terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Reflexão Literária - Castro Alves, Manoel Messias Pereira e Sônia Santos

Poesia de Castro Alves
Mater Dolorosa

Meu Filho, dorme, dorme o sono eterno
No berço imenso, que se chama - o céu.
Pede às estrelas um olhar materno,
Um seio quente, como o seio meu.

Ai! borboleta, na gentil crisálida,
As asas de ouro vais além abrir.
Ai! rosa branca no matiz tão pálida,
Longe, tão longe vais de mim florir.

Meu filho, dorme Como ruge o norte
Nas folhas secas do sombrio chão!
Folha dest'alma como dar-te à sorte?
É tredo, horrível o feral tufão!

Não me maldigas... Num amor sem termo
Bebi a força de matar-te a mim
Viva eu cativa a soluçar num ermo
Filho, sê livre... Sou feliz assim...

- Ave - te espera da lufada o açoite,
- Estrela - guia-te uma luz falaz.
- Aurora minha - só te aguarda a noite,
- Pobre inocente - já maldito estás.

Perdão, meu filho... se matar-te é crime
Deus me perdoa... me perdoa já.
A fera enchente quebraria o vime...
Velem-te os anjos e te cuidem lá.

Meu filho dorme... dorme o sono eterno
No berço imenso, que se chama o céu.
Pede às estrelas um olhar materno,
Um seio quente, como o seio meu.

Castro Alves

poeta brasileiro

Dulce Pontes

Frase poética de Manoel Messias Pereira
Exercício constante




cada um caminha,
 para a lei do silêncio
 no mundo em guerra.


Manoel Messias Pereira

poeta
São José do Rio Preto - SP



musica dramática


poesia - Sonia Santos



Poema Ritimico do Malandro


Subindo descendo o morro acadente.
Cuidando o máximo mais atraente.
Lá vai o malandro dono do mundo.
Se pensam que é fácil levar essa vida,
enganam-se caros, posição atrevida.
É demais o cansaço, terrível e duro.
Jogar o baralho, jogar capoeira.
Fazer samba á toa, beber noite inteira.
Que vida mais besta, que coisa mais linda.
Ser bamba no morro, ser sambista de fato.
Dizer 'nunca corro, me matam ou mato!'.
Ter uma mulata por inspiração,
pra fazer mais amor e ouvir seu violão.
O vida difícil, o vida cansada.
Mas mudar de vida, que nada que nada!
Mas chega o dia da maior delícia,
ninguém os desdém ou protege a polícia.
É que ficou louco o mundo da cidade.
A culta, luxúria e a vaidade.
Chegou carnaval, chegou carnaval!
Ninguém quer ninguém e todos querem tudo.
Aqui tudo vale qualquer absurdo.
E é nesse dia a sais diferente,
que o malandro é mais homem no meio da gente.
Mas mamba que nada. Sapateia no asfalto.
Ao lado das negras é o parque do alto.
Samba malandro e samba mulata.
Mostrem mais um sentido da vida ingrata.
Depois com o crioulo e depois a mulata.
Voltando ao morro depois dessa data,
lá de cima felizes, contemplando a cidade.
Digam sem pavor:
Escrevemos samba no asfalto selvagem!



Sonia Santos

poeta e cantora
Brasil


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