte? Seria uma possível menção ao poder que a SS continha para levar os judeus para os campos de concentração, simbolizando o por do sol.







simbolo da SS (http://www.manson.com.br/banda/simbologias/logos-e-simbologias/)



Algumas consequências da politica nazista.



A principal e maior consequencia que podemos retirar da politica pregada pelos nazistas foi o Holocausto, a morte de milhoes de judeus e outras etnias e credos que não eram aceitos pelo regime totalitário nazista. O remanejamento desses povos para guetos e lugares que os ‘nobres’ não viveriam causou uma reviravolta na vida de diversas familias que foram espulsas de suas casas, tiveram seus pertences roubados e que muitas vezes foram separados de seus entes queridos, já que o gueto era apenas uma solução temporaria para essa causa, algo mais horripilante esperava por essas pessoas: a solução final



A solução final seria esterilizar a Alemanha de todos os inimigos, no qual se inserem milhares de judeus, levando eles primeiramente a campos de trânsito e depois para os campos de concentração, sendo o mais famoso deles o de Auschwitz, mas houveram varios outros como podemos notar a seguir:



“...Sobibór foi construido mais rapidamente que Belzec e era mais eficiente. A cremação em valas abertas e um sistema de grades destruiam os corpos. Recebendo vitimas do distrito de Lublin (onde se localizava), assim como de Minsk, da Eslovaquia, da Holanda e da França, esteve em operação de abril a junho de 1942, e mais uma vez outubro de 1942 até a fuga de 14 de outubro de 1943. Cerca de trezento internos fugiram para a floresta próxima, mas não encontraram abrigo...” (DWORK, JAN VAN PELT, 2002, p 352).



Não apenas os alemães tiveram suas vidas reviradas e o medo inserido nelas, inimigos, políticos ou não, de territorios conquistados também eram submetidos a solução final.







Auschwitz (http://caosblog.com/archives/912)



Considerações Finais



As práticas utilizadas pelos nazistas até hoje causam impacto na vida de milhares de pessoas, e com a simbologia ligada a eles também exerce uma grande influência no imaginário popular.



Os símbolos utilizados por eles são dotadas de diversos significados que muitas vezes se encontram, mas sempre levam a um só caminho a grandesa do Reich, e o seu caráter sempre jovem, isso nos leva a pensar que não foram representações escolhidas ao acaso, como a propaganda dos regimes totalitários é sua marca forte, isso nos leva a crer que toda essa simbologia foi escolhida a dedo para poder representar dignamente o Reich.



Agradecimentos:



Ao professor Marcelo H. Steffens pela oportunidade de trocarmos ideias, ao Professor Claudio Carlan, por me orientar desde o inicio de minha vida acadêmica e ao Professor Pedro Paulo Funari pela oportunidade dessa publicação.



Referências



BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro ; Jorge Zahar Editor: 2002.



CHEVALIER, Jean. GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Tradução de Vera da Costa e Silva, Raul de Sá Barbosa, Angela Melim e Lúcia Melim. Rio de Janeiro; José Olympio Editora, 23ª edição, 2009.



DWORK, Debórah. JAN VAN PELT, Robert. Holocausto, uma história. Tradução de Marcos Santarrita. Imago Editora: 2002.



LAKS, Alesksandre Henryk. O Sobrevivente. Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz. 9ª ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2009.



PAIVA, Marcelo Whately. Hitler por ele mesmo. São Paulo; Editora Martin Claret Ltda:1990.



SILVA, Glaydson José da. História Antiga e usos do Passado. Um estudo de apropriações da Antigüidade sob o regime de Vichy (1940-1944). São Paulo: Annablume / Fapesp, 2007.



WEOR, V. M. Samael Aun. Magia das Runas (http://www.clxv.org/_livros/PT_Magia_das_Runas.pdf)









[1] Trabalho realizado para fins de conclusão na disciplina de História Contemporânea II, sob supervisão do professor responsável, prof.Dr. Marcelo Hornos Steffens.



[2] Unifal – MG, Graduanda no Curso de História- 6º período, Monitora de História Antiga (Grécia), Orientador: Prof. Dr. Claudio Umpierre Carlan

Prof. Julio Paulino Vieira na Arpe

O professor Julio Paulino Vieira em foco com sua esposa, é o novo Presidente da Arpe-Associação Rio-pretense de escritores .
Foi eleito por aclamação com uma chapa intitulada Vanguarda, e a intenção é estar congregando todos os escritóres e que necessitam de amparo para o seu trabalho literário.
Julio Vieira - Presidente
Kleber Falchetti - Vice-presidente
Marco Breseghello - Secretario
Ninpha Gorla - Tesoureira
e ainda os Conselheiros

Manoel Messias Pereira
Walter Merlotto
Amadeu (marketing)
Agnaldo Cesar dos Santos

Professor Julio é professor de Administração de Empresas, com pós graduação em gestão, professor de Matemática, tendo atuado em diversas empresas, como Expresso Itamarati, Senac, Sebrae. Autor do Livro -" 100 receitas para abrir o seu negócio e alcançar o sucesso".

A Questão Palestina

Palestra sobre a Questão Palestina, com Jadallah Safa - Unesp/Ibilce São José do Rio Preto

O professor Jadallah Safa, é um palestino radicado no Brasil desde 1979

Tema: Infância Roubada das Crianças Palestinas

no Anfiteatro II, as 19 horas do dia 21 de outubro de 2011
aberto ao público em geral não há necessidade de inscrição.

Serão 4 horas de atividades com certificado para AACCs

E apresentação do documentario - Palestina a luta de uma Terra (de simone Biton).


dia 21 de outubro de 2011
No anfiteatro II da Unesp/Ibilce
Campus de São José do Rio Preto-SP
Organizado pelo professor Fabio Vilella.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Primavera - Tim Maia


Vamos lembrar hoje com saudade da voz linda de Tim Maia
no dia de seu aniversário - 28/09/1942

Fatos Históricos Políticos Sociais Artísiticos e Literários

Em 28 de setembro de 1969 - Francisco Gomes da Silva (Chiquinho) foi baleado e preso. Passou por várias sessões de tortura no Oban-Operação Bandeirantes, no dia seguinte o seu irmão Virgílio Gomes o Jonas foi levado pela equipe do capitão Benoni. Ambos eram dirigentes da ANL - Ação Libertadora Nacional.

Em 28 de setembro de 1864 - Karl Marx fundou a Associação Internacional dos Trabalhadores em Londres - AIT - Surge assim a I Internacional Socialista.

Em 28 de setembro de 1987 - Nasceu a cantora Hillary Duff

Em 28 de setembro de 1942 - Nasceu o cantor e compositor brasileiro Tim Maia, falecido em março de 1998.

Em 28 de setembro de 1885 - Lei do Sexagenario, na qual toda a pessoa com mais de 65 anos escrava, estava livre do trabalha. (Lei pra ingles ver) Morriam todos antes

Em 28 de setembro de 1971 - Lei do Ventre Livre, toda a criança filho ou filha de escravos estariam em tese livre da escravidão. Após 21 anos de idade, na qual este tempo todo seriam escravos. Como ninguém tinha registro, ninguem ia avisar. Nenhuma criança seria livre (Lei pra ingles ver).
Em 28 de setembro de 1949 - Nasceu  Amaury Jr., o colunista social e apresentador de TV, nascido em São José do Rio Preto-SP.

Arpe - e a escolha da nova diretoria

Atual presidente- Manoel Messias Pereira

A Arpe - Associação Rio-pretense de Escritores, reune-se hoje no Centro Cultural Professor Daud Jorge Simão, para a reorganização da sua nova diretoria, as 19:30 horas.
Prça Leonardo Gomes s/ n. Predio da Biblioteca Municipal em São José do Rio Preto-SP.

Nesta oportunidade Prof Julio Paulino e o prof.Kleber Falchetti, estarão compondo a chapa que substituirá a antiga direção.

Boa Sorte.

Marx e a Mensagem de 1950 - Revolução Permanente sob a égide de um Programa de Transição





Destaque Lusofonia e Mundo Batalha de ideias Marx e a Mensagem de 1950 – Revolução Permanente sob a égide de um Programa de Transição

Marx e a Mensagem de 1950 – Revolução Permanente sob a égide de um Programa de Transição






Batalha de ideias





Diário Liberdade - [Gustavo Henrique Lopes Machado] A "Mensagem do Comitê Central a Liga dos Comunistas"(1), escrita por Karl Marx em março de 1850, é mais um exemplo de textos fundamentais do pensador alemão que continua até os nossos dias pouco conhecido. As organizações ditas "marxistas" o escondem dado que seu conteúdo seria demasiadamente comprometedor, uma vez que colocam em cheque as diversas "novas velhas" vias ao socialismo que hoje imperam. As polêmicas encerradas no texto também se afastam daquelas travadas no interior da academia.











Após a experiencia das revoluções europeias de 1848 e em particular na Alemanha, onde Marx participara cotidianamente editando o jornal Nova Gazeta Renana, este concluíra que a concepção esboçada no Manifesto Comunista revelou-se “a única acertada”. Neste sentido, elabora o texto que ora comentamos vislumbrando a possibilidade de uma revolução iminente na França. Parece revelador que embora o país usado como pano de fundo para a analise encetada na Mensagem de 1950 seja a Alemanha, o alvo imediato do mesmo é a França. Ou seja, não se trata unicamente de uma análise específica de um caso específico, mas de reflexões cujos pressupostos são as categorias do próprio capital, fazendo-se valer ao conjunto dos países dominados pelo modo de produção capitalista. Neste mesmo sentido, cabe ainda mencionar que a Mensagem foi direcionada ao Comitê Central da Liga dos Comunistas, a mesma organização para qual ele escrevera o Manifesto Comunista dois anos antes, que já era um embrião de uma organização internacional, não obstante suas debilidades.



Seja como for, esta Mensagem dissolve vários mitos; o partido, a centralidade do proletariado, o papel da pequena-burguesia, a democracia pequeno-burguesa, as palavras de ordem, as alianças, as eleições, a dualidade de poderes, o governo dos trabalhadores, ou ainda, a revolução permanente, são tratadas por Marx ao longo de todo o texto. Não como definições estanques e acabadas, mas como noções que se articulam e se reforçam mutuamente, conforme pretendemos mostrar.



Nos parágrafos que se seguem, procuraremos sempre que possível, seguir a letra de Marx, segundo o texto da Mensagem. Para fins didáticos, nem sempre seguiremos estritamente a ordem do texto, optamos por uma abordagem temática. Todavia, estamos convictos de que esta opção expositiva em nada altera o conteúdo original do texto.



É comum escutarmos que Marx não possuía uma reflexão sobre a questão do partido do proletariado e que esta só foi trazida à tona no inicio do século XX. Muito embora estejamos de acordo que não existe no autor d`O Capital uma teoria do partido, existe sim uma reflexão sobre o tema e este, de maneira inequívoca, remete aos elementos mais gerais apontados por Lenin décadas mais tarde. Um partido legal e secreto e que tenha como princípio irrevogável a independência de classe. Neste sentido diz Marx: “Em vez de descer mais uma vez ao papel de coro laudatório dos democratas burgueses, os operários e, sobretudo, a Liga devem procurar estabelecer, junto aos democratas oficiais, uma organização independente do partido operário, ao mesmo tempo legal e secreta, e fazer de cada comunidade o centro e núcleo de sociedades operárias, nas quais a atitude e os interesses do proletariado possam ser discutidos independentemente das influências burguesas”(grifo nosso). Refletindo sobre as lições dos recentes processos revolucionários, Marx ressalta que “o partido operário deve agir de modo mais organizado, mais unânime e mais independente, se não quer de novo ser explorado pela burguesia e marchar a reboque desta, como em 1848”. A independência do proletariado enquanto partido é ressaltada e determinada ao longo de todo o texto.



No inicio do texto ele destaca que a Liga dos Comunistas nas revoluções de 1848 “estiveram na vanguarda(2) da única classe verdadeiramente revolucionária - o proletariado”. Mas a centralidade do proletariado e a sua independência não podem ser confundidas com seu isolamento. Pensando até que ponto o proletariado e em particular o seu partido, podem se aliar a organizações que expressam a perspectivas de outras classes, o pensador alemão caracteriza de maneira meticulosa o caráter da pequena-burguesia, a qual, segundo ele “longe de desejar a transformação revolucionária de toda a sociedade em benefício dos proletários revolucionários, a pequena-burguesia democrata tende a uma mudança da ordem social que possa tornar a sua vida, na sociedade atual, mais cômoda e confortável. Por isso, reclama em primeiro lugar uma redução dos gastos do Estado por meio de uma limitação da burocracia...”, e esta ainda, pede “a criação de instituições de crédito do Estado e leis contra a usura, com o que ela e os camponeses teriam a possibilidade de obter, em condições favoráveis, créditos do Estado, em lugar de serem obrigados a pedi-los aos capitalistas. [...]No que toca aos operários, é indubitável que devem continuar sendo operários assalariados; os pequeno-burgueses democratas apenas desejam que eles tenham salários mais altos e uma existência mais garantida e esperam alcançar isso facilitando, por um lado, trabalho aos operários, através do Estado, e, por outro, com medidas de beneficência. Numa palavra, confiam em corromper os operários com esmolas mais ou menos veladas e debilitar sua força revolucionária por meio da melhoria temporária de sua situação. ”. Neste sentido, “a atitude do partido operário revolucionário em face da democracia pequeno-burguesa é a seguinte: marchar com ela na luta pela derrubada daquela fração cuja derrota é desejada pelo partido operário; marchar contra ela em todos os casos em que a democracia pequeno-burguesa queira consolidar a sua posição em proveito próprio”(grifo nosso).



O longo trecho anteriormente citado não podia se assemelhar mais as situações que atualmente se colocam diante de nossos olhos. Ao que parece, para Marx, a maioria dos partidos “socialistas” de hoje nada mais seriam do que democratas pequeno-burgueses. Ironicamente, nada temos de novo neste fato. O filósofo alemão destaca que os pequeno-burgueses republicanos na França à época, já se chamavam socialistas e destaca que “a mudança de nome deste partido não modifica de modo algum sua atitude para com os operários”. Como vimos, a aliança com a democracia pequeno-burguesa só se aplica com a finalidade de derrubar esta ou aquela fração nos interesses do proletariado, sem abrir mão um só momento de sua independência e de seus interesses. É fácil notar que a quase totalidade das organizações de esquerda, postergam os interesses dos trabalhadores para um futuro indefinido, justificando alianças com programas pautados nos limites dos interesses dos chamados setores médios, que nada mais querem do que “tornar a vida na sociedade atual, mas cômoda e confortável”. Marx não nega a necessidade de alianças, desde que estas façam o proletariado avançar e a todo momento dificulte “aos democratas burgueses a possibilidade de se imporem ao proletariado pela força das armas”, o que deve-se fazer, ao contrário é “ditar-lhes condições sob as quais o domínio burguês leve desde o princípio o germe de sua queda”.



No final do texto, Marx determina ainda mais o sentido das reivindicações a serem postas pelo partido do proletariado em luta, ou seja, as condições a serem colocadas que conteriam em seu interior os germens para a queda do domínio burguês. Estas, ao mesmo tempo, devem impulsionar permanentemente o conjunto do proletariado e desmascarar o reformismo dos “aliados” temporários. Assim, é necessário “levar ao extremo as propostas dos democratas, que não se comportarão em todo o caso como revolucionários mas como simples reformistas, e transformá-las em ataques diretos contra a propriedade privada”. Neste sentido, não se trata aqui de propor desde o começo medidas “comunistas”, mas de levar as revindicações e aspirações imediatas do proletariado até as últimas consequências. Portanto, aqui não se trata o comunismo como um mero projeto de futuro, mas como resultado imanente da luta do próprio proletariado. De maneira cada vez mais determinada, Marx segue dando exemplos destas revindicações ou palavras de ordem transitórias: “se os pequeno-burgueses propuserem comprar as estradas de ferro e as fábricas, os operários têm de exigir que essas estradas de ferro e fábricas, como propriedade dos reacionários, sejam confiscadas simplesmente e sem indenização pelo Estado”, “se os democratas propuserem o imposto proporcional, os operários exigirão o progressivo; se os próprios democratas avançarem a proposta de um imposto progressivo moderado, os operários insistirão num imposto cujas taxas subam tão depressa que o grande capital seja com isso arruinado”, e ainda, “se os democratas exigirem a regularização da dívida pública, os operários exigirão a bancarrota do Estado”.



Marx relaciona os diversos elementos abordados à dinâmica da revolução mundial, assim uma revolução nacional aparece como um elo desta revolução. Sem este impulso permanente, qualquer revolução local seria reabsorvida pelo mercado mundial, somente quando a “competição entre os proletários” dos diversos países cessar, estarão dados os pressupostos históricos para desenvolvimento de uma nova sociedade, uma sociedade emancipada, ou em uma palavra, do comunismo. Citemos o trecho integralmente:



Enquanto os pequeno-burgueses democratas querem concluir a revolução o mais rapidamente possível, depois de terem obtido, no máximo, os reclamos supramencionados, os nossos interesses e as nossas tarefas consistem em tornar a revolução permanente até que seja eliminada a dominação das classes mais ou menos possuidoras, até que o proletariado conquiste o poder do Estado, até que a associação dos proletários se desenvolva, não só num país, mas em todos os países predominantes do mundo, em proporções tais que cesse a competição entre os proletários desses países, e até que pelo menos as forças produtivas decisivas estejam concentradas nas mãos do proletariado. Para nós, não se trata de reformar a propriedade privada, mas de aboli-la; não se trata de atenuar os antagonismos de classe, mas de abolir as classes; não se trata de melhorar a sociedade existente, mas de estabelecer uma nova. (grifo nosso)



Mas neste momento poderíamos nos perguntar: como as reivindicações transitórias poderiam conduzir o proletariado a tomada do poder? Ou ainda, como tais reivindicações poderiam levar o proletariado a sua auto emancipação e não apenas a uma mera substituição do governo? Seria esta nova forma de sociabilidade (o comunismo) um projeto de futuro a ser integralmente implantado, por medidas administrativas, após a tomada do poder por um novo governo?



Certamente, este não é o caminho apontado por Marx na Mensagem. Em certo sentido, o desenvolvimento do comunismo já estaria contido no interior da longa marcha a ser percorrida pelo proletariado no interior do próprio capitalismo, das reivindicações mais imediatas até tomada do poder. Não como um projeto acabado e ideal a ser realizado messianicamente pelo conjunto da classe trabalhadora, mas como desenvolvimento imanente de sua própria luta, de suas próprias reivindicações, levadas de maneira independente ao limite, desvencilhadas das influencias pequeno-burguesas. Este desenvolvimento começaria a se manifestar com a dualidade de poder no interior das unidades de trabalho e do conjunto dos trabalhadores com relação ao Estado. Esta dualidade de poder não seria uma medida meramente política, mas, ao mesmo tempo, uma nova forma de organização social gestada no interior do mundo do trabalho. Neste sentido, diz Marx: “Logo que os novos governos se tenham consolidado um pouco iniciarão suas lutas contra os operários. A fim de estarem em condições de oporem-se energicamente aos democratas pequeno-burgueses, é preciso, sobretudo, que os operários estejam organizados de modo independente e centralizados através dos seus clubes (...) A rápida organização de agrupamentos - pelo menos provinciais- dos clubes operários é uma das medidas mais importantes para revigorar e desenvolver o partido operário.” E apontando para a generalização da dualidade de poder, afirma que “ao lado dos novos governos oficiais, os operários deverão constituir imediatamente governos operários revolucionários, seja na forma de comitês ou conselhos municipais, seja na forma de clubes operários ou de comitês operários, de tal modo que os governos democrático burgueses não só percam imediatamente o apoio dos operários, mas também se vejam desde o primeiro momento fiscalizados e ameaçados por autoridades atrás das quais se encontre a massa inteira dos operários”.



O caráter dual do poder aparece de maneira mais patente quando Marx versa sobre a necessidade do proletariado organizar-se em armas, para “pôr-se às ordens, não do governo, mas dos conselhos municipais revolucionários criados pelos próprios operários”. E ainda destaca que “sob nenhum pretexto entregarão suas armas e munições; toda tentativa de desarmamento será rejeitada, caso necessário, pela força das armas”. Como vimos, apesar de Marx realçar a possibilidade do uso da força contra os oponentes do partido revolucionário, ressalta a necessidade da mais ampla democracia interna no interior da organização proletária, a qual se desenvolve em meio a dualidade de poder, salientando que “nenhum núcleo operário seja privado do direito de voto, a pretexto algum, nem por qualquer estratagema das autoridades locais ou dos comissários do governo”.



Cabe aqui algumas palavras no que concerne a dualidade de poder em particular e a política no geral. Para tal, recorreremos a outros momentos da obra do autor. Desde a sua juventude, Marx reflete sobre a separação entre esfera pública e privada, estado e sociedade civil, ou melhor, o Estado político teria se transformado em uma esfera abstrata e formal em contraposição a sociedade civil a qual perdera “o conteúdo imediatamente político” . Não existiria assim, uma unidade entre uma e outra esfera, mas uma separação. Esta contraposição entre Estado e sociedade civil foi possível graças ao desenvolvimento da propriedade privada e a circulação de mercadorias que propiciaria a existência de uma “vida privada livre” por um lado e uma esfera pública e abstrata por outro, contraponto interesses públicos e privados. Neste sentido, o interesse público aparece como uma formalidade, representado abstratamente no Estado moderno, o qual não contempla a vida material do povo; ou seja, o interesse universal não abrange efetivamente o interesse particular, mostrando-se assim como uma ilusão ou uma alienação política. Esta separação faz com que a política não seja imediatamente social, mas necessita de mediações para se realizar, na figura do Estado. Ora, este programa de transição contido na Mensagem de 1850, o político não é uma manifestação autônoma e separada da vida material do “povo”, não é sujeito mais predicado da sociedade civil, sua manifestação imanente.



Ora, poderíamos nos perguntar: o que permitiria esta separação entre Estado e sociedade civil? Como seria possível um Estado expressar formalmente conceitos mistificadores de liberdade e igualdade assentado sobre uma sociabilidade nada igual e nada livre? Esta esfera estatal seria produto de uma conspiração de capitalistas que dominam o conjunto da sociedade através de “ideologias” e manobras meramente políticas? Este Estado seria capaz de fundar toda uma uma forma de sociabilidade? Evidentemente não. Em O Capital, Marx mostrará que a igualdade e liberdade jurídicas presentes no Estado Moderno, só são possíveis porque os fundamentos para sua efetivação estão postos na maneira como se desenvolve a produção e a reprodução do capital sob o modo de produção capitalista. Neste processo de reprodução, a liberdade e a igualdade aparecem como inerentes às relações entre os agentes da esfera de circulação de mercadorias e neste sentido a “esfera da circulação ou do intercâmbio de mercadorias, dentro de cujos limites se movimentam compra e venda de força de trabalho, era de fato um verdadeiro éden dos direitos naturais do homem. O que aqui reina é unicamente Liberdade, Igualdade, Propriedade e Bentham” (3). Todavia, ao adentrar no mundo oculto da produção será desvelada o segredo da produção de mais-valia, a apropriação do trabalho excedente, o salário do trabalhador é inferior ao valor por ele produzido, a troca de equivalentes será transmutada em troca de não-equivalentes, cujo conteúdo é a exploração e a apropriação de trabalho não pago.



Mas, conforme mostrará Marx nesta obra, em paralelo com a extensão da miséria e da exploração reproduzida pelo capital com a finalidade de ampliar a taxa de exploração do trabalho e assim a mais-valia dele extorquida, também aumenta “a revolta da classe trabalhadora, sempre mais numerosa, educada, unida e organizada, pelo próprio mecanismo de produção capitalista”(grifo nosso) (4). E conclui, “Lá tratou-se da expropriação da massa do povo por poucos usurpadores, aqui trata-se da expropriação de poucos usurpadores pela massa do povo”(5). Desenvolve-se, assim, a dualidade de poder: por um lado temos aquele poder oriundo do Estado e legitimado pela esfera aparente da circulação de mercadorias, e por outro temos aqueles novos organismos produto da organização e educação da classe trabalhadora, os quais são engendrados pelo “próprio mecanismo de produção capitalista”. Neste sentido, a dualidade de poder não é um “tipo ideal”, nem tampouco uma construção conceitual a priori a ser aplicada por um universo político autônomo segundo uma receita pré-definida, mas ao contrário, é o movimento imanente da classe operária, desenvolvimento possível, cuja potencialidade já se encontra presente nas próprias categorias do capital. Neste caso, a política e o poder são predicados do proletariado em luta, o único sujeito capaz de abalar os fundamentos da sociabilidade burguesa, a única classe cujos interesses coincidem com o fim da propriedade privada dos meios de produção e com a emancipação do homem no geral e por isto, dirá Marx que “de todas as classes que hoje se defrontam com a burguesia, apenas o proletariado é uma classe revolucionária”. Este trecho do Manifesto será citado no desfecho do Livro I d´O Capital, no exato momento da exposição em que é anunciada a hora final do capitalismo, a “expropriação dos expropriadores”, a revolução socialista, a “dissolução de toda esta merda”.



Reforçando a nossa tese a respeito da reflexão de Marx sobre a questão do partido, ele reflete sobre a participação do mesmo nas eleições. Suas conclusões como sempre são claras e diretas, ele diz que “ao lado dos candidatos burgueses democráticos figurem em toda parte candidatos operários (…) mesmo que não exista esperança alguma de triunfo, os operários devem apresentar candidatos próprios para conservar a independência, fazer uma avaliação de forças e demonstrar abertamente a todo mundo sua posição revolucionária e os pontos de vista do partido”. Tendo em vista tais indicações e a sua coerência com o conjunto dos outros elementos até aqui analisados, questionamos sobre a atuação daqueles partidos ditos “socialistas”, os quais, se misturam e se confundem com os partidos tradicionais. Alianças e mais alianças são realizadas mundo a fora, com as eternas justificativas de luta contra o imperialismo e luta pela libertação nacional, ou ainda, como uma etapa necessária para a revolução. Marx vai além e diz que: “Ao mesmo tempo, os operários não devem deixar-se enganar pelas alegações dos democratas de que, por exemplo, tal atitude divide o partido democrático e facilita o triunfo da reação. Todas essas alegações tem o objetivo de iludir o proletariado. Os êxitos que o partido operário alcançar com semelhante atitude independente pesam muito mais do que os danos que possa ocasionar a presença de uns quantos reacionários na assembleia representativa”.



O papel dos trabalhadores e pequenos proprietários vinculados a terra não é negligenciado pelo autor d´O Capital no texto que ora comentamos. Conforme indica lucidamente, o caráter revolucionário dos camponeses em geral, não podem ir além da propriedade privada. A reforma agrária, como ilustra Marx com o caso da Revolução Francesa, conserva o proletariado agrícola e cria “uma classe camponesa pequeno-burguesa, que passará pelo mesmo ciclo de empobrecimento e endividamento progressivo”. Segundo ele “tal como os democratas com os camponeses, os operários têm de unir-se com o proletariado rural”. Refletindo sobre a realidade brasileira, perguntamo-nos sobre os limites da luta pela terra e em particular do MST.



Marx termina este importante e esquecido texto reafirmando uma vez mais a revolução permanente. Destaca que a revolução alemã deverá ser levada a cabo pelo próprio proletariado alemão, e ainda que apareça como algo distante, seria certamente acelerada por uma revolução iminente na França, e conclui:



“Mas têm de ser eles [alemães] próprios a fazer o máximo pela sua vitória final, esclarecendo-se sobre os seus interesses de classe, tomando o quanto antes a sua posição de partido autônomo, não se deixando um só instante induzir em erro pelas frases hipócritas dos pequeno-burgueses democratas quanto à organização independente do partido do proletariado. Seu grito de batalha tem de ser: a revolução permanente.”(grifo nosso)



Certamente muitos poderão questionar se o programa acima comentado não dizia respeito a uma especificidade alemã ou francesa, válida para um momento da história e inaplicável para os períodos que se sucederam. Não negamos a necessidade de se analisar as particularidades de cada momento e local e tampouco negamos a necessidade de incorpora-las nos programas de cada organização do proletariado. Todavia, é inegável que independente destas, certos elemento são constituintes do próprio capital enquanto tal. Nesse sentido, não é a situação nacional ou local que define o caráter e o papel das classes sociais, mas antes, a posição que elas ocupam no interior da apropriação privada das forças produtivas. O caráter permanentista da revolução socialista não é uma elaboração tirada da cabeça de um filósofo, mas uma necessidade posta objetivamente pelo caráter global do próprio capital. Neste sentido, o caminho abstrato, mas real, apontado por Marx no texto da Mensagem não é uma formula geral da revolução, certamente pode ser adaptado, e o será, segundo as circunstâncias impostas em cada momento histórico, mas isto não elimina, sob nenhuma hipótese, os lineamentos gerais acima expostos. Ainda vale mencionar que tais lineamentos não estão presentes unicamente neste texto, mas no conjunto da obra do pensador alemão. Os diversos elementos da teoria da revolução permanente já aparecem na Ideologia Alemã, passando pela célebre crítica a economia nacional de List em 1845, pelo Manifesto Comunista, nos Grundrisse, nas atas e estatutos da Associação Internacional dos Trabalhadores e, no interior de sua grande obra, O Capital. Qual o caminho deste programa desde Marx até os dias de hoje?



Como sabemos, na Revolução Russa de 1917 sob direção do partido Bolchevique este programa, a luz das especificidades da época, foi levado a cabo. Mantendo sua independência frente aos partidos democráticos pequeno-burgueses mencheviques e socialista revolucionário, e apoiado sobre o desenvolvimento espontâneo da dualidade de poder através dos comitês de fábrica e dos sovietes, o partido bolchevique conduziu a classe trabalhadora ao poder. A luz desta experiência, os quatro primeiros congressos da internacional comunista e posteriormente Trotsky, no Programa de Transição, desenvolveram de maneira cada vez mais determinada este mesmo programa elaborado por Marx na Mensagem de 1850. Como podemos ver, estes programas, não foram fruto de uma mente brilhante, mas a sistematização teórica da experiência de luta, dos caminhos e descaminhos do próprio proletariado. Na esteira da revolução russa, os levantes da classe trabalhadora varreram a Europa. Todavia, sob controle dos reformistas sociais-democratas e com muita repressão, estes levantes foram contidos. A revolução russa, isolada, em um país atrasado e dilacerada pela guerra civil sofreu um profundo processo de burocratização. A partir de então, em conformidade com os interesses desta burocracia soviética novas teorias foram elaboradas. A revolução permanente foi negada e em seu lugar surgiu a revolução por etapas concomitante a teoria do socialismo em um só país. As alianças ora eram negadas unilateralmente, ora alimentadas ao extremo, sem qualquer diferenciação com os partidos pequeno-burgueses. A dualidade de poder passou a ser combatida e, em troca, os partidos comunistas ora se aliavam aos burgueses e pequeno-burgueses em frentes populares que buscavam conter a radicalização dos trabalhadores, ora tentavam assaltar ao poder em meros golpes descolados das massas trabalhadoras, como fora a título de exemplo a “quartelada” brasileira em 1935.



Muitos revolucionários, decepcionados, partiram para a elaboração de novos programas. Um exemplo notório neste caminho é Antônio Gramsci. Negando os mecanismos de duplo poder, os quais denominou guerra de movimento, elaborou uma teoria baseada na tomada de posições no interior das instituições da sociedade civil, uma conquista de hegemonia. Neste sentido, Gramsci desconsiderou o problema da autodeterminação da classe trabalhadora no interior do sistema produtivo, transformando a luta pelo socialismo numa mera questão de tomada do poder, realizada através da conquista de hegemonia nas diversas instituições da sociedade civil (parlamento, escolas, sindicatos etc...). Autonomizando a esfera política e fazendo crer que o socialismo se constituiria através de medidas únicamente institucionais e legais, tais concepções levaram muitas organizações a se institucionalizarem, dentre as quais, podemos citar, significativos setores do PT os quais desde a sua origem foram profundamente influenciados por Gramsci. Outros, refletindo sobre as experiências revolucionárias do século XX nos limites e no interior da possibilidade do socialismo em um só país, começaram a elaborar programas socialistas para o futuro, medidas administrativas que permitiriam uma revolução nacional “socialista” transitar para além do capital, como fez István Mészáros.



Hoje, ironicamente, e tragicamente, no exato momento em que o mercado se torna efetivamente global, quando o capital abrange o conjunto dos países do mundo, quando o proletariado concentra-se em proporções anteriormente inimagináveis na China, vários declaram a falência do marxismo, ou a necessidade de se construir um neosocialismo, ou ainda, o socialismo do século XXI, que não se sabe por quem, nem como, será efetivado.



Pensamos que, após a “feliz” queda da URSS e no bojo dos acontecimentos que hoje, uma vez mais, mostram a impossibilidade da humanidade continuar se desenvolvendo sob o domínio do capital, é chegado a hora de rememorarmos o “antigo” programa contido nesta Mensagem de Marx. Ao que nos parece, ele nunca foi tão atual.



. (1850). Disponível em: http://orientacaomarxista.blogspot.com/2008/09/mensagem-do-comit-central-liga-dos.html



(2) A tradução do Editoral Boitempo deste mesmo texto, utiliza no lugar de “vanguarda” o termo “a frente”. Pensamos que não existe diferenças substanciais entre as duas traduções. Muito embora a tradição burocrática vulgar tenha essencializado o significado de vanguarda como um grupo estático, predestinado e que além de direcionar a classe trabalhadora, quer substituí-la, para nós vanguarda nada mais é do que a classe, o grupo, o partido, as pessoas que estão à frente das lutas em um determinado momento. Neste mesmo sentido, aponta Nahuel Moreno: “vanguarda é um fenômeno, não um existente (um ser); quer dizer, diferente das classes e superestruturas, a vanguarda não tem uma existência permanente durante toda uma época. Na luta, os setores que estão á frente são vanguarda. É um termo relativo. Seu próprio nome indica que existe uma retaguarda. Nesse sentido geral, o partido é vanguarda da classe operária; a classe operária é vanguarda de toda a sociedade. Vamos à exemplos concretos: na França de 1936, o movimento operário foi a vanguarda; porém em 1968, foi o movimento estudantil. Na Argentina, de 1955 até 1966, foram os operários metalúrgicos; em 1968, os estudantes. No Peru, sob a ditadura de Hugo Blanco, os camponeses foram a vanguarda; durante a presidência de Velasco Alvarado, foram os professores.” (grifo nosso)



(3) O Capital. Livro I. Tomo I. São Paulo: Nova Cultural. Tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe, 1985. p.145



(4) ibidem Tomo II p.294



(5) ibidem





Gustavo Henrique Lopes Machado é militante do PSTU e cursa História na Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: gustavohlm@yahoo.com.br









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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Djavan - Sorri ( Smile)


Um tempo que fazemos cores no céu,
que pedimos chuvas
que desejamos ternuras
das águas, sem entender
os nossos passos nas calçadas
sem saber, se sentaremos ali
se caminharemos ali
ou se apenas sorrimos,
da dor de estarmos ali.

Hoje é um dia da dar parabéns a Djavan.

Fatos Históricos, Políticos, Artísticos e Literários

Hoje o Google completa 13 anos
Parabéns
Hoje é dia de São Cosme e Damião, os santos católicos (médicos) que foram assassinados pelo Imperador Deocleciano. Na foto acima os dois santos tatuados no peito do cantor Zeca Pagodinho.


Dia Nacional do Idoso, estabelecido pela Comissão de Educação do Senado Federal em 1999, um dia pra refletir sobre a situação do idoso no País, assim como seus direitos e dificuldades.


Em 27 de setembro de 1945 - O exército soviético ocupou o campo de extermínio de Auschwitz.


Em 27 de setembro de 1971, Morreu o jornalista Aparício Torelly, conhecido como o Barão de Itararé, foi Deputado Federal e Membro do PCB - Partido Comunista Brasileiro.

Em 27 de setembro de 1960 - Morreu o diplomata brasileiro, Osvaldo Aranha

Em 27 de setembro de 1979 - Nasceu a atriz britânica Rosamund Pike

Em 27 de setembro de 1949 - Nasceu o cantor e compositor brasileiro, Djavan

Em 27 de setembro de 1791 - Nasceu o compositor austríaco erudito  Wolgang Amadeus Mozart,

Dia dos Ibejes ou Ibejadas

Festa de Cosme e Damião
Dia dos Ibejes ou Ibejadas










Guarda de Corumbá pede atenção no trânsito durante Dia de Cosme e Damião

Assessoria/JG



O Pelotão de Trânsito da Guarda Municipal (GM) de Corumbá vai reforçar seu efetivo durante a comemoração do Dia de Cosme e Damião, celebrado nesta terça-feira (27). Durante todo o dia, 25 guardas ficarão posicionados nas ruas de maior movimento da cidade. Nos bairros, o trabalho preventivo será feito com apoio das viaturas da GM. A orientação para os motoristas é de atenção extrema nas vias, por causa do grande movimento de crianças. A orientação também vale para os pedestres.



Em Corumbá, a entrega de doces e outras guloseimas é tradição entre os devotos dos Santos. São Cosme e São Damião, os santos gêmeos, morreram em cerca de 300 depois de Cristo. Segundo a história, eram sempre confiantes em Deus, que oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres".



A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões. Segundo a crença popular apareceram materializados depois de mortos, ajudando crianças que sofriam violências. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio.



O dia de São Cosme e Damião é celebrado também pelo Candomblé, Batuque, Xangô do Nordeste, Xambá e pelos centros de Umbanda onde são associados aos ibejis, gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa "o enfeitado" e Damião, "o popular".















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Manoel Messias Pereira

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