segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Poema de Carlos Drummond de Andrade

Fatos Históricos, Políticos, Artísticos Sociais e Literários


E, 31 de outubro de 1902 - nasce o poeta brasileiro Carlos Drommond de Andrade, o maior poeta do Brasil do Século XX.

Em 31 de outubro de 1975 - Aconteceu o ato religioso na Igreja da Praça da Sé, na qual compareceu 10 mil pessoas, em memória pelo assassinato do jornalista Wladimir Herzog, no DOI CODI de São Paulo.

Em 31 de outubro de 1977 - Nasceu a atriz brasileira Larissa Maciel, natural de Porto Alegre-RS.

Em 31 de outubro de 1977 - O padre Victor Miracapilo, foi expulso do Brasil, pela ditadura militar, que alegou que o referido religioso não rezou a missa de 7 de setembro e ainda declarou que, rezaria se o povo fosse realmente independente.O Deputado Severino Cavalcanti -PP, denunciou como subversivo.

Em 31 de outubro de 1517 - Martinho Lutero, afixou na porta da Igreja de Wittemberg, as suas 95 teses, contestando a Igreja Católica Apostólica Romana.

Em 31 de outubro  de 1954 - A frente Nacional de Libertação da Argélia, iniciou uma revolta contra o domínio da França.

Em 31 de outubro de 1984 - Faleceu Indira Priyadarshini Gandhy, a primeira mulher a assumir a chefia do estado da India, mas revelou-se brilhante, estrategista e pensadora.

Em 31 de outubro de 2010 - Foi eleita a Sra Dilma Rousseff, como presidente da República Federativa do Brasil, a primeira mulher a ocupar este cargo na história da república deste país.

CIMI desmente a participação de Bispo como lider da ocupação de obras da Usina de Belo Monte








Cimi desmente participação de Bispo como líder da ocupação de obras da usina de Belo Monte















OConselho Indigenista Missionário (Cimi) informou que o bispo da Prelazia do Xingu, Pará (PA), dom Erwin Kräutler, não está à frente daocupação de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA), comoalguns meios de comunicação informaram. O Cimi também reiterou seuposicionamento sobre a ilegalidade do empreendimento de Belo Monte por violar odireito dos povos indígenas e populações tradicionais e afirmou considerarlegítima a luta contra a construção da usina.







“Vimos a público comunicar que Dom Erwin encontra-se forado país, na Áustria, desde o dia 19 de outubro. Portanto, a informaçãodivulgada é totalmente mentirosa e tendenciosa”, declarou o Cimi em nota.







Indígenas, pescadores, ribeirinhos e populaçõestradicionais ocupam o canteiro de obras desde a manhã de quinta-feira (27).

Professores lançam livro sobre Literatura Africana no Piaui

Professores lançam livro sobre Literatura Africana no Piauí



O livro será lançado pelos professores doutores Algemira de Macedo Mendes e Élio Ferreira,







Os professores doutores Algemira de Macedo Mendes e Élio Ferreira, do Curso de Letras/Português, do Campus Poeta Torquato Neto, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) lançarão, no dia 14 de outubro, o livro “Literatura Afro descendente: memória e construção de identidades”. A obra reúne 16 trabalhos de escritores brasileiros, apresentados durante o Simpósio “Literatura Afro descendente: memória e construção de identidades”, promovido pela Universidade de São Paulo (USP), dentro do Congresso Brasileiro de Literatura Comparada (ABRALIC), do qual participaram os professores organizadores desse livro.



















A obra consiste em investigar as relações e o diálogo da literatura afro descendente e representações da memória individual e coletiva do negro no processo de construção de identidades, a partir do entrecruzamento literário vigente na América Latina.









A obra destaca diversas temáticas da literatura afra: de contos, canções e lendas ao negro enquanto sujeito histórico e político de uma nova mentalidade, focalizando escritores brasileiros, norte-americanos e antilhanos: “os autores dão relevância à condição humana, à função étnico-racial e estética de textos que nos trazem à tona a memória e a identidade negra, em obras que deslocam preconceitos e estereótipos raciais elaborados em quatro séculos de hegemonia dos sistemas de colonização e discursos reducionistas. Eles, os autores, ao reportarem-se sobre o papel da memória e da construção das identidades afro descendentes, fazem uma abordagem crítica de poemas, contos e romances escritos por escritores da diáspora negra e africanos, bem como acerca de canções populares bem brasileiras como o samba”, afirma a professora Algemira de Macedo Mendes.



















O lançamento da obra integra o II Encontro Internacional de Literaturas, Histórias e Culturas Afro-Brasileiras e Africanas – ÁFRICA BRASIL - que será realizado em Teresina – Piauí, de 15 a 18 de novembro de 2011, no Campus Poeta Torquato Neto. O evento reunirá pesquisadores do Brasil e de países africanos em torno do debate sobre a Literatura, a História e a Cultura de matriz africana, trazendo à tona o discurso pós-colonial dos povos da Diáspora. Mesas-redondas, conferências, minicursos, comunicações e simpósios temáticos serão as formas a partir das quais direcionaremos os debates propostos pela temática desse evento: memória e construções literárias. A programação é formada por minicursos, mesas-redondas, conferências, comunicações, lançamento de livros e atividades culturais.









O lançamento ocorrerá a partir das 19h, na livraria Entrelivros, localizada na Avenida Dom Severino, Nº 1045, bairro Jockey Clube, zona Leste de Teresina.









Da Redação



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Profesor tem estresse pós-traumático



Professor tem estresse pós-traumático

Doença psíquica diagnosticada nos anos 60 com ex-combatentes do Vietnã agora também aflige quem vive do magistério

Márcia Vieira

A primeira ameaça veio após 23 anos de magistério. "Você é muito abusada. Aqui nesta escola não se manda bater. Se manda matar." Nádia de Souza, de 55 anos, sentiu as pernas tremerem e o coração disparar, mas insistiu. Por cinco meses, apartou brigas entre alunos e ouviu barbaridades, como a do menino de 13 anos que colocou a mão em formato de pistola na sua cabeça e disparou a sentença: "Você aqui não é nada".



Nádia é professora por vocação. Formada em Ciências Sociais, História e pós-graduada em História da África, recebeu prêmios por resultados com alunos do ensino fundamental de uma escola em Realengo, na zona oeste do Rio, e de Botafogo, na zona sul, no pé da favela Dona Marta.



Sempre achou que valia a pena ensinar, apesar das salas superlotadas e do salário baixo (com horas extras e matrícula em duas escolas, ganha em torno de R$ 3 mil). Há um ano, depois das ameaças num colégio no Centro, está em tratamento psiquiátrico. Toma antidepressivos, não sai de casa sozinha e nunca mais pisou em uma escola. Só de passar por perto tem taquicardia e falta de ar. "Eu ando na corda bamba." O nome científico para o mal que a aflige é síndrome do estresse pós-traumático, doença psíquica que começou a ser diagnosticada nos anos 1960 com ex-combatentes da guerra do Vietnã.



Casos como o de Nádia mostram como estão tensas as relações nas salas de aula. É um fenômeno nacional, que não se restringe às escolas de periferia. Em São Paulo, segundo dados do Observatório da Violência do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), os casos de agressão a professores cresceram 40% por semestre nos últimos três anos.



Em Minas, agressão física e verbal a professor virou tão frequente que o Sindicato dos Professores das Escolas Particulares acaba de lançar uma campanha. O slogan é "Tem algo de errado na escola. Está na hora de corrigir".



O disque-denúncia aberto para ouvir as queixas dos professores mineiros registrou em oito meses um caso de violência contra docentes a cada três dias. "Um conjunto de fatores leva a esse processo. O professor perdeu prestígio. A sociedade está mais violenta. Só que ficamos jogando lixo debaixo do tapete. Não são tomadas medidas para enfrentar o problema", diz Gilson Reis, presidente do sindicato dos professores da rede particular de Minas.



Ainda não se sabe o tamanho do problema. "Precisamos de dados sobre violência nas escolas. Não temos ideia do que acontece no ambiente escolar", diz Miriam Abramovay, coordenadora de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americano de Ciência Sociais, que investiga o tema há dez anos.









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Causas da violência







Uma pesquisa realizada pelo Apeoesp em 2006 mostra que os professores apontam a superlotação das salas e a aprovação automática como as maiores causas do aumento de violência dentro de sala. "A escola foi esvaziada nos últimos anos", arrisca Edna Félix, diretora do sindicato dos professores do Rio. "Não tem mais o professor que ajudava na organização da sala, o supervisor pedagógico, o professor-substituto. Não tem inspetores em número suficiente. O professor hoje não tem tempo para preparar aula. E entrar numa sala com 40 alunos sem ter planejamento é uma loucura."



Apesar disso, segundo Edna, os professores não gostam de denunciar. "No ano passado, a direção de uma escola em Vila Isabel foi agredida, os alunos fizeram motim, parecia revolta de presídio. E ninguém quis dar queixa. Há uma pressão grande da coordenação regional e da Secretaria de Educação para não tornar os casos públicos", diz.



Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação do Rio, em 2010 apenas dois casos de agressão a professores tiveram sindicâncias abertas.



A coleção de horrores que Edna acompanha é variada. Um aluno de 13 anos quebrou o dedo da professora de português porque ela mandou que ele desligasse seu tocador de MP3. Numa escola da zona norte, duas alunas colocaram veneno no café da sala de professores. Ninguém bebeu porque uma professora desconfiou do cheiro. Em outra escola, uma mãe deu soco numa professora porque não gostou da nota do filho.



"É preciso mais apoio. Uma escola só funciona bem quando há respeito entre alunos e professores. Ensinar é maravilhoso, mas o clima de violência afasta os professores", diz Edna.



Tão triste quanto afastar os professores é impedir que os alunos aprendam. "Todos são vítimas. Professores e alunos. Está todo mundo infeliz", pondera Miriam Abramovay. "Tem de mudar a escola toda. Os professores estão muito pouco preparados para receber alunos do século 21 numa escola que está no século 18."



Há movimentos para tentar melhorar o clima. "Estamos conversando com o Ministério da Educação para fazer cursos de capacitação, para que os professores possam entender o que está acontecendo", diz Miriam.



Em Minas, a secretaria fez um acordo com o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal do Estado.



"Estamos oferecendo curso de mediação de conflito para mais de cem professores e diretores", anuncia Maria Céres Pimenta, secretária adjunta de Educação do Estado de Minas. "Não adianta ter só uma perspectiva repressora. Nós precisamos educar as crianças para respeitarem os professores. Para isso, elas também precisam ser respeitadas."

























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domingo, 30 de outubro de 2011

Um ensaio para a vida

O bem e o mal reside no mundo. A leitura que temos é parte do processo de vida neste mundo, na qual implementamos o trabalho, o estudo e os ensaios gerais, no grande estúdio da realidade.

Armamos de sentimentos, de dores, de amores, e ao bel prazer, vamos aos ventos, pelas estradas, pavimentadas ou esburacas, com a ideia e a intenção de criar família, galinhas, cachorro de estimação, plantas ornamentais, medicinais, ou seja usamos o tempo pra temperar as nossas horas pra pensar ou desesperar.

O nosso espanto, o nosso desespero, reside no pensar, sobre o atendimento hospitalar, no tratamento que o estado oferece aos pacientes, no serviços sociais e educacionais. Quando não neste mundo em que temos de trabalhar muito e ganhar pouco, ou seja o dinheiro acaba e o mês não. Além disto os parlamentares brasileiros quando faz de conta que estudam os salários da população, esquecem de incluir a média do que cada um paga em relação aos impostos, aos preços dos tratamentos de água e esgotos, na qual muitas cidades não tem estes serviços, dos preços dos serviços de telefônias, da energia elétrica.

A verdade é que a questão social, ou seja ligadas aos sêres humanos e suas famílias por aqui é tratado com desprezos, despreparos, como se todos fossem lixos, outras vezes crêem que pobres são coisas de polícia. E quantas vezes observamos que um policial, que deve dar proteção a sociedade, usar de seu expediente de repressão, de conter a população na sua reclamação, ou seja a necessidade de todos, é uma doença social que não apresenta-se, ou não se vê um tratamento adequado por parte do Estado e de seus parceiros uma vez que este é um Estado privatizado.

Se pensarmos em trabalhar coletivamente, esquecendo este capitalismo selvagem, este individualismo, temos com cuidado estar preparando para um outro processo, que consequentemente deverá ser transitório, ou seja o socialismo.

Este processo está na tomadado poder, na planificação econômica, visando uma melhor distribuição da riqueza, na possibilidade de todos ter acesso aos bens e serviços, como educação, cultura, ciências e tecnologia, a serviço da vida, da manutenção do bem-estar de todos, da saúde, no implemento de uma política justa, construida coletivamente no respeito democrático,da pluralidade, das diferenças, ouvindo a todas as vozes. Ou seja aventurando na certeza de criar um outra sociedade diferente desta em que a desigualdade, a perversidade capital, a tortura e a prisão, o exílio e a manipulação de informação, foi proposta enquanto ação governamental e instrumental no Brasil.

É preciso encarar essa aventura, o bem e o mal reside neste mundo, na construção do medo, o que permite-nos pensar e às vezes desesperar. A necessidade esta posta é preciso transformar, modificar e o estúdio disto tudo é a realidade.




Manoel Messias Pereira

professor poeta
São José do Rio Preto-SP

a palavra (metálica estrutura) e sua limpeza

1. Ir de encontro à palavra e, face a face
enfrentá-la envolta em sólida armadura.
Metálico é o verbo, como o aço
e não cede ao sopro do vento apenas.

Dividir o tempo entre postura
exata do leão que espreita a sombra
da presa que sozinha canta os bosques
em sonhos modorrentos nos espaços,

dividir o tempo entre postura
e o vigor do corpo que se lança
em queda no abismo onde a pedra
aguarda o baque surdo que há no choque.

Ir de encontro à palavra e, face a face
enfrentá-la envolta em sólida armadura.
O tempo dividido entre a postura
e o salto desenhado nos espaços.





Humberto Fialho Guedes
poeta e advogado


Salvador -BA

Anecy

Atriz Anecy Rocha

Nesse teu passo falso,
o teu grito no espaço,
o instante,
o choque,
o frio.

No teu mergulho louco
de olhos abertos,
teu destino - um ponto.

A esse teu vôo cego,
ao teu futuro solto,
à tua morte moça
eis que eu também me entrego
e me entregando, morro
em teu espanto, um pouco.




Sergio Amaral Silva


poeta e jornalista
São Paulo-SP




*Nota da Tela da Reflexão

Este poema é a impressão do artista, sobre a morte da atriz Anecy Rocha, nascida em 26 de outubro de 1942, é irmã mais jovem do cineasta Glaube Rocha e, que morreu tragicamente em 27 de março de 1977, quando caiu no fosso do elevador do prédio onde morava no Rio de Janeiro.

Manoel Messias Pereira.










Vanessa White

Fatos Históricos, Políticos, Artísticos, Sociais e Literários

Em 30 de outubro de 1970 - Nasceu a atriz norte - americana Nia Long, natural do Brooklin em Nova Iorque, filha de pais professores.
Em 30 de outubro de 1989 - Nasceu a cantora Wanessa White, inglesa integrante da banda Saturday.

Em 30 de outubro de 1981 - Nasceu a atriz brasileira Roberta Gualda, cujo o nome de batismo ou de registro é Ana Roberta de Macedo Costa Gualda, natural do Rio de Janeiro-RJ.

Em 30 de outubro de 2009 - Faleceu o antropólogo francês Claude Levi Strauss - Membro da academia Francesa.

Em 30 de outubro de 1821 - Nasceu o escritor russo Fiódor Dostoiésvsky (faleceu em 1881).

Em 30 de outubro de 1871 - Nasceu o escritor Paul Valery, poeta simbolista francês.

Em 30 de outubro de 1885 - Nasceu o escritor Ezra Poud, poeta norte-americano

Em 30 de outubro de 1988 - Airton Senna é campeão mundial pela primeira vez.

Em 30 de outubro de 1980 - Nasceu a atriz canadense Sarah Carter

Em 30 de outubro de 1793 - O girondino Pierre Victunier Verniaud um dos chefes da girondas, foi guilhotinado, mas entre as suas frases ditas na Convensão Francesa, lembramos "É de temer que as revoluções, como Saturno devorem seus filhos".

Em 30 de outubro de 1970 - Faleceu Santo Dias da Silva, operário paulista, morto pela polícia, num piquete de greve, ou seja de reivindicações trabalhistas.

Admissão da Palestina à Unesco será submetida a votação na segunda -feira

Riyad al Malki
Chanceler palestino

(AFP)

PARIS, França — A Conferência Geral da Unesco vai votar na próxima segunda-feira a admissão da Palestina na organização, uma iniciativa lançada pelos árabes e também apoiada por muitos países latino-americanos, mas rejeitada veementemente pelos Estados Unidos.



Para conceder o status de Estado-Membro para a Palestina, a Unesco precisa do apoio de dois terços dos 193 países presentes na votação durante a Conferência Geral.



A votação na segunda-feira vai coincidir com a presença na Conferência Geral do chanceler palestino, Riyad al-Malki.



A adesão "plena e total" da Autoridade Palestina à Unesco, impulsionada no começo do mês pelo grupo de países árabes, foi apoiada por 40 dos 58 membros do conselho executivo, entre eles Argentina, Chile, Cuba, Venezuela, Peru e El Salvador.



Estes países, à exceção do Chile, estarão representados na conferência geral por seus ministros da Educação, Cultura ou Comunicação. A eles se somarão os colegas de Brasil, Uruguai, Colômbia, República Dominicana, Costa Rica, Equador, Guatemala, Bolívia, El Salvador e México.



A adoção da recomendação sobre a Palestina foi rejeitada energicamente pelos Estados Unidos, que pediram que todas as delegações votassem "não" por considerar que "conceder aos palestinos o caráter de membros plenos a uma agência especializada como a Unesco é prematuro" e "inapropriado" em um momento em que o Conselho de Segurança examina um pedido palestino para se tornar Estado soberano da ONU.



Representantes dos 193 países membros da Unesco participam desde terça-feira da 36ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.



A presidente Dilma Rousseff deve participar do 10º aniversário da Declaração a Diversidade Cultural, em 2 de novembro, informaram fontes da Unesco.



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Encontro de Cultura afro de Cananéia







Cananéia recebe o Encontro de Culturas Afro brasileiras








Grupo de Capoeira Nosso Senhor do Bonfim e Associação de Capoeira Filhos de Cananéia realizou o Encontro e mostra toda a sua força no Vale do Ribeira. Confira fotos do evento>>



































O Grupo de Capoeira Nosso Senhor do Bonfim de Cananéia e a Associação de Capoeira Filhos de Cananéia realizou entre os dias 15 e 16 de outubro o Encontro de Cultura Afro brasileiras, integrado com o batizado e troca de graduações. O objetivo principal do encontro foi de valorizar a diversidade cultural afro-brasileira em suas diversas manifestações, proporcionando a troca de saberes e a vivência prática entre Mestres, Griots, alunos e qualquer interessado.



O evento contou com diversas pessoas e esportistas, entre elas mestres e contramestres, de várias cidades de São Paulo, Minas Gerais e do Paraná. O grupo agradece a presença dos mestres Régis (Passos/MG), Marcão (São Paulo/SP), Kauê (Jundiaí/SP), Joan (Pariquera-Açú/SP), Maciel (MG) e Fumaça (Ribeirão Preto/SP).



A programação iniciou às 10 horas do dia 15, com uma roda de prosa com mestres e convidados, com o tema “A capoeira ontem, hoje e amanhã” no Ponto de Cultura “Caiçara” e na parte da tarde o Batizado e troca de graduação, no Ginásio Mário Covas, e oficina de Samba de Roda com o Treinel Escravinho do Grupo “Angoleiros do Sertão”, de Presidente Prudente/SP. A noite, por volta das 20 horas, diversas apresentações culturais: Grupo Cultural Tiduca, Maculelê Filhos de Cananéia, Acabocaria (São Paulo/SP) e Trio Pé do Morro (Iguape/SP). No dia 16, às 9 horas, Oficina de Capoeira Angola, com o Mestre Maciel e às 11 horas passeio de escuna pela Baía dos Golfinhos de Cananéia e almoço na comunidade Itacuruçá, na Ilha do Cardoso.



De acordo com o Grupo de Capoeira Nosso Senhor do Bonfim de Cananéia, o evento foi realizado pelo décimo primeiro ano, sempre com muito carinho e dedicação. Todos do grupo agradecem a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, auxiliaram para o sucesso de mais uma edição do Encontro, a Prefeitura Municipal de Cananéia, a Colônia de Pescadores Z-9, ao Ponto de Cultura “Caiçaras” e a Associação Rede Cananéia.



Capoeira Nosso Senhor do Bonfim – O grupo de Capoeira Nosso Senhor do Bonfim está na cidade de Cananéia desde 1994, porém se instalou no Vale do Ribeira há mais de 25 anos. Hoje está presente nos municípios de Cananéia, Registro, Iguape, Pariquera-açú, Eldorado, Jacupiranga e Sete Barras, onde trabalhos em conjunto são realizados constantemente para fortalecer cada vez mais o grupo na região. Atualmente, participam dos projetos mais de 300 pessoas em todo o Vale do Ribeira.



de Bárbara de Aquino - Mtb 54426

Depto. Comunicação / Prefeitura Municipal de Cananéia



















 DiariodeIguape.com

Gervane, mão africana na arte de MT

obra de gervane de Paula
Obra de Gervane de Paula
seu auto retrato
obra de Gervane de Paula




Gervane, mão africana na arte de MT



Na próxima semana, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT, será aberta mostra com um dos mais importantes artistas plásticos cuiabanos



IVAN BELÉM*

Especial para o Diário de Cuiabá



A omissão e o descaso sobre a produção artística e cultural dos descendentes de africanos são fatores preponderantes para a manutenção do preconceito e da marginalização desse segmento no Brasil. Sua produção artística, seus modos de existência e seus valores espirituais têm sido negados ao longo de toda a história deste país. Dissolvem-se, assim, sob o argumento de uma identidade mato-grossense e brasileira. Negada e silenciada incessantemente, torna-se obscura.



A história nos mostra que, mesmo após a escravidão, as manifestações artísticas e culturais dos diferentes grupos negros sempre foram alvos de tratamento policial, numa tentativa de silenciá-las, à força da repressão. Seus templos sagrados foram violados, suas danças proibidas, seus objetos destruídos. Homens e mulheres difusores dos saberes africanos no Brasil foram presos e torturados. Afinal, para as elites esses saberes são considerados exóticos e atrasados, assim como pensavam os colonizadores europeus. De modo que, se o seu patrimônio sociocultural, acumulado ao longo de gerações, chegou ao século 21, foi graças à resistência, cuja fonte é a tradição ancestral, pautada na memória e na oralidade. Um conta ao outro, geração a geração. E nesse contar, entram no repertório saberes e saber fazer, cuja matriz é a África, mesmo quando não se diz. Mas a África está ali, presente. No modo de ser, sentir e fazer.



Nas entrelinhas de tais questões está um velho sonho nacional: a tentativa de embranquecimento dos brasileiros, sonho acalentado pelas elites desde o período escravagista.



Essa tentativa de embranquecimento do país está atrelada, direta ou indiretamente, ao que os movimentos negros denunciam como genocídio da população negra. O racismo e a discriminação são mais cruéis do que possamos imaginar, pois são também fatores agravantes para a escandalosa mortandade de jovens negros na faixa etária de 15 a 29 anos, sendo que os homicídios correspondem a aproximadamente 50% dos óbitos entre esse segmento, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).



Diversos fatores dificultam a mobilidade social ascendente do povo negro, contribuindo para que permaneça a executar atividades desprestigiadas socialmente. Um povo que vem experimentando tantas perdas desde que a presença africana se instalou neste país necessita de exemplos positivos de negros que não aqueles em que os mostram sempre em situações de desvantagens. Nossos antepassados nos deixaram um legado digno. É fundamental aos afro-descendentes que essa herança seja não apenas reconhecida, como também difundida, para que possam resgatar sua auto-estima e principalmente para que possam orgulhar-se de seu pertencimento étnico-racial.



É por esses e outros motivos que me sinto honrado pelo convite para escrever sobre Gervane de Paula, até porque temos muito em comum. Eu, um homem de teatro; ele, um homem das artes plásticas. Ambos negros e com praticamente a mesma idade. Conheci o Gervane nos corredores da antiga Fundação Cultural de Mato Grosso, que na época funcionava onde hoje está o Paço das Artes. Éramos bem jovens, começando a carreira artística. Somos cuiabanos e moramos até hoje nos mesmos bairros das nossas infâncias – por sinal, bairros limítrofes. Eu, na Lixeira; ele, no Araés. Aliás, o Araés é o berço do movimento negro em Mato Grosso. Foi lá que viveu Geraldo Henrique Costa, fundador do primeiro movimento negro organizado de Mato Grosso, o Grupo de União e Consciência Negra (GRUCON).



Gervane é, sobretudo, um artista privilegiado, pois, além de pintor que conhece como poucos a alquimia das cores e os seus resultados, é também desenhista e objetista de mãos cheias. Mãos leves e delicadas; ou duras e pesadas, de acordo com aquilo que deseja obter. Mãos que ora nos afagam, ora nos esbofeteiam e ora nos fazem cócegas. Criativo, determinado, defensor dos fracos, guerreiro e vencedor, Gervane de Paula parece ser influenciado por Ogum, o deus africano desbravador, que abre os caminhos para quem vem atrás. É a encarnação da coragem. Se em algum momento não tiver a sua própria briga, compra a de seus companheiros. Eu te saúdo, Ogum: Ogunhê!







*Ivan Belém é ator, produtor cultural, professor, militante do movimento negro, doutorando em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da UFMT. Secretaria da Cultura de Cuiabá/Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte/UFMT. O texto acima é trecho das palavras de Ivan escritas especialmente para o catálogo da exposição que será aberta na próxima quinta-feira.











Diário de Cuiabá © 2009

sábado, 29 de outubro de 2011

eterna consciência

minha inquietação identitária
incessante na minha vida
como referencial de existência

além de olhar
no espelho d'agua
ou de mergulhar
no fundo d'alma.

As metáforas foram passadas
e a minha consciência
agora, deseja e quer falar,
na expressão do conjugar
o verbo "amar".






Manoel Messias Pereira
professo e poeta
São José do Rio Preto-SP.

Sem ser


Vem correndo....
pega meu corpo...
È feito de sabão...
escorrega...
vem depressa...
É coisa livre...
não negue...
Vem ligeiro...
pega meu rosto.....
É feito saudade....
apega....
Vem livre...
te pego no espaço...
É minha plena liberdade....
voa...





Rita de Cássia Semensin

poetisa

São José do Rio Preto-SP

Psicórdica

Vamos dormir juntos, meu bem
sem sérias patologias.
Meu amor é este ar tristonho
que eu faço pra te afligir,
um par de fronhas antigas
onde eu bordei nossos nomes
com ponto cheio de suspiros.





Adélia Prado

poetisa
Divinópolis-MG


Falando de Ana Cristina Cesar

Fatos Históricos, Políticos, Sociais, Artísitcos e Literários

Em 29 de outubro de 1983 - Suicidou-se saltando do apartamento de seu pai, a poetisa Ana Cristina Cesar, que também era professora mestre em inglês, jornalista, tendo trabahado na Revista Isto é, Revista Veja, rede Globo e rede record de televisão.Um mês antes de seu suicídio lançou o livro de poemas "A teus pés".
Em 29 de outubro de 1941 - Nasceu o poeta, Arthur Carlos Mauricio Pestana dos Santos, o conhecido Pepetela que significa em bantu pestana, sociólogo angolano, escritor, tendo participado do grupo de Libertação de Angola.
Em 29 de outubro de 1965 - O dirigente marroquino Ben Barka foi raptado em Paris- França.

Em 29 de outubro de 1938 - Nasceu a presidente da Libéria a Sra. Ellen Johnson - Sereaf, atual prêmio nobel da Paz de 2011.

Em 29 de outubro de 1969 - Nasceu o cantor  inglês, DJ Roni Sige -
Em 29 de outubro de 1783 - Faleceu Jean Le Rond D'Alambert, matemático, físico, iluminista francês, um dos fundadores da Encyclopédie ou Dictionnaire rasamé das sciencies des art el des méteers.

Em 29 de outubro de 1990 - Ali Hassan Mwiny, venceu as eleições gerais na Tanzânia.

Em 29 de outubro de 1811 - Nasceu Louis Blanc, historiador, socialista utópico francês.

Em 29 de outubro de 1944 - Nasceu Nelson Motta, escritor, jornalista e musico brasileiro.
Em 29 de outubro de 1665 - Os portugueses derrotam e assassinam o Rei do Congo, durante a batalha de Ambuia (Uige - Norte de Angola) e a cabeça do Rei de Congo foi depositada na Igreja de Nazaré em Luanda. Nesta batalha morreu também o padre capuchino ordenado em Luanda, Frei Francisco Salvador.

Em 29 de outubro de 1945, Getulio Vargas renunciou, tendo fim o Estado Novo, assumindo o cargo provisoriamente José Linhares do STF.

Em 29 de outubro de 1933 - As autoridades portuguesas colocaram em funcionamento o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, com a chegada de 150 presos políticos.
Em 29 de outubro de 1987 -Forças do Renamo (guerrilha) atacaram uma coluna de viaturas que iam de Gaza e Inhambane em Moçambique, massacrando pelo menos 270 pessoas, entre elas mulheres e criança.

O candomblé não precisa de proselitismo

Tiganá Santana: "Candomblé não precisa de proselitismo"













Bruno Senna/Divulgação



"Quando me vem a oportunidade de compor, apesar de estar ali limitado numa maneira de se expressar, ali também está toda minha liberdade", diz músico Tiganá Santana, que lançou o disco "Maçalê"





Claudio Leal





"A água do mundo é um olho triste por calar

A água do mundo é não lembrar

A dona do mundo faz do alcance o seu dizer,

ter água no corpo é merecer".



O músico Tiganá Santana, 28 anos, nascido em Salvador, responsável pelos cânticos e toques do Terreiro Tumbenci, condensa em suas composições a força da ancestralidade africana, enternecida por uma musicalidade brasileira, tão universalmente baiana, que a sua obra parece se rebelar contra as correntes. Em 2010, ele se mudou de Salvador para São Paulo, onde preserva uma "Bahia memorial". Nesse percurso, Tiganá consolidou uma elegância rítmica, um tempo concentrado, uma vocação para recriar a África e o Brasil, mas sem apelar para os símbolos fáceis da cultura negra de diáspora.



Pioneiro na composição e gravação de músicas em idiomas africanos, no disco "Maçalê" (significado: "o poder do Orixá em mim"), Tiganá Santana conquistou o respeito profissional de Naná Vasconcelos, Virgínia Rodrigues, Jussara Silveira, Márcia Castro, Roberto Mendes, entre outros, sem contar os artistas de sua geração que o tomam como influente interlocutor. "Ele sempre me lembra São Benedito. Ele tem um ar de santo. Ele tem uma postura elegante de santo", brinca o escultor e diretor do Museu Afro Brasil, Emanoel Araújo.



- Tiganá tem uma bela voz grave. E eu acho que ele é uma maravilha de cantor. Suas músicas, suas canções, deveriam ser mais conhecidas, deveriam ter mais alcance. Como ele é jovem, espero que conquiste o espaço que lhe é devido na música brasileira, para que seja reconhecido como grande personagem que é - aposta Araújo.



O jornalista e antropólogo Marlon Marcos, admirador do compositor, identifica em Tiganá "aquela entrega criativa só vista em artistas como Billie Holiday".



- E há também a noção do sujeito que nasceu para ser no mundo. Ainda que fale e venere raízes, a música de Tiganá é do mundo no mais amplo sentido de universalidade. Acomoda e incomoda como tem que ser a grande arte - acrescenta Marlon Marcos.



Nesta entrevista a Terra Magazine, Tiganá Santana descreve as suas influências culturais, comenta o lançamento de "Maçalê" e aborda sua vivência religiosa no Candomblé.



- São poucas, mas uma das coisas que me classificam espiritualmente, uma coisa fundamental, é o fato de eu ser um religioso. Ser religioso é diferente de você estar vinculado a uma religião, embora eu esteja e tenha responsabilidade quanto a isso. Mas o que quero dizer é que minha vinculação com o ser religioso se deve a uma espiritualidade anterior a tudo. Agora, tenho responsabilidade com um determinado segmento religioso, que é o Candomblé.



O compositor critica o uso "proselitista" de cânticos religiosos na música baiana. "O Candomblé não precisa de proselitismo. Não precisa de nada disso. Só precisa de respeito", critica Tiganá.



- Uma vez uma pessoa me contou que foi para o ensaio de um bloco afro, há muitos anos, e estava todo mundo dançando uma música que era a bola da vez. Quando foram consultar a sacerdotisa, porque a música parecia com alguma coisa de Candomblé, ela disse: "Pelo amor de Deus! Essa música é de Axexê! (cerimônia realizada após o funeral de um iniciado)". Sabe? Não precisa. Chegue lá, sente-se e componha alguma coisa em cima disso. Transforme, interprete e compartilhe com os outros - defende Tiganá Santana, que compõe nos idiomas Kikongo e Kimbundo.



Confira a entrevista realizada em São Paulo.



Terra Magazine - Como foi a construção do disco "Maçalê"?

Tiganá Santana - Eu já tinha esse desejo de fazer um disco, mesmo sabendo que ele é uma fotografia, não é a paisagem. O fluxo de mobilização artística fica dentro e fora da gente e o disco, na verdade, encerra em forma de produto um excerto desse fluxo, que não é nosso. De qualquer sorte, eu esperava esse registro. Foi quando uns amigos meus, mais especificamente o Emanuel Mirdad, jornalista, uma figura a mil por hora, inscreveram o projeto do disco no programa da Secretaria da Cultura da Bahia e nós fomos contemplados. Fizemos o disco, que foi gravado totalmente em Salvador, com artistas de lá. Foi um processo muito interessante, o primeiro disco, com algumas dúvidas de ordem externa à própria música.



Como é que é isso?

"Ali usa-se tal microfone", algumas coisas que não são a música mesmo, de ordem técnica. Mas tudo bem, a gente se dispõe a fazer um disco e tem que respeitar alguns desses ditames. A direção de Luiz Brasil é mais uma parceria do que, exatamente, um direcionamento do trabalho. Fizemos tudo em consenso. Gostei do processo de feitura do disco porque foi uma vertente da expressão da amizade.



Mas, antes de chegar a esse disco, seu trabalho na Bahia já tinha uma representatividade, você já tinha composto para cantoras como Virgínia Rodrigues. Como foi sua iniciação musical?

Bom, a coisa mais antiga mesmo é compor. A exposição da composição é mais recente. São processos distintos. Uma coisa exige introspecção e a outra, extroversão. Acho que uns dois anos antes do disco, antes de começar a estruturar, a inscrever o projeto, foi que eu comecei, de maneira ininterrupta, a fazer shows em locais alternativos de Salvador. E a fazer algumas participações aqui e acolá, portanto experimentar um outro lado da composição. Virgínia (Rodrigues) começou a participar de alguns desses shows, no Teatro Gamboa, que é um espaço underground.



Com públicos pequenos, bastante vinculados aos artistas.

E aquela vista (da baía de Todos os Santos)... Virgínia participou ali, depois me convidou pra participar de alguns de seus shows. Aí começou a divulgar a música de que eu sou veículo noutros lugares. Até que surgiu o disco, que saiu independente. Coisa de quem gosta, porque ele acabou tomando rumos mais coerentes comigo mesmo.



Não teve uma orientação...

Pois é, nada focado num determinado fragmento do mercado, que esboça rótulos. Mas também é uma opção. Se a pessoa souber lidar bem com isso, ótimo. O negócio é não saber e se sentir vazio.



Sua música é de difícil classificação, parece que você está em busca de vários elementos.

Essa é uma boa questão. Quando me vem a oportunidade de compor, apesar de estar ali limitado a uma maneira de se expressar, ali também está toda minha liberdade. Eu não antecipo a intenção da composição. "Isso aqui tem que ser uma composição no idioma africano...". Eu interpreto a proposta da composição. É um processo inverso. Não há um preconceito para que eu componha.



É um estalo?

...Que dá e eu vou, decido e arrumo, porque a matéria-prima está na vida, nas ruas, nas pessoas, nas conversas, nos livros lidos e não lidos... Está nessas coisas. A matéria-prima para o processo criativo não é sempre metalinguística. Pelo menos para mim funciona dessa forma. Ao sentar e escrever alguma coisa, melodizar, compor, estão todos esses elementos. Não tem como ser uma vertente só de feitura, de roupagem. Porque são todas essas coisas reunidas. A única coisa comum é o tradutor, para onde se confluem essas vertentes. De fato, não há uma definição (de estilo), porque também não me proponho a isso.



No mesmo disco, há músicas de sonoridade muito diversa. Tem "Revência", sobre a presença mítica da água, e no final tem outra bem diferente, cantada com Virgínia Rodrigues ("Nzambi Kakala ye Bikamazu").

É. Tem um samba, "Do Alto", com o trompete de Joatan (Nascimento), que é uma coisa diferente dessas duas. O Roberto (Mendes) também participa de uma canção. Mas também é uma característica comum a alguns primeiros discos. Porque resulta do acúmulo de várias experiências de composição, várias fases, a despeito de eu não hierarquizar essas fases. Mário de Andrade dizia que se você tem um texto escrito há muitos anos e o desconsidera, é por vaidade. E se você o considera, também o faz por vaidade (risos)



Não tem saída!

Essa característica é um pouco comum aos primeiros discos. Suponho. Por outro lado, tem uma coisa dentro de mim que não tem esse privilégio por uma determinada maneira de compor a música. Sou servo dela. Até quando quiser, estou aqui.



A religiosidade não integra cada uma dessas músicas?

Sim. São poucas, mas uma das coisas que me classificam espiritualmente, uma coisa fundamental, é o fato de eu ser um religioso. Ser religioso é diferente de você estar vinculado a uma religião, embora eu esteja e tenha responsabilidade quanto a isso. Mas o que quero dizer é que minha vinculação com o ser religioso se deve a uma espiritualidade anterior a tudo. Agora, tenho responsabilidade com um determinado segmento religioso, que é o Candomblé, no qual eu tenho uma função específica, fazendo parte da equipe da sacerdotisa (Mãe Zulmira, do Terreiro Tumbenci, em Lauro de Freitas-BA), que este ano completa 70 anos de sua iniciação.



Ela abre o disco.

Abre o disco com sua fala. Essa é uma crença de foro íntimo. Acredito e prefiro acreditar que as coisas não se iniciam nem se encerram na gente. Dessa forma, a gente pode experimentar um respeito pela diversidade de seres. Prefiro acreditar, e creio, que as possibilidades artísticas não se iniciam em mim. E nem se encerram.



Isso lhe permite ser mais generoso?

É uma boa questão. Não sei. Mas, talvez, tentar ceder ao outro. É um desafio, principalmente depois da hipertrofia do homem moderno, no Ocidente. Não houve mais espaço pra nada, só há espaço pro sujeito. Fico tentanto não ser tanto assim. Aí a gente consegue dialogar. Uma vez cedendo, a gente consegue ser ouvido.



Gilberto Gil fala do quanto a religiosidade dele se transformou. Antes era voltado para o "eu", "Se eu quiser falar com Deus", mais individualista. Hoje ele se sente mais aberto. É um pouco isso pra você?

Pode ser. Agora, ressaltando que tem uma coisa específica também, porque fez parte do meu situar no mundo. Claro, em última instância, a gente tende ao amorfo, ao incolor, ao supracultural, etc. Só que para chegar a isso, a gente precisa de forma. É só não acreditar ou não credenciar esta cultura, esta expressão formal, como única possibilidade. Pode ser uma possibilidade para você, mas não credencie a essa possibilidade um totalitarismo. Então, eu tenho uma responsabilidade com a religião do Candomblé. Agora acho que todas as expressões religiosas e não-religiosas são igualmente credenciadas pela existência.



Mas, na Bahia, a recíproca nem sempre é verdadeira, principalmente por parte das igrejas neopentecostais, que atacam o Candomblé.

Ah, verdade! Esse é um assunto grave, que não tem acontecido só na Bahia, mas acontece lá com muita força, porque lá é um lugar de influência africana. Os adeptos das igrejas neopentecostais não sabem e lutam consigo. A expressão desse ódio é uma luta contra si mesmo, porque está ali enraizada uma expressão ancestral, antiga, e que inere ao comportamento das pessoas. E quando não se tem paz mesmo diante de sua angústia, pra dialogor sobre essa angústia... Por isso, essas pessoas se manifestam dessa forma.



Há um texto seu que critica o uso de cânticos do Candomblé na música baiana. Como isso ocorre em Salvador? Há muito proselitismo?

De uma religião que não é proselitista, o Candomblé. É uma religião de chamada interior. Sinto que algumas dessas pessoas não agem de má fé. Acham que vai ser bom para superar o preconceito contra as religiões de matriz africana. Só que acabam por perturbar algo que também precisa de pausa, de silêncio, de recolhimento. Porque se ficou com essa ideia de que tudo que é de negro é para ser extrovertido, expansivo, alegre e colorido. Mas nem tudo. Mesmo no Candomblé, há outros espaços ali que são do silêncio, dos iniciados, com um determinado tempo, com uma determinada função. Não é um negócio devasso.



Isso lhe incomoda na música baiana? Há muitas canções com "meu pai Oxalá"...

Tudo bem, eu acho ótimo que a gente recorra às nossas forças, acho maravilhoso, porque antes era tudo "Complexo de Édipo", de Electra... As pessoas dizem no catolicismo: "Ô, minha Nossa Senhora!". Pensar que as pessoas também clamam por forças culturalmente africanas é ótimo. A questão é o transporte de cânticos da liturgia ipsis litteris para um espaço que aquilo não diz respeito.



Descontextualizado?

É. Bom, quando a gente está no Abassá (o barracão), numa cerimônia pública - a minha responsabilidade no Candomblé é pelos cânticos e toques -, quando começa a tocar "dandalunda, maimbanda, coquê", já vi algumas reações de pessoas que nunca foram ao Candomblé e viram aquilo ali num outro contexto. E já levam aquele contexto para aquele espaço. Claro! É naturalíssimo que o façam. O Candomblé não precisa de proselitismo. Não precisa de nada disso. Só precisa de respeito.



Caymmi é um exemplo positivo? Ele se inspirava no Candomblé.

Sem dúvida. Um exemplo positivo é a canção "É D'Oxum", de Gerônimo e Vevé Calazans. "Nessa cidade todo mundo é d'Oxum". É uma maravilha em qualquer lugar do mundo. Agora, "dandalunda, maimbanda, coquê" ou "Maimbê, Maimbê, Dandá", sinceramente... Não. Não é assim. Cada coisa tem seu espaço. Uma vez uma pessoa me contou que foi para o ensaio de um bloco afro, há muitos anos, e estava todo mundo dançando uma música que era a bola da vez. Quando foram consultar a sacerdotisa, porque a música parecia com alguma coisa de Candomblé, ela disse: "Pelo amor de Deus! Essa música é de Axexê! (cerimônia realizada após o funeral de um iniciado)". Sabe? Não precisa. Chegue lá, sente-se e componha alguma coisa em cima disso. Transforme, interprete e compartilhe com os outros, mas acho isso esquisito. É só uma questão de que cada coisa tem o seu espaço.



Você já citou alguns nomes, mas, além da influência do Candomblé, da musicalidade dos rituais, quais os compositores essenciais em sua formação musical? Na Bahia, a cultura popular é forte, você acaba assimilando sem sentir, o erudito está proximo ao popular...

É verdade. Olha, eu quis aprender a tocar violão lá pelos 11, 12 anos. Pedi um violão a minha mãe. Ela até se espantou, porque eu nunca fui menino de pedir nada. Ela foi logo, antes que eu desistisse, comprar um violão. Mas eu só fui aprender com 14 anos. Sem dúvida alguma, João Gilberto e Tom Jobim foram a força motriz para que sentisse vontade de tocar violão. Eu ali tão atônico, né? E o primeiro disco que quis comprar, com 11 anos, foi uma coletânea que tinha lá Tom Jobim. Ouvi inúmeras vezes.



E o "Matita Perê"?

Eu adoro. "Matita Perê", "Urubu"... Incrível. Tenho um tio, Jorge (Moura), que é responsável um pouco por isso.



E seu avô...

Meu avô é músico. Hoje não toca mais, mas ele tem um ouvido incrível. Tocava chorinho. Com quem eu ouvi muito chorinho. Me lembro de, pequeno, ouvi-lo dizer: "Olha aquele baixo...". E eu não ouvindo nada. Mas, de maneira mais consciente, foi com meu tio, cunhado de meu pai, que toca violão também... Ele tem uma ligação com a música do mundo inteiro: a música árabe, celta, etc. Ele me aprensentou a diversas possibilidades. Aí foi uma loucura. Incrível. Ele é realmente incrível. Embora, durante essa fase inicial, eu sempre estivesse focado no que se chama de "música brasileira". Depois expandi para outros lugares. E mesmo a africanidade da música que eu componho vem mais da Bahia mesmo, do Candomblé, do que diretamente do continente africano. Aí fui elegendo algumas pessoas que eu tenho ouvir sempre, como Caymmi, que é uma dessas figuras que eu chamo de "atônicas".



Que é coerente, fez pouco mais de cem canções.

Isso, e está tudo dito. Isso tem tanto a ver com o não-ocidental, por não prezar pela quantidade...



Caymmi tem uma relação diferente com o tempo.

Essa relação de outra ordem com o tempo... Bem, Caymmi, (Egberto) Gismonti, que eu adoro, o próprio Jan Garbarek (saxofonista de jazz norueguês), que eu ouço bastante... Gosto muito de Ali Farka Touré, africano do Mali, de onde vem meu nome. João Gilberto continua sempre.



Com a música, você foi se desviando da carreira diplomática?

(risos) Desde jovem, a minha mãe, principalmente, pensava: "Poxa, você tem uma facilidade para aprender as línguas, se interessa por tudo... Podia ser uma boa seguir a carreira diplomática". Incorporei isso, né? Como eu gostava de tudo, então tudo bem. Cheguei a ir a Brasília, tenho familiares lá, para me informar melhor. Fui ao Instituto Rio Branco. Fiz alguns amigos, mas declinei dessa proposta, porque eu não seria feliz.



A música já tinha se imposto?

Eu acho. A primeira decepção para minha mãe foi quando eu disse que ia fazer filosofia na Ufba (Universidade Federal da Bahia). Fiz o curso que queria fazer e a música já vinha acompanhando. Eu escrevia poemas... Essa é a minha atividade mais antiga: escrever poemas. Mas houve uma substituição paulativa da poesia pela canção. Era natural, essa coisa pré-determinada, encerrada, engessada, como é a atividade do funcionalismo público. O diplomata é um funcionário público que não tem as liberdades e os poderes de intervenção.



Como ocorreu sua aproximação com a África, com a cultura africana?

Isso vem de casa, de minha mãe, que foi fundadora do movimento negro na Bahia e depois especializou-se na história da África, do primeiro curso de especialização lá do Centro de Estudos Afro Orientais (Ceao). Tinha uma tia que faleceu, Eugênia Lúcia, que era pioneira em muitas coisas da inserção e da consciência de Áfricas, as manifestações culturais, étnicas, comportamentais. Inclusive, a biblioteca do Ceao tem o nome dela. Dentro de casa, isso me influenciou. Eu era muito novinho, já sabia ler, e minha mãe ia para o Ceao, me levava, eu ficava correndo para lá e para cá. Como Piaget diz que a gente é o que é até os sete anos... (risos) Isso sempre esteve ali, desde essa fase.



Depois isso se direcionou para sua pesquisa musical...

E pessoal. Fui me interessando por algumas coisas, por alguns segmentos dessas histórias africanas, pelos idiomas... Ainda continuo muito interessado pelos idiomas de um modo geral. No Candomblé, a gente já utiliza alguns deles. Isso direcionou-se um pouco para a música, mas não foi um negócio de estar ali por estar... Os idiomas Kikongo e Kimbundo, principalmente. Embora eu não seja um exegeta, mas dá para expressar algumas coisas que anseio, alguns códigos. Para minha surpresa, o "Maçalê" é o primeiro disco com essas características...



Com canções em línguas africanas? Não tem precedente no Brasil?

Não conheço. Acho que não há. O que há são citações ou composições de artistas africanos. Citação de termos africanos no meio de uma canção lusófona.



A que você atribui isso? O Brasil é um país com influência africana elevadíssima. Por que até então não houve outro disco com essa marca?

É normal. É um país com influência africana, mas é um país colonialista. Trata-se de um país, como tantos outros, que hierarquizou os seus agentes históricos e constitutivos. Negros em condição de escravizados não podiam ter nada. Os índios, meu Deus... Ainda em situação pior!



Outro dia, o escultor e curador Emanoel Araújo disse que, ainda hoje, o negro não ocupa "um lugar" na sociedade brasileira, no sentido de proeminência política. Como evoluiu essa questão?

Tanto que ainda é novidade, não é? Não gosto do discurso do ressentimento, da vitimização, da dor, porque a gente não supera a dor, sentindo dor. Ou melhor: prolongando a dor. A gente sente que é descendente de uma força. Já há muitos documentos que mostram que os escravos quando condenados e chicoteados - isso são os algozes que relatam - davam um grito estranho, depois se calavam e ficavam na mais absoluta serenidade. Ora, a gente deduz que seja a incorporação de uma força, de um orixá, de um ancestral. Emitiam ali o seu ilá, o seu grito, e depois se serenizavam, para que o filho não sentisse dor.



A nação do seu terreiro é banto. Nas universidades, entre os estudiosos e os pesquisadores do Candomblé, ela é bastante relegada. A nação banto é discriminada pelas outras vertentes do Candomblé?

É o ser humano, né? (risos) É o ser humano... Condenado à picuinha mesmo. Porque houve um interesse desses estudiosos, (Pierre) Verger, (Roger) Bastide, Édison Carneiro, Nina Rodrigues - um interesse pelo Candomblé de linhagem ketu, com a afirmação da Bahia como um "Estado nagô", "nigeriano"... É e não é. Há muita coisa aí. Também com essa tentativa de reafricanização, com essa leva do povo nigeriano... Você não tem nem como afirmar isso. Nos portos, as etnias se misturavam. Mas, enfim, teria sido a última leva e por isso preservaria características mais puras. Quando se tem que reinventar uma tradição a partir de uma matéria prima com uma urdidura forte, isso, sinceramente, é o que menos importa.



O Candomblé é uma religião brasileira, indicada, direcionada, voltada, com os olhares e as atitudes voltados para o continente africano, uma parte desse continente. Mas foi uma reestruturação, uma readaptação. Até entendo algumas pessoas, diante de tanta negação, tanta dificuldade a essa tentativa de africanizar, inclusive o Candomblé, em vez de dar o peso da transcendência... É uma luta política distanciada da liturgia. Ou a gente se ocupa das referências devidas, que não veem a origem de ninguém, a cor de ninguém, nem a cultura, nada disso, ou a gente fica nas guerras políticas. Sinceramente, não gosto muito disso. Você falou de Gil, do agnosticismo em relação à religião... Eu tenho um agnosticismo a disputas políticas e a muitas coisas dos homens. Meu agnosticismo se dá em relação a coisas que a gente vê, não em relação a coisas que a gente não vê. É verdade... É um agnosticismo diante do que é supostamente evidente e provável.



O que motivou sua mudança para São Paulo?

Você sabe como é a Bahia desde a Tia Ciata... (risos)



Como diz Caetano, a Bahia "expeliu as Ciatas pra trazerem o samba pro Rio".

E aí vem Assis Valente, Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano, os tropicalistas, os Novos Baianos... Até hoje. É uma coisa intrigante. A nossa terra é caduciforme. Não tem mais aquela sanha voraz, aquela força centrífuga, pra triturar as coisas e sustentá-las, rearrumá-las, destrui-las, reconhecê-las, categorizá-las... Não tem essa força. É uma senhora.



Há um processo destrutivo dos seus talentos, de não reconhecê-los?

Tem, tem. O fato é que é um lugar muito específico, mas que não está dentro dos sistemas de funcionalidade (risos).



Mas continua como referencial para você?

Claro, sem dúvida, nunca saí de lá, a não ser para me mudar, no ano passado. Tudo aconteceu lá. A Bahia a que estou ligado não sei se tem lá ainda. A Bahia memorial, o terreiro do candomblé, o invisível, a própria dinâmica do mundo. A Bahia é o mundo. Já é uma outra coisa. É uma dinâmica tecnológica da imaterialidade do material. E a Bahia está dentro disso, com seus carros desordenados, com seus computadores...



Com seus gabaritos elevados na Orla marítima.

E os desmatamentos...



É um capitalismo tardio, um capital imobiliário, que entrou brutalmente na cidade...

Isso, que fica querendo tirar o atraso, de maneira devastadora, a ponto de você ouvir de alguém da prefeitura que tinha que desmatar mesmo, que era a evolução... Ainda com esse pensamento. O que fez com que o prefeito da cidade tivesse até, se não me engano, eu li isso, mudar de casa por causa da invasão de escorpiões. É o preço da evolução. É uma cidade que vivencia um pouco essa esquizofrenia. Salvo se nós considerarmos alguns sítios ali dentro e se nós tivermos um determinado olhar sobre as coisas de lá, a gente ainda consegue resgatar a Salvador com essas características tão faladas, tão mitificadas - e com razão. As coisas se estão esvaindo. Por isso que, para mim, não é um choque sair da Bahia e vir pra São Paulo. Não me choquei.



Há mais perspectivas de trocas profissionais?

Como sempre aconteceu, na verdade. Sempre vinha para cá mesmo, tenho amigos e as pessoas com as quais eu tenho contato por causa do trabalho. Até que foi natural me mudar para cá. Me sinto bem. É até melhor. Isso ajudou Caymmi a descrever a Bahia. Isso ajudou João Cabral a fazer "Morte e Vida Severina" em Sevilha.



E a memória nasce da distância, não é?

Às vezes é preciso se distanciar pra se aproximar. A proximidade é, às vezes, o símbolo da morte de algumas coisas. Coisas cuja chama, enquanto estamos vivos, queremos sentir.





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Manoel Messias Pereira

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