domingo, 5 de julho de 2009

Poesia de Ana Cruz


Agradecimento

Avô disse olhando pro céu quente:
Sou feliz, nunca tive fé cega mas sempre cuidei de não perder
a força que trago dentro de mim.
Postura de coitado e sofredor não seduz Nosso Senhor.
Vida se aprende apanhando e batendo dessa experiencia
resulta a santidade.
Converso com Deus de igual para igual, não atribuo a ele
trágedias ou misérias.
Quando estamos em nossa intimidade
tiro o meu chapéu, bato no peito e digo:
Oh! Olorum, meu pai! Besta quem pensou poder com nós dois.
Olha eu aqui, olhos cinzas de tão velhos, duas viuvez,
treze filhos, netos e bisnetos a perder de vista.
Sob sua proteção fiz minha parte.
Repus algumas daquelas perdas preciosas.
Em comum acordo com minhas senhoras.

Ana Cruz


A figura acima é de uma criança angolana, pra ilustrar essa doce poesia desta grande amiga que conhecemos a mais de dez anos.

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Manoel Messias Pereira

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