quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Reflexão Literária - Caio Fernando de Abreu, Fábio Oliveira e Manoel Messias Pereira

poesia de Caio Fernando de Abreu
Alento


Quando nada mais houver,
eu me erguerei cantando,
saudando a vida
com meu corpo de cavalo jovem.

E numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do tempo
e a minha voz à doce voz do vento.

Despojado do que já não há
solto no vazio do que ainda não veio
minha boca cantará
cantos de alívio pelo que se foi,
cantos de espera pelo que há de vir.



Caio Fernando Abreu

poeta, dramaturgo e jornalista brasileiro

 Santiago -RS -12/09/1948  - + Porto Alegre - RS- 25/02/1996
Brasil.




Corinne Bailey Rae

Poesia de Fabio Oliveira
Lágrimas

Gotas de não se sabe o quê
De fome, de dor, de sede?
Do que o outro diz.

Gotas de capricho,
Infância desabrochando,
Olhar de mãe,

Sal escorrendo, na face
De aflição, angustia, medo:
Vida que não se conhece
Caminho que se segue.

Gotas de alegria,
Gozo de plenitude,
Prazer de se encontrar
No emaranhado da vida.


Fabio Oliveira

professor assistente de linguística da Universidade do Estado da Bahia.

Brasil


Fernando Mendes

Poesia de Manoel Messias Pereira

O dispositivo ideológico


Tudo esta certo
há um dispositivo
em torno de si.
Parece, mas sente-se
que tudo esta certo
como um cão correndo
atrás do próprio rabo.
O dispositivo 
é ideológico
e não permite
entender ou ver
além do correr
em torno de si.
Parece que 
tudo está certo
e assim não muda 
nada.
continua a piorar
a vida.
Muitos reclamam
mas continuam
como um cão correndo
atrás do próprio rabo.


Manoel Messias Pereira

professor e poeta
São José do Rio preto-SP - Brasil


Gal Costa

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