quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Medo

Na noite
de muitas varandas
O cão derruba um jarro
Abro a janela. Brilha na mão o medo
de velas pandas.

Um bem-te-vi cantou no abrigo.
Ou seria o alarme do carro?

Reina a madrugada por desvãos e salas.
Perseguindo o escuro
o gato rasga a cortina e a sombra
da vidraça lívida. Alerta.

Que selos tremeluzem na mobília?

O coldre e a Bíblia na gaveta aberta
O medo tem sete balas.


Mafra carboniéri
poeta vencedor
1.Premio redescoberta de Poesia Revista Cult Ano 2000

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Manoel Messias Pereira

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