Dedicamos esse espaço com toda a ternura as mulheres angolanas.
Carlos Drummond de Andrade
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
poeta e cronista brasileiro
Itabira -MG - Brasil
Maria Bethânia e Gilberto Gil
Gilberto Brandon Marcão
O céu pintado de noite,
uma saudade banha o coração.
Dá vontade de te ver e ter.
Sonho em abrir a porta
e ver tua figura.
Fechar os olhos
e ludibriar os sentidos,
imaginando estar contigo...
Desejar, então, abri-los
e surpreender-me com tua tez.
Ver-te em presença física,
tocar-te como o escultor
manuseia a argila.
Mas qual nada...
somente me acompanham pensamentos.
Talvez por isso deseje
tanto empreender uma fuga
para não sei para onde.
Encher-me, então,
com umas tantas paisagens.
Lembrar-me das montanhas,
querendo sentir tua presença,
teu perfume de altitude
nas narinas dilatadas.
E assim ir além,
imaginando descer a serra
e chegando à beira do mar.
Buscando tua imagem
vendo-te como se fosse sereia,
imaginando-te dona das águas,
salgadas águas
de lágrimas que se ocultam
entre as muitas cenas,
onde existem outras tantas
perdidas possibilidades,
mas onde o desejo
continua sendo um só: você!
Gilberto Brandão Marcon
poeta brasileiro
São João da Boa Vista - SP - Brasil
Paula Fernandes
Manoel Messias Pereira
Me falta um quarteto de cordas
É nas manhãs
que ouço as pássaros cantando
observo as folhagens
as rosa
e sinto que
falta um quarteto de cordas
ensaiando, Bach ou Mozart
pra me fazer feliz,
Leio cartas antigas
Relembro momentos
Tomo um chá de camomila
disperso com simplicidade
da minha existência,
mas eu acho que falta-me
um quarteto de cordas
ensaiando Bach ou Mozart
pra me fazer feliz.
Manoel Messias Pereira
poeta
São José do Rio Preto - SP
Carlos Drummond de Andrade
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
[braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
poeta e cronista brasileiro
Itabira -MG - Brasil
Gilberto Brandon Marcão
O céu pintado de noite,
uma saudade banha o coração.
Dá vontade de te ver e ter.
Sonho em abrir a porta
e ver tua figura.
Fechar os olhos
e ludibriar os sentidos,
imaginando estar contigo...
Desejar, então, abri-los
e surpreender-me com tua tez.
Ver-te em presença física,
tocar-te como o escultor
manuseia a argila.
Mas qual nada...
somente me acompanham pensamentos.
Talvez por isso deseje
tanto empreender uma fuga
para não sei para onde.
Encher-me, então,
com umas tantas paisagens.
Lembrar-me das montanhas,
querendo sentir tua presença,
teu perfume de altitude
nas narinas dilatadas.
E assim ir além,
imaginando descer a serra
e chegando à beira do mar.
Buscando tua imagem
vendo-te como se fosse sereia,
imaginando-te dona das águas,
salgadas águas
de lágrimas que se ocultam
entre as muitas cenas,
onde existem outras tantas
perdidas possibilidades,
mas onde o desejo
continua sendo um só: você!
Gilberto Brandão Marcon
poeta brasileiro
São João da Boa Vista - SP - Brasil
Paula Fernandes
Manoel Messias Pereira
Me falta um quarteto de cordas
É nas manhãs
que ouço as pássaros cantando
observo as folhagens
as rosa
e sinto que
falta um quarteto de cordas
ensaiando, Bach ou Mozart
pra me fazer feliz,
Leio cartas antigas
Relembro momentos
Tomo um chá de camomila
disperso com simplicidade
da minha existência,
mas eu acho que falta-me
um quarteto de cordas
pra me fazer feliz.
Manoel Messias Pereira
poeta
São José do Rio Preto - SP
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