terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Irã comemora a Revoluçao de 1979




Irã comemora revolução de 1979 e ouve ecos em Tunísia e Egito
01/02/2011
Fonte: YAHOO Notícias

Javier Martín. Teerã, 1 fev (EFE).-


O Irã iniciou nesta terça-feira dez dias de comemorações pelo triunfo da revolta popular que em 1979 derrubou o último Xá da Pérsia e agora é comparada por especialistas com os distúrbios que vêm acontecendo em Tunísia e Egito. No entanto, este ano é especial para o regime iraniano, que quer ver nos protestos que sacodem os dois países um eco tardio daquela revolução que deixou os Estados Unidos sem seu principal aliado na região. O regime, através do parlamento, apoiou de forma oficial ambas as revoltas, e pediu ao presidente egípcio, Hosni Mubarak, para que aceite as reivindicações do povo. "Para o Irã, as revoltas em Tunísia e Egito podem ser entendidas como um triunfo dos valores islâmicos", disse à Agência Efe um analista iraniano que prefere não ser identificado. "O fenômeno também pode ser observado como um enfraquecimento da influência dos Estados Unidos na região e, por isso, o início de uma nova era no Oriente Médio, mais próxima das estratégias da República Islâmica", acrescentou. Alguns especialistas começaram nos últimos dias a traçar paralelos entre o atual terremoto político no norte da África e a queda do Xá, que se viu obrigado a abandonar o Irã em meio a um clamor popular que pedia liberdade e exigia o fim da ditadura. Da mesma forma que no Egito e na Tunísia, todos os setores da sociedade participaram das manifestações. Embora os movimentos políticos laicos e islamitas tenham aderido, no final apenas os últimos assumiram o poder. Tudo começou em 1º de fevereiro de 1979, data na qual o aiatolá Ruhollah Khomeini, que havia instigado os protestos, retornou a Teerã desde Paris com o apoio do povo após 14 anos no exílio. Em seu primeiro discurso, pronunciado no cemitério dos mártires, onde nesta terça centenas de seus compatriotas voltaram a cobrir o chão de flores, demonstrou que tinha uma intenção muito clara para um processo de mudança que era almejado também pelas forças laicas. Durante os dez dias seguintes, Khomeini conduziu a revolução e acabou com as tentativas de perpetuar o regime do então primeiro-ministro do Xá, Shapour Bakhtiar. O aiatolá designou seu próprio chefe de governo, o laico Mehdi Bazargan, e se preparou para dirigir a transição. Quatro dias depois, houve sangrentos confrontos entre as facções khomeinistas e os batalhões do exército que ainda eram fiéis ao Xá foragido, que terminaram em 11 de fevereiro com a deserção dos militares. Bazargan renunciou apenas sete meses depois, e o poder passou às mãos de um Comitê Revolucionário, encarregado de instaurar a "Velayat-e faqih", teoria política desenvolvida por Khomeini e de acordo com a qual o poder deve ser exercido por clérigos. Desde então, o Irã xiita se esforçou econômica e intelectualmente para exportar a outros Estados muçulmanos esta peculiar forma de "democracia islâmica", sem até o momento aparentes resultados. "A Revolução Islâmica do Irã se transformou em um modelo para a nação egípcia, e sem dúvida alguma o ditador egípcio compartilhará o mesmo destino que o ditador iraniano", afirmou nesta terça-feira o general Rahim-Safavi à rede de televisão estatal iraniana. "Sem dúvida alguma, a Revolução Iraniana liderada pelo fundador da República Islâmica, o aiatolá Khomeini, é o movimento mais popular do século XX, e foi fonte de mudanças na história política mundial", acrescentou. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, voltou hoje a qualificar os protestos de "onda de despertar islâmico". No entanto, embora as semelhanças sejam aparentes, existem grandes diferenças culturais, históricas e sociais entre o Irã xiita de 1979 e o Egito sunita de 2011, emolduradas em dois cenários internacionais também divergentes. A principal delas, a figura quase mística de Khomeini, que fortaleceu os religiosos. EFE







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Manoel Messias Pereira

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