
(a casa ainda sem objetos)
a sombra na sombra / o vento no vento
lentamente me vou preenchendo
a casa me habitando o gesto
colhendo objetos quase do nada
é preciso por cada coisa em si mesma
plantar a xícara na idéia da xícara
fincar a janela entre o dentro e o fora
romper o abismo nesse corpo/casa
sobretudo cuidar para que o tempo
não inunde a casa inteira
com o severo pó da eternidade.
(a casa já somos, os objetos)
Floriano Martins
poeta -Fortaleza -CE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
opinião e a liberdade de expressão