sábado, 14 de novembro de 2009

Ideias Comuns relativa à História da Filosofia


A primeira vista, a história compreende, na sua tarefa, a narração de acontecimentos acidentais dos tempos, dos povos e dos indivíduos, contigentes tanto no que se refere-se ao desenrolar dos mesmos no tempo como também ao seu conteúdo. Da sua contingência e respeito do tempo, falaremos mais tarde. O conceito, de que pretendemos ocupar-nos antes de mais nada, diz respeito à contingência do conteúdo, ou seja o conceito das ações contingentes. Repare que o conceito da filosofia não é dado nem por ações exteriores nem pelas ocorrências das paixões e das fortunas mas sim das idéias. Mas as idéias contingentes não são mais do que as opiniões filosóficas, e denominam-se precisamente opiniões filosóficas as que dizem respeito aos objetos próprios da filosofia, quer dizer, Deus, a natureza, o espírito.


Neste ponto esbarramos imediatamente na tradicional concepção da filosofia como exposição dum numero de opiniões filosóficas acompanhadas da investigação de modo como se formaram e do modo como se desenvolveram no tempo. Um material assim recolhido pode chamar-se, se quisermos considerar benignamente, complexo de opiniões: mas se, pelo contrário, o que quisermos considerar mais profundamente, exposição de loucuras,ou pelo menos de erros de homens, que se engolfaram no pensamento e nos conceitos puros. Tal opinião é expressa não somente por aqueles que se admitem a sua ignorância em filosofia (entenda-se que o admitir esta ignorância não os impede de abertamente emitir juizos em matéria de filosofia, visto como qual se julga capaz de discutir sobre o valor e sobre a essência da filosofia sem dela perceber patavina), mas também aceite por muitos que escrevem ou escreveram a história da filosofia. Uma história assim redigida, que não passe de pura enumeração de opiniões, não constitui senão um objeto de inutil curiosidade ou, quando muito de investigação erudita, uma vez que a erudição consiste em saber quantidades de coisas inuteis desprovidas de interesses intrinseco, a não ser o interesse de serem conhecidoas. defendemos por outro lado, que não é destituido de toda a utilidade o aplicar-se a conhecer as opiniões e pensamentos alheios, na medida na medida em que este exercício estimula a energia da mente, sugere alguma coisa boa idéia, e do choque de varias opiniões faz nascer uma nova opinião: pois que a ciência consistiria precisamente neste evoluir duma opinião para outra. Se a história da filosofia mas não fosse do que uma galeria de opiniões sobre Deus e sobre a essencia das coisas naturais e espirituais, teriamos de declarar ciência supérflua e lastidiosa, por maior que fosse a utilidade derivado do exercício do pensamento e da erudição. Que coisa pode haver de mais inutil do que aplicar-se a conhecer uma sequência de opiniões, ja gasta? Que coisa mais indiferente? todas as histórias da filosofia que expõem e tratam as idéias da filosofia, como se fossem opiniões, deixam imediatamente transparecer a sua aridez e incapacidade de suscintar o interesse.


Gerg Wilhelm Friedric Hegel


ultimo filósofo classico(27/08/1770 -14/11/1831)

Nascido em Stuarttgar e morreu em Berlim.

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Manoel Messias Pereira

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