quinta-feira, 29 de setembro de 2011










Os signos por trás da ideologia: simbologia nazista



por Estela de Melo Faria





Sobre o artigo[1]



Sopbre a autora[2]



Introdução.



Marc Bloch, em Apologia da História escreveu: “... ora, a obra de uma sociedade que remodela, segundo suas necessidades, o solo em que vive é, todos intuem isso, um fato eminentemente ‘histórico’...” (BLOCH, 2002 p. 53). Na Alemanha ‘criada’ por Hitler essa citação se encaixa (se assim se pode dizer) perfeitamente.



Hitler modelou ‘sua’ Alemanha da maneira que achou mais plausível, ‘purificando’ a raça que lá vivia, e trazendo graves conseqüências para os excluídos racialmente. Esse trabalho acadêmico tentará descrever aspectos da alguns símbolos utilizados por essa seita, como eles se apropriaram de signos e significados antigos para a legitimação de poder.



Como toda história necessita de um contexto, esse trabalho também abordará alguns aspectos do nazismo e algo sobre o homem que pôs em prática toda a ideologia desse grupo: Adolf Hitler, como o tema central é o simbolismo por traz do nazismo esses aspectos serão apenas ilustrativos.



Os símbolos escolhidos para descrição são: a águia, a suástica, e as runas que estão presentes no símbolo da SS. A águia esta ligada a encarnação, substituto ou mensageiro da mais alta divindade e do fogo celeste (o sol). A suástica indica um movimento de rotação em torno do centro. As runas () tem como significado o poder do sol, como se podem perceber diversos signos dos Nazistas estão ligados e este corpo celeste. “... O simbolismo do sol é tão diversificado quanto é rica de contradições a realidade solar. Se não é o próprio deus, é, para muitos povos, uma manifestação da divindade...” (CHEVALIER, GHEERBRANT, 2009 p. 836).



Qual seriam as motivações para tantos símbolos ligados ao ‘astro rei’? Vários impérios utilizaram vários signos para legitimar o seu poder, como podemos perceber essa prática não é restrita a antiguidade ou ao medievo, na contemporaneidade esses artifícios também são utilizados Ao descrever essa simbologia pretende-se achar a resposta para a questão proposta, podendo ser encontrada ou não.



A principal conclusão é que as práticas tomadas por esse grupo causaram um grande colapso na vida de milhares de “inimigos da raça ariana”, muitos exterminados nos campos de concentração.



O Nazismo



Com o final da 1ª Guerra Mundial, o Kaiser Guilherme II abdicou do poder fugindo para a Holanda. Com a derrota, a Alemanha caiu em uma profunda crise econômica (a inflação chegava a 30.000% a.m.). Com esse contexto foi proclamada a Republica de Weimar para substituir o II Reich.



Em 1919, em Munique foi fundado um partido totalitário de nome Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (ou Partido Operário Alemão, ou ainda Partido Nazista). Sua definição é de regimes totalitários (tudo para o Estado/tudo em nome do Estado), no qual, um único chefe, idolatrado pelo povo, centraliza o poder nas mãos e o exerce de forma ditatorial.



Várias das características do Nazismo se assemelhavam a do Fascismo, entre elas se pode citar: o nacionalismo extremado, o expansionismo ligado ao militarismo, o uso exagerado da propaganda para manipular as massas, o combate ao socialismo e o liberalismo e pregava um Capitalismo de Estado, no qual havia a propriedade privada e a intervenção do Estado na economia. Apesar de extremamente parecidos, esses regimes tem uma discrepância crucial: o racismo pregado pelos nazistas com base na superioridade da raça ariana, indo-européia.



Em 1933, Hitler obtém a vitória nas eleições parlamentares e chefia o gabinete, no poder ele dissolveu os partidos políticos, acabou com os sindicalismos e encheu os campos de concentração com os socialistas que eram perseguidos, assim como comunistas, homossexuais, ciganos, intelectuais e os judeus que mandava eliminar nas câmaras de gás.



Um dos artifícios usados por Hitler para dominação popular foi a SS que participou também de diversas campanhas militares como a invasão da França e da Rússia, seu principal comandante foi Heinrich Himmler.



A SS, através do seu braço de inteligência, as Sicherheitsdienst (SD), foram encarregadas de encontrar judeus, ciganos, homossexuais, comunistas e qualquer outra etnia ou culturas condenadas pelos Nazistas por serem considerados subumanos ou terem oposição ao regime, sendo deportados para os campos de concentração. Himmler se tornou um dos principais arquitetos do Holocausto, usando elementos míticos e uma opinião fanática na ideologia racista nazista para justificar o homicídio em massa e o genocídio de milhões de vitimas.



A partir da morte do presidente Hindenburg, Hitler acumulou o cargo de presidente e chanceler, iniciando sua trajetória rumo à formação do Terceiro Reich. O poder foi centralizado na figura do Füher (Hitler), os membros do partido nazista ocuparam todos os postos na administração pública e grandes manifestações nazi passaram a acontecer nas grandes cidades alemãs. O processo de concentração econômica através da formação de grandes corporações e cartéis foi estimulado pelo novo governo.



A principio o partido obteve apoio de classes como a burguesia e pessoas assustadas com a crise do país, como os agricultores, estudantes universitários, os milhões de desempregados, ex-trabalhadores não especializados e ex-funcionários de escritórios que buscavam esperança.



Ao instalar o III Reich, Hitler e o partido nazista eliminaram seus opositores, iniciando a conquista militar do ‘espaço vital’, responsável direto pela eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-45).



Adolf Hitler. (1889-1945)



Adolf Hitler nasceu na Áustria no dia 20 de abril de 1889. Com a morte de seus pais ele se vê obrigado a ‘ganhar seu pão’ na Viena do começo do século XX, tem pouquíssimos amigos embora freqüente pessoas de todos os tipos. Nessa época é que ele constrói aquela que será a sua base em todas as experiências, uma visão do mundo focalizada em algumas ideias e impressões não mais modificáveis, tais como: a natureza irremediavelmente cruel do homem, a conspiração maléfica e universal dos judeus, a superioridade da raça ariana e o seu direito de dominar o mundo, a profunda antipatia pelas instituições democrático-parlamentares, o ódio impiedoso pela social-democracia e pelo marxismo, ideias que são bastante comuns na Viena daquele tempo.



Em 1914 com a declaração da guerra Hitler que está entre os entusiastas se alista como voluntário e alguns meses depois parte para frente ocidental. Com o termino da guerra ele recebe a ‘missão’ de investigar um novo partido que está surgindo, um pequeno grupo conhecido como Partido dos Trabalhadores Alemães e nele se inscreve. Em menos de seis meses ele se torna líder absoluto e indiscutível do partido. Seu fundador e seu presidente tinham se contentado até aquele momento em promover discussões e debates em Munique. Hitler ao contrario desde 1919 dedicou toda sua energia como membro do comitê dirigente encarregado da propaganda conseguindo atrair diversas pessoas para os comícios do partido.



O ano de 1923 foi dramático para a Alemanha e decisivo para Hitler, com a crise financeira bem avançada, ele decide que esse é o momento de agir. Ficou impressionado como a Marcha sobre Roma de Mussolini (1922) e há meses projeta e organiza uma marcha análoga sobre Berlim para depor os ‘traidores’, essa manobra o leva a condenação de 5 anos de reclusão numa fortaleza.







Hitler como soldado em 1916 (http://eduexplica2gm.blogspot.com/2010/02/por-que-hitler-usava-aquele-bigode.html)



A nova situação convence Hitler a adotar uma estratégia diferente para chegar ao poder: não mais a revolução armada, mas a conquista legal do estado com os meios constitucionais (eleições e governos) e possivelmente com o apoio do exército.



A personalidade de Hitler sempre foi enigmática, mesmo para sua família e seus colaboradores mais próximos. Ele já foi descrito como louco, gênio, possesso, criminoso e até de pequeno-burguês, uma das conclusões que podemos tirar e que ele pode ser considerado paradoxal e contraditório.



“... Como qualquer personalidade excepcional, Adolf Hitler possuía um espírito complexo, indefinido, escapando a qualquer julgamento completo. As noções do bem e do mal deixam de ter sentido logo que se aplicam a tal personagem, cujo caráter estranho atrai sempre as multidões ávidas de não se sabe que mistério...” (PAIVA, 1990. p 131).



Ele dizia seguir o caminho que a providência o indicava, mas de onde viriam tais ‘conselhos’? Do Thulé, grupo que lhe iniciou no esoterismo do Oriente, do Monge enviado do Tibete, ou de uma revelação mais antiga de sua infância? Vale lembrar que é por essa época que o destino lhe revela o emblema que devia fazer a sua aventura e a sua desgraça: a cruz gramada (ou a suástica).



Quanto às mulheres a quem ele tinha demonstrado seu interesse conhece-se pouco delas. Três figuras femininas se destacam em sua vida sentimental que ele tinha como um amor idealizado e até incorpóreo, são elas Stefanie sua primeira paixão de adolescente aos 16 anos, Geli Raubal, sua sobrinha a quem ele ama a ponto de perder a cabeça, e sua ultima ligação afetiva foi Eva Braun que ele desposa antes de lavá-la para morte consigo.



Não se pode esquecer que a maioria das transformações que ocorreram no mundo, foram pelo triunfo de um vencedor único, as coalizões quando chegam ao poder trazem consigo o germe da corrupção futura é assim que um Estado nacionalista nunca será criado pela vontade vacilante de uma coalizão, mas unicamente pela vontade de um movimento que sozinho alcançou a vitoria na luta contra todos.







(http://cienciayenigmas.blogspot.com/2011/04/adolf-hitler-la-historia-jamas-contada.html)



A simbologia.



Como é de costume desde a antiguidade o uso de símbolos de poder não foi deixado de lado na política nazista. Quando pensamos nesse regime logo nos vem à mente aquilo que seria a expressão mais ferenha de sua propaganda: a Suástica.



Um erro que podemos cometer é pensar nesses símbolos apenas ligados a essa forma de poder, não é novidade também que diversos governos utilizaram simbologias antigas para legitimar seus poderes, podemos encontrar diversas maneiras que esses signos foram empregados antigamente e posteriormente adaptados a um novo tempo e espaço.



Em um primeiro momento Hitler precisava criar a imagem ‘do homem forte no poder’



“... O que importava era a ação, não qualquer programa político devidamente estabelecido e sistematicamente aplicado. O que importava era o mito orientador para dar energia a essa ação, e o melhor de todos os mitos era o que identificava o adversário, um inimigo contra o qual as massas se reuniram. Finalmente, Hitler adotou o conceito fascista de ‘homem forte’, uma comunidade chefiada por um líder carismático, apontado não por voto majoritário, mas pelos misteriosos mecanismos do destino. Ele traduziu Il Duce, ‘o condutor’, pelo terno pelo qual era conhecido Mussolini, para o alemão: o Führer, o condutor...” (DWORK, JAN VAN PELT. 2002 p. 86)



Depois de feita a figura em que o povo podia confiar, foram escolhidas as insígnias que regeriam o imaginário da população, imagens que seriam ‘o rosto’ do nazismo que até hoje são repugnadas como no caso da suástica em que sua utilização recria a sensação de horror da época em que Hitler e companhia ‘fizeram seu estrago pelo mundo’, fato ainda muito arraigado na mente de uma nação.



“... O simbolismo e os rituais políticos nazistas- o ousado desenho da suástica, os uniformes e saudações adotados dos fascistas, os desfiles copiados dos militares, as concentrações de massa tomada do mundo dos esportes- tudo isso oferecia aos alemães de muitas origens um senso de unidade, ardor e propósito. Nenhum outro partido tinha esse apelo popular; cada um atraia apenas um setor da sociedade...” (DWORK, JAN VAN PELT. 2002 p. 90)



Com sua estratégia política formada, o grande apelo popular, os nazistas chegaram ao poder, colocando em prática sua política de terror. Os signos demonstram muito mais do que a política deixava transparecer, sentidos antigos que muitas vezes foram suprimidos pela política.



A águia.







“... Rainha das aves, encarnação, substituto ou mensageiro da mais alta divindade uraniana e do fogo celeste (...). Símbolo de tamanha importância, que não existe nenhuma narrativa, ou imagem, histórica ou mítica, tanto em nossa civilização quanto em todas as outras, em que a águia não acompanhe, ou mesmo não os represente, os maiores deuses e os maiores heróis: o atributo de Zeus (Júpiter) e do Cristo (...) a águia coroa o simbolismo geral das aves, que é o dos estados espirituais superiores e, portanto, o dos anjos (...) a águia, divindade uraniana, expressão do Pássaro- Trovão, é a origem do emblema principal das civilizações de caçadores nômades, guerreiros e conquistadores; (...) As tradições americanas e asiáticas se interpenetram e se reforçam continuamente nesse ponto, quanto mais não seja pela utilização idêntica da pluma de águia nas praticas xamânicas dos dois continentes. (...) A tradição ocidental, igualmente, dota a águia de poderes excepcionais que a colocam acima das contingências terrenas. Assim, embora não seja imortal, possui um poder de rejuvenescimento. (...) A águia desastrosa: como todo símbolo, a águia também possui um aspecto noturno maléfico ou desastroso; é o exagero de sua coragem, a perversão de sua força, o descomedimento de sua própria exaltação. (...) Simboliza a emoção brusca e violenta, a paixão consumidora do espírito. Entretanto, por causa de seu caráter de ave de rapina que carrega as vitimas com suas garras para conduzi-las a lugares de onde não podem escapar, a águia simboliza também um desejo de poder inflexível e devorador...” (CHEVALIER, GHEERBRANT. 2009, p 22-26).



Pelas descrições feitas acima o da águia desastrosa nos faz pensar nos judeus, como a águia nazista os levava para os campos de concentração de onde não podiam escapar, apenas após sua morte nas horripilantes câmaras de gás. A simbologia da águia por muitas vezes é dotada de significados positivos estando sempre relacionada a deuses gregos e até ao catolicismo com Cristo.



Outro aspecto de sua simbologia é o seu ‘poder’ de estar acima das contingências terrenas, e não sua imortalidade, mas seu poder de rejuvenescimento. Hitler ao adotar essa simbologia pode ter feito isso devido a um mero acaso (pouco provável), mas ele devia saber com perfeição todas as interpretações possíveis para cada simbologia por ele utilizada.



O fato de estar acima das contingências terrenas nos remete a superioridade da Alemanha, do III Reich e da raça ariana, nada melhor do que uma águia que pode representar essas qualidades pressupostas por Hitler para sua perfeita nação, que ao mesmo tempo não envelhece, está sempre nova, não que seja imortal, mas que mantém o interesse das massas sempre com seu líder.



O estado espiritual superior da águia também remete a pretensa superioridade ariana com os demais povos, especialmente para com os judeus, etnia considerada inferior e é terrivelmente perseguida e massacrada pela política nazista.



A maioria das significações relacionadas à simbologia da águia quase sempre nos remete a sempre presente superioridade ariana que marca a trajetória nazista desde sua pretensão ao poder até sua ascensão a ele.







http://www.ironiascotidianas.com/2007/08/os-imprios-romano-nazista-americano-e.html



A suástica.







(http://sapiando.wordpress.com/2009/03/03/suastica/)



“... A suástica é um dos símbolos mais difundidos e antigos. É encontrado do Extremo Oriente à America Central, passando pela Mongólia, pela Índia e pelo norte da Europa. Foi conhecido dos celtas, dos etruscos, da Grécia antiga; o ornamento chamado grega deriva da suástica. Alguns quiseram remontá-lo aos atlantes, o que é uma maneira de indicar sua remota antiguidade. (...) a suástica, por seu próprio grafismo, indica manifestamente um movimento de rotação em torno do centro, imóvel, que pode ser o ego ou o pólo. (...) símbolo de ação, de manifestação, de ciclo e de perpétua regeneração. (...). A simbólica dos números ajuda a compreender melhor o sentido de força totalizadora desse emblema: a suástica é feita de uma cruz, cujas hastes- como nas orientações vetoriais que definem um sentido giratório e em seguida o enviam de volta ao centro- são quadruplicadas. O seu valor numérico é, portanto, de quatro vezes quatro. (...). É o desenvolvimento da força da realidade, ou do universo. (...) associa-se a essas grandes figuras criadoras ou redentoras invocadas acima; como desenvolvimento de um poder secular, o que explica as suas atribuições históricas, de Carlos Magno a Hitler. (...) a suástica de Carlos Magno; ou do sentido inverso, dos ponteiros de um relógio, querendo colocar a infinitude e o sagrado no temporal e no profano- é a suástica hitleriana. (...) Os maçons obedecem estritamente o simbolismo cosmográfico, considerado o centro da suástica como a estrela polar e as quatro gamas que a constituem como as quatro posições cardeais em torno da Ursa Maior...” (CHEVALIER, GHEERBRANT. 2009 p 852-853)



Como se pode ver pela descrição a suástica é um dos símbolos mais antigos, não é uma criação de Hitler, não foi idealizado por ele, mas é a marca mais forte do nazismo, sendo repudiada até os tempos atuais.



Como na descrição da simbologia da águia a da suástica também trás elementos ligados a desenvolvimento de um poder secular, a suástica hitleriana está ligada a colocar o infinito e o sagrado no temporal e no profano. Seu movimento de rotação em torno do próprio centro está ligado ao ego, poderia ser nesse caso o ego de Hitler? Possivelmente sim.



Ainda seguindo a linha de significados da águia a suástica apresenta a regeneração, que na águia estaria presente como o rejuvenescimento, isso pode nos mostrar uma preocupação em demonstrar que o reich não envelheceria jamais, que ele estaria sempre vital e jovem, que suas convicções não se tornariam obsoletas. O Reich dos 1000 anos.



A força presente em seu significado nos leva a crer que o reich é poderoso, todos os símbolos ligados ao nazismo que foram apresentados até agora nos mostram a confiança que seus lideres tinham na sua seita, uma seita poderosa, sempre jovem e fazia o que nenhum partido já tinha feito na Alemanha: agradado a diversos grupos da sociedade, atraído os mais diversos simpatizantes.







(http://contextopolitico.blogspot.com/2009/08/adolf-hitler-e-noite-dos-longos-punhais.html)



As runas da SS.







A runa sigel (Sowellu, Sowelo, Saewelô ou Sig) está ligada ao poder do sol, ela consiste em uma linha em zigue-zague que pode sugerir explosões e raios no céu, seu poder pode ser destrutivo, sua força pode ser usada para as causas mais nobres e as mais terríveis, o que nos lembra que o símbolo em si não é positivo ou negativo, mas a energia que depositamos nele, ou a intenção que utilizamos.



Sig é o sol e sobre sua significação simbológica podemos dizer:



“... O sol imortal nasce toda manhã e se Poe toda noite no reino dos mortos; por tanto, pode levar com ele os homens e, ao se por, dar-lhes a morte; mas, ao mesmo tempo, pode guiar as almas pelas regiões infernais e trazê-las de volta à luz do dia seguinte. (...). analogamente o Sol é um símbolo universal do rei, coração do império...” (CHEVALIER, GHEERBRANT. 2009 p. 836-837).



Por que a SS sendo ‘reguladora das armas’ teria algo ligado ao sol, que por hora tem o significado de poder levar com eles os homens para a morte? Seria uma possível menção ao poder que a SS continha para levar os judeus para os campos de concentração, simbolizando o por do sol.







simbolo da SS (http://www.manson.com.br/banda/simbologias/logos-e-simbologias/)



Algumas consequências da politica nazista.



A principal e maior consequencia que podemos retirar da politica pregada pelos nazistas foi o Holocausto, a morte de milhoes de judeus e outras etnias e credos que não eram aceitos pelo regime totalitário nazista. O remanejamento desses povos para guetos e lugares que os ‘nobres’ não viveriam causou uma reviravolta na vida de diversas familias que foram espulsas de suas casas, tiveram seus pertences roubados e que muitas vezes foram separados de seus entes queridos, já que o gueto era apenas uma solução temporaria para essa causa, algo mais horripilante esperava por essas pessoas: a solução final



A solução final seria esterilizar a Alemanha de todos os inimigos, no qual se inserem milhares de judeus, levando eles primeiramente a campos de trânsito e depois para os campos de concentração, sendo o mais famoso deles o de Auschwitz, mas houveram varios outros como podemos notar a seguir:



“...Sobibór foi construido mais rapidamente que Belzec e era mais eficiente. A cremação em valas abertas e um sistema de grades destruiam os corpos. Recebendo vitimas do distrito de Lublin (onde se localizava), assim como de Minsk, da Eslovaquia, da Holanda e da França, esteve em operação de abril a junho de 1942, e mais uma vez outubro de 1942 até a fuga de 14 de outubro de 1943. Cerca de trezento internos fugiram para a floresta próxima, mas não encontraram abrigo...” (DWORK, JAN VAN PELT, 2002, p 352).



Não apenas os alemães tiveram suas vidas reviradas e o medo inserido nelas, inimigos, políticos ou não, de territorios conquistados também eram submetidos a solução final.







Auschwitz (http://caosblog.com/archives/912)



Considerações Finais



As práticas utilizadas pelos nazistas até hoje causam impacto na vida de milhares de pessoas, e com a simbologia ligada a eles também exerce uma grande influência no imaginário popular.



Os símbolos utilizados por eles são dotadas de diversos significados que muitas vezes se encontram, mas sempre levam a um só caminho a grandesa do Reich, e o seu caráter sempre jovem, isso nos leva a pensar que não foram representações escolhidas ao acaso, como a propaganda dos regimes totalitários é sua marca forte, isso nos leva a crer que toda essa simbologia foi escolhida a dedo para poder representar dignamente o Reich.



Agradecimentos:



Ao professor Marcelo H. Steffens pela oportunidade de trocarmos ideias, ao Professor Claudio Carlan, por me orientar desde o inicio de minha vida acadêmica e ao Professor Pedro Paulo Funari pela oportunidade dessa publicação.



Referências



BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro ; Jorge Zahar Editor: 2002.



CHEVALIER, Jean. GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Tradução de Vera da Costa e Silva, Raul de Sá Barbosa, Angela Melim e Lúcia Melim. Rio de Janeiro; José Olympio Editora, 23ª edição, 2009.



DWORK, Debórah. JAN VAN PELT, Robert. Holocausto, uma história. Tradução de Marcos Santarrita. Imago Editora: 2002.



LAKS, Alesksandre Henryk. O Sobrevivente. Memórias de um brasileiro que escapou de Auschwitz. 9ª ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2009.



PAIVA, Marcelo Whately. Hitler por ele mesmo. São Paulo; Editora Martin Claret Ltda:1990.



SILVA, Glaydson José da. História Antiga e usos do Passado. Um estudo de apropriações da Antigüidade sob o regime de Vichy (1940-1944). São Paulo: Annablume / Fapesp, 2007.



WEOR, V. M. Samael Aun. Magia das Runas (http://www.clxv.org/_livros/PT_Magia_das_Runas.pdf)









[1] Trabalho realizado para fins de conclusão na disciplina de História Contemporânea II, sob supervisão do professor responsável, prof.Dr. Marcelo Hornos Steffens.



[2] Unifal – MG, Graduanda no Curso de História- 6º período, Monitora de História Antiga (Grécia), Orientador: Prof. Dr. Claudio Umpierre Carlan

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