terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Reflexão Literária com Contador Borges, Azuir Filho e Manoel Messias Pereira

poesia de Contador Borges
Lavar os olhos
na luz aguda

secar nos poros
a verve nua

o suor que se atreve
a falar pela pele.

Contador Broges

poeta

São Paulo - Brasil
Julio Inglesia

Texto de Azuir Filho
LAURA BRANDÃO

Mulher do mais puro ideário, e do amor mais profundo.
Como Anita e Olga Benário, foi Heroína de dois mundos.
No Brasil contra exploração, na Russia o nazismo bestial
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Enfrentou ao nazismo sem medo fez ao Brasil orgulhar.
Como índio branco e negro, representou seu povo lutar.
Contra incêndio em mutirão, como sentinela comunal.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Era igual no ter amor, no ter consciência de partilhar.
No ceder para o bem compor, para como amigos somar.
Tudo para ter comunhão, Mulher feminina e angelical.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Nasceu no Rio de janeiro, sempre representou o amor.
Do espírito Doce e Guerreiro, na defesa do Trabalhador.
Pela Poesia tinha adoração, Mulher amorosa e maternal.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Está Viva no nosso coração, no nosso amor mais ideal.
É uma bandeira pra redenção, é a presença do Divinal. 
Ante Nazifascismo e dominação, por mundo fraternal.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Poesia com desprendimento, declamadora encantava.
Organização e movimento, comício e greve discursava
Muitas vezes na prisão, e viveu uma perseguição total.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Muita Polícia ela enfrentou, por mais justa Sociedade.
Todo Heroísmo demonstrou, e atingiu a imortalidade.
E ela editava na Redação, a Classe Operária o Jornal.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

No Comício da Praça Mauá, com visão era mais adiante.
Contem os Soldados a avançar, contra os manifestantes.
Presa agredida e expulsão, não poupam o lhe fazer mal.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Igual na sua solidariedade, nunca jamais foi indiferente.
Por Justiça e pala igualdade, não era omissa ou ausente.
De toda estima e consideração, com jeito amigo e filial.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Toda terra era a sua terra, e toda gente era a sua gente
Contra os Nazistas fez Guerra, e foi uma Leoa Valente.
De convicção e consciência, jamais que se acomodou
No Movimento de resistência, tropas nazistas enfrentou..

Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.
Trabalhou como que, o tempo todo foi uma lutadora.
E ela fundou um Comitê, de Mulheres Trabalhadoras.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Das voluntárias pioneiras, para o nazismo não avançar.
Na preparação de trincheiras, sua saúde fez se abalar.
Atuou com Radiodifusão, uma atividade fundamental.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Deixou imagem altaneira, de Amor e de boa Vontade.
Em toda luta foi primeira, e transcendeu em dignidade.
Mulher da revolução, pelo fim da desigualdade Social
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Quatro livros de versos deixou, e a extensa Biografia.
Presente na sua gente ficou, Mulher do dom da Poesia.
Carioca é uma nossa paixão, como Futebol e Carnaval.
Professora Laura Brandão, Mulher Brasileira tão igual.

Azuir Filho e Turmas: do Social da Unicamp e, de Amigos:
de Rocha Miranda, Rio, RJ e, de Mosqueiro, Belém, PA.


DIREITOS RECONHECIDOS E AGRADECIDOS
F1 http://www.unicamp.br/unicamp/sites/unicamp.br/files/imagens/Capa-livro-Laura-Brandao.jpg
F2 http://www.unicamp.br/unicamp/sites/unicamp.br/files/imagens/ifchdionysa070427.gif
F3 http://www.unicamp.br/unicamp/sites/unicamp.br/files/imagens/ifchdionysa070427.gif
F4 Dionysa http://www.unicamp.br/unicamp/sites/unicamp.br/files/imagens/ifchdionysa070427.gif
F5 http://www.mst.org.br/mst/imagens/fotos/4491.jpg
F6 http://br.geocities.com/arteepolitica2002/img/octlau.jpg
Sobre a obra


Alexandre Pires

Crônica de Manoel Messias Pereira
O Centenário de nascimento Aristides dos Santos


Ele faleceu em 12 de junho de 2013, aos 99 anos de idade. Ele que nascera em 10 de fevereiro de 1914. Foi um ser que registrou-se nesta vida, para discutir, para brigar por um povo, para torcer para o Corinthians Esporte Clube, para cantar em Orquestra, em Orquestra para Todos, para atuar como ator em peças do professor Nelson Castro, pra ser protagonista de um filme de Fernando Marques, pra receber inúmeras homenagens na cidade, como cidadão rio-pretense, como detentor de uma postura que possibilitou ter um troféu com o seu nome para lembrar quem por ventura pensassem o negro na sua história e tentassem fazer algo benéfico neste sentido, foi homenageado por sua história na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo num projeto da deputada Beth Sayão,  homem que pensou o carnaval, que foi convidado a mudar-se, por exigir verbas pra escola de Samba. Um ser do povo, da humildade de um engraxate, que criou os seus filhos, que escreveu as flores do mesmo jardins, um livro em que ele plantou como semeassem rosas, recordando todas as pessoas negras de seu convívio no município e incluindo algumas que para ele protagonizou algum céu pra comunidade. e por fim como griot, juntamente com a professora teve a possibilidade de participar do livro "Aristides, retalho de uma raça".

No princípio deste livro a professora pede" para Sr. Aristides, para seus filhos, para sua mãe, parentes, amigos e alunos, pretas, pretos velhos, anjos guardiões, terra, fogo, água e ar, com amor" e em seguida Senhor Aristides pede "para Jesus que interceda a São German, à minha mãe por ter me educado, aos meus filhos, especialmente à Silvina Maria, sobrinhos e irmãos, à comunidade negra, à Professora Dra. Niminon" E estes princípio na abertura do livro retratam que foi um livro preparado com energias positivas, com um olhar terno em busca de um caminho, esperando que o poder público e a sociedade tome ciências das leis federais como a Lei 10639/2003 e a Lei 10645/2008, que trata do ensino da cultura afro-brasileira, da história do negro e da história da cultura e da história do povo indígena.

Fiz a apresentação do livro "Aristides retalho de uma raça" assim como ajudei - o, relacionando as pessoas que ele lembrava para a construção de "flores do mesmo jardim", E o que fez escrever com muita tranquilidade, foram as inúmeras frases que ele ensaiava e deixava no ar, como quem desejasse perguntar alguma coisa, mas que as respostas estivessem implícitas, em quaisquer circunstâncias, afirmei que Aristides que já sabia onde dói a dor da discriminação e preconceito e tinha essa dor como aprendizagem de consciência em uma sociedade que tem status de discriminatória, alicerçadas em valores da política do branqueamento, do positivismo, cientificismo que aparece como uma sociedade de disfarces. Ele nasceu cresceu conheceu atores políticos sociais e sempre acreditou numa relação de amizade e sempre deixava esta frase "Como vai nossa amizade".

Outra frase importante é quando dizia "sou um homem que perdeu tudo, mas não perdeu a fé", esse tudo provavelmente foi com certeza a falta de realizações de seus sonhos de suas perspectivas,  em realizações para a comunidade negra, mas mesmo assim a fé inabalável levou-o a discutir nos seus 99 anos o direito civil do povo negro no Brasil. E até reivindicar da União Africana UA, que é o organismo dos Estados africanos e até mesmo da ONU (Organização das Nações Unidas) a co-responsabilidade de toda a humanidade para com os negros da diáspora, como afirmei luzes que brilham em várias partes do globo terrestre. Ou seja enquanto o processo capitalista viam corpos pra serem vendidos,  e mãos de obras escravizadas como fator de agregação de riqueza, olhava com a indiferença e não via que algo estava diferente daí o nascimento da desigualdade, pré estabelecida socialmente, pois atravessaram os oceanos corpos, mentes, filosofias, concepções filosóficas, religiões. Dai a sua importância na busca deste continentalismo.

Portanto hoje ele estaria completando 100 anos, com a mesma ternura de quem um dia soube colocar uma flor no jardim e tentar dizer que todas as flores eram iguais. e creio que sim. Só que o mundo que vivemos há seres humanos, que tem geralmente devido aos princípios culturais, sociais e políticos um processo de constante divergências e convergências, de interesses capitalistas, inclusive com concepções  ideológicas, de rompimento social ou de extermínios sociais, e se puderem esmagam as flores, com botas militares com o desrespeito. Só que há em nome de uma ordem positivista estabelecida a cristalização de tudo, e Aristides dos Santos não conseguiu perceber. E muitas vezes rasgou sedas as pessoas que estavam no poder, dentro do sistema em que gerou toda uma exclusão social. Acreditava Aristides que a sua simples narrativas da problemática do negro, pegariam todos pela emoção, pela doçura de sua amizade, recordando a sua fala "como vai nossa amizade?". Mas há friezas nos olhares e uma outra leitura política, que o romper precisa ser traumático. Mas Aristides nunca percebeu por ser com certeza um homem romântico, talvez um último grande romântico do mundo.


Manoel Messias Pereira

professor de História
poeta
São José do Rio Preto - SP. Brasil


Orquestra Fittipaldi



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