Ato em apoio a Chávez reúne partidos e movimentos em SP
Partidos separados municipal ou federalmente uniu partidos na causa internacional da defesa do projeto político de Hugo Chávez
Foto: Renan Truffi/Terra
Direto de São Paulo
A reeleição do presidente venezuelano Hugo Chávez conseguiu unir na noite desta quarta-feira partidos e representantes de movimentos sociais que estão em lados opostos nas eleições municipais e no atual cenário político brasileiro. Nomes de PT, PCdoB e PSB promoveram um ato de apoio à candidatura de Chávez junto a líderes do Psol, que faz oposição ao governo federal, e do Movimentos dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), que protestou recentemente contra a presidente Dilma Rousseff.
O evento atraiu cerca de 250 militantes na Liberdade, centro da capital paulista, com o objetivo de reforçar a luta contra "a direita e o imperialismo" na América Latina, como explicou o secretário de relações internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu. Além dele, estiveram presentes Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), João Pedro Stedile (MST), o deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), o jornalista Fernando Morais e o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, entre outros.
De acordo com Stedile, a derrota de Chávez para o adversário Henrique Capriles pode representar a entrada de "um novo período neoconservador na América Latina". "Não se trata de nós aqui manifestarmos apoio ao Chávez. Se trata de luta de projetos de poder, de uma luta de classes", discursou.
Candidato do Psol à presidência da República em 2010, Plínio de Arruda Sampaio também apoio os argumentos de políticos do PT e do PCdoB. "Eu estava na Venezuela quando houve aquele terrível terremoto. Fiquei impressionado de ver o Chávez. Ele não dormiu durante três ou quatro dias. Ele comandou diretamente as operações. Que ele possa transformar a Venezuela em uma revolução bolivariana", afirmou.
O deputado Adriano Diogo lembrou que Chávez também tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O governo brasileiro agiu bem quando houve a exclusão do Paraguai e a imediata entrada da Venezuela no Mercosul. Os golpistas paraguaios andam por nossa América. O presidente Lula nunca recuou das relações com a Venezuela."
Outro dirigente petista e secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, defendeu também que a reeleição do presidente venezuelano "é fundamental para o futuro da esquerda e do horizonte socialista". "A América Latina é muito importante para o destino e o futuro da esquerda no mundo. O destino passa pela integração e a Venezuela é fundamental nesse processo", argumentou.
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