segunda-feira, 18 de abril de 2011

50 anos da Vitória sobre exilados apoiados pela CIA na baía dos Porcos





Fidel evita festa e dá voto de apoio ao irmão Raúl Castro
18/04/2011
Fonte: O Tempo (MG)

Havana, Cuba. Fidel Castro se desculpou ontem por não participar da parada militar celebrando o aniversário de 50 anos de sua vitória sobre exilados apoiados pela CIA na baía dos Porcos. Além disso, saudou o discurso do irmão, Raúl Castro, propondo grandes mudanças econômicas e limites aos mandatos dos líderes do país. O ex-líder de 84 anos escreveu um texto opinativo divulgado pela imprensa estatal, dizendo que a parada realizada no sábado, no dia da abertura do 6º Congresso do Partido Comunista, deixou-o orgulhoso. "Valeu a pena os problemas para sobreviver e ver os eventos de hoje, e vale o trabalho para sempre relembrar aqueles que morreram para tornar isso possível", escreveu Fidel, dizendo que sentia "o mesmo orgulho" quando ouvia Raúl discursar e via os mil delegados do PC Cubano reunidos. Fidel disse que não estava fisicamente em condições de participar da parada militar na praça da Revolução e desculpou-se pela ausência. Ele entregou o poder ao irmão após ficar gravemente doente em 2006, e Raúl assumiu oficialmente dois anos depois. No ano passado, Raúl, 79, passou a defender uma limitada, porém importante abertura para o setor privado, dizendo que o governo cortará funcionários públicos e subsídios. Anteontem, Raúl disse que os políticos e outras lideranças devem ter mandatos limitados a dois períodos de cinco anos cada. A mudança é importante, em um país governado há cinco décadas pelos Castro. Raúl reconheceu que erros deixaram Cuba sem um sucessor óbvio e prometeu rejuvenescer a classe política. Há ainda no governo vários veteranos da revolução contra Fulgencio Batista na Sierra Maestra e outras batalhas históricas. Jose Ramon Fernandez, por exemplo, ocupa uma vice-presidência aos 87 anos. Uma importante tarefa do Congresso é apontar a nova liderança do Partido Comunista. Raúl deve ser confirmado no posto, mas não se sabe quem será o novo número 2. Comissões debatem as mudanças Havana. O 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba começou ontem seu trabalho em comissões para debater o plano de reformas econômicas do país e o relatório apresentado pelo presidente Raúl Castro. O presidente atentou para a necessidade de erradicar o "dogma", os "slogans vazios", o "favoritismo" e a "cultura da inércia" vigentes em meio século de socialismo, nos âmbitos político e econômico. O congresso será encerrado na terça-feira. Sucessão Cotados. A fala de Raúl Castro aumentou a expectativa de que o futuro líder do Partido Comunista possa ser alguém jovem, como Lazaro Exposito, chefe do PC em Santiago de Cuba, ou Marino Murillo, ex-ministro da Economia.







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Manoel Messias Pereira

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